quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Nº 22.477 - "A bordo da pirotecnia jurídica de Cármen Lúcia, o STF reafirma o seu acovardamento. Por Carlos Fernandes "

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12/10/2017


A bordo da pirotecnia jurídica de Cármen Lúcia, o STF reafirma o seu acovardamento. Por Carlos Fernandes


Diário do Centro do Mundo  - 12 de outubro de 201




Cármen Lúcia

por Carlos Fernandes
O Supremo Tribunal Federal conseguiu subir mais um degrau na vacilante escada da desmoralização institucional que, de vontade própria, decidiu escalar.
Numa pirotecnia jurídica que visava desmentir a si próprio quando da decisão unânime que finalmente afastou o já imprestável Eduardo Cunha, os eminentes juízes de nossa Suprema Corte resolveram que agora o jogo já é outro.
Segundo o egrégio colegiado, a lei é para todos, desde que nesse todo não esteja a privilegiada classe política cuja submissão e sabujice já nem disfarçam mais.
Pelo mais novo entendimento, os excelentíssimos deputados e senadores já podem acumular as prerrogativas institucionais de criar e aplicar a lei quando a si próprio disserem respeito.
São, agora oficialmente falando, juízes de suas próprias causas.
Como que de encomenda, a decisão por 6 x 5 a favor da decrepitude do poder judiciário cai como uma luva para o recordista em ações penais na Lava Jato, o afastado e noturnamente recolhido senador Aécio Neves.
Ao ter o seu afastamento a ser julgado nos próximos dias, é batata que o mesmo plenário que afastou um Presidente da Câmara dos Deputados, se veja agora na obrigação de devolver a atividade parlamentar que eles mesmos subtraíram a um senador.
São – alguém poderia dizer – as incongruências de um judiciário que ao invés de arbitrar, comunga.
No frigir dos ovos, poucas vezes se viu na história democrática do mundo moderno, um poder afirmar e reafirmar com tanta eloquência a sua covardia, inépcia e despreparo para lidar com os desafios para os quais constitucionalmente foi criado.
No mais, o PT, que logo avexou-se a sair em defesa de Aécio Neves, já pode também solidarizar-se com Eduardo Cunha, afinal, não será sem razão se ele considerar-se vítima de uma histriônica injustiça praticada pela nossa mais alta Corte.
Que dias vivemos.
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