segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Nº 22.405 - "Se impedido, Lula levará sucessor ao segundo turno, diz Datafolha"

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02/10/2017


Se impedido, Lula levará sucessor ao segundo turno, diz Datafolha



Brasil 247 - 2 de Outubro de 2017

Foto: Filipe Araújo
Foto: Filipe Araújo


por Tereza Cruvinel

O Instituto Datafolha divulgou o dado que faltava para confirmar a força eleitoral que terá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito do ano que vem: com 35% de preferência,  ele terá também uma enorme capacidade de transferir votos para outro candidato, caso venha a ser impedido de concorrer por uma condenação em segunda instância.  Segundo a pesquisa da semana passada, ele poderia transferir, hoje, quase 60% de seus votos a outro candidato:  59% deles afirmam que votariam "com certeza" no nome apoiado por Lula e outros 24% "talvez" fizessem o mesmo.   Esta transferência levaria o apoiado a obter 21% dos votos, fração suficiente para levá-lo ao segundo turno.

Esta situação agrava o dilema enfrentado pela direita e pelos setores da elite que interromperam o ciclo dos governos petistas com o golpe do impeachment contra Dilma Rousseff e apostam na condenação judicial para evitar o retorno do lulismo.  Se mesmo condenado Lula for capaz de determinar o resultado da eleição,  o golpe terá sido um retumbante fracasso, apesar de todos os sacrifícios que impôs ao país.  Será melhor uma pactuação  pelo retorno do próprio Lula, o presidente melhor avaliado da História, responsável pelo virtuoso ciclo de crescimento com inclusão que mudou a face do Brasil.

O PT evita discussão pública sobre o lançamento de candidato alternativa, o plano B, em caso de impedimento de Lula. Mas os dados do Datafolha mostram que, com sua enorme capacidade de transferência, Lula seria o “grande eleitor” da disputa. E isso configura o dilema: se ele disputa, ganha. Se é impedido, elege seu candidato.

A eventual transferência de votos ocorreria principalmente entre os mais pobres e os de menor instrução, setores que foram grandemente beneficiados pelas políticas da Era Lula.  Eles são a maioria do eleitorado. Entre os eleitores que possuem até o ensino fundamental, 41% responderam que votariam "com certeza" no candidato indicado por Lula. Outros 14% admitiram que "talvez" fizessem isso.  Entre os que ganham até 2 salários mínimos (quase a metade do eleitorado), 35% votariam no candidato de Lula, e 17%  “talvez” o fizessem.


Na pesquisa de junho passado, Lula, como candidato,  chegava a 39% das intenções de voto entre eleitores com ensino fundamental completo. Agora, atinge 49%. Entre eleitores de baixa renda (até 2 salários mínimos por mês), Lula também chegava a 39% de preferência em junho, obtendo agora até 46%. Os índices variam segundo a composição da cartela.  



TEREZA CRUVINEL. Colunista do 247, Tereza Cruvinel é uma das mais respeitadas jornalistas políticas do País

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