05/11/2009
Da série ficção, a preferida dos internautas.
Estamos às vésperas das eleições para o Governo do Estado de São Paulo, em 2006. O apresentador do principal telejornal local da 'praça', chega cedo para preparar a entrevista com o candidato da vez: José Serra. É uma fórmula consagrada pela emissora. Os postulantes que pontuam nas pesquisas de opinião têm direito a uma entrevista induvidual, desde que aceitem, num documento escrito e assinado, as regras discutidas pelas assessorias em comum acordo com a emissora. Todos têm o mesmo tempo e editores e apresentador formulam as perguntas. É uma espécie de pinga-fogo. Fim de tarde, o candidato tucano chega e é recebido pelo diretor de jornalismo (aquele que fora afastado anos antes, lembram-se dessa história, né?). Os dois passeiam pela redação. Serra é recebido com deferência por uns, e com indiferença pela maioria. Ainda assim cumprimenta colegas do telejornal tarde da noite, dá beijinhos nas moças, sorri (o que é surpreendente) e tira fotos com o pessoal 'da base da categoria'. Depois, caminha para a maquiagem, de onde seguirá para o estúdio. Pouco antes das sete da noite o telejornal está no ar. O apresentador dá algumas notícias, apresenta o convidado e chama a entrevista, em instantes. No intervalo, recebe um impresso na bancada e uma ordem da direção, no ponto eletrônico (aquele aparelho auditivo por onde o editor-chefe ou executivo 'canta' as páginas, nos intervalos). Naquele papel, nas mãos do apresentador, estão as perguntas que o jornalista deverá fazer ao candidato, preferencialmente naquela ordem. Ele fica sem ação, mas cumpre o script rigorosamente. Ao deixar o estúdio depois, contrariado, desabafa para um pequeno grupo de interlocutores: - Isso nunca aconteceu comigo, de receber as perguntas prontas. Com nenhum outro candidato foi assim! Eu vou além. Em tempo algum foi assim. Nunca antes na história deste país houve ação tão ostensiva por parte da direção, com vistas a que nada desse errado para os candidatos da casa naquela eleição. Digo candidatos da casa porque, apesar de nunca admitirem publicamente, as organizações têm sim compromisso com aquele projeto político. E as implicações vão além de meras preferências políticas, que para eles é coisa de intelectual utópico e idealista ingênuo. O que fala aqui é de dinheiro. E não é pouco... Se perguntarem se isso aconteceu mesmo, eu nego.
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PITACO DO ContrapontoPIG
Numa série de posts, com a necessária cautela, Marco Aurélio Mello do Blog DoLaDoDeLá mostra as entranhas da "poderosa" Rede Globo. Veja o Contrapontos 559, 578 e 624 do Blog ContrapontoPIG . Acompanhe o Blog DoLaDoDeLá
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