30/08/2012
Do Conversa Afiada - Publicado em 30/08/2012
Há mais farsas entre o céu e a terra do que o PiG (**) pode admitir.
O Supremo Tribunal Federal tenta transformar “Caixa Dois” em “lavagem de dinheiro”.
Não se recomenda falar em “Caixa Dois”, porque faz parte da culinária brasileira, como goiabada com queijo.
Caixa Dois, por exemplo, a maior de todas na América Latina, foi a Privataria Tucana.
Onde o maior expoente do tucanismo, o Padim Pade Cerra, aparece como líder de um clã de largo espectro.
(Hoje, lamentavelmente, a liderança dele parece ofuscada por uma rejeição fenomenal.)
Vamos esperar o voto da Ministra Weber, que pretende trabalhar o conceito de “lavagem de dinheiro”.
Peluso, por exemplo, não gostou dessa interpretação de “lavagem de dinheiro”.
Mas, na página 4 do Globo, Ataulfo Merval de Paiva celebra: “a tese do caixa dois eleitoral é que é a farsa”.
Da mesma maneira, Ataulfo Merval de Paiva considera, com alguns juízes, que houve desvio de “dinheiro público”.
Na verdade, segundo o argumento de juízes que condenaram Marcos Valeriodantas e Pizzolato, tanto faz se o dinheiro era público ou não.
Mas, o dinheiro da Visanet não é público.
O dinheiro da Visanet é de um “consórcio”, como disse Peluso, de empresas, abastecido de pessoas privadas que usam cartão de crédito.
Desse consórcio, o Banco do Brasil tem 30%.
A União é acionista do Banco do Brasil.
Mas, o dinheiro da Visanet não faz parte do Orçamento da União.
Roubar dinheiro da Visanet não tira dinheiro do Bolsa Família.
Se um pé de chinelo arrombar um caixa automático do Banco do Brasil, o Orçamento da União não será afetado.
Mas, ao contrário, os lucros – elevados, devido a sua excelente gestão – do Banco do Brasil reforçam o Caixa Um da União e ajudam a levar dinheiro para o Bolsa Família.
(Gilmar Dantas (*) teve um momento de lacrimosa emoção ao se perguntar: meu Deus, o que fizeram com o Banco do Brasil ? E citou o ministro Lewandowski, que chamou de “balbúrdia” o que o Pizzolato fez do departamento de marketing do banco. Lewandowski não disse que a balbúrdia se espalhou pelo Banco do Brasil inteiro, como as quase-lágrimas de Gilmar pareciam deplorar.)
“Dinheiro público” é outra contribuição do Supremo ao léxico do PiG (**).
O Pizzolato não desfalcou a Dívida Pública.
Crime do Pizzolato foi denegrir o Ministro Luís Gushiken.
Crime de que compartilhou o Ministério Público, como disse o Nassif.
Como se sabe, Gushiken foi o primeiro dos dois ministros do Lula a ser absolvido pelo Supremo.
Outra contribuição do Supremo ao léxico pigânico é chamar Caixa Dois de “lavagem de dinheiro”.
Para poupar os tucanos.
(A propósito: Thomaz Bastos pode até dizer que não disse que se tratava de um esquema de Caixa Dois. Mas, que disse, disse. Ou é melhor processar o Estadão.)
(A propósito2: nada mais comovente na sessão desta quarta-feira que Thomaz Bastos saudar Peluso em nome dos advogados. Thomaz Bastos levou Peluso ao Supremo – Dirceu era contra. Natural que dele se despedisse.)
O interessante é que Ataulfo Merval de Paiva agora anuncia o fim do mundo para os mensaleiros tucanos.
O mesmo rigor da Lei que levará Dirceu à cadeia se abaterá – segundo a lógica merválica – sobre a cabeça do Eduardo Azeredo, do Marcos Valeriodantas e do assassino da modelo.
Diz ele:
“Os acusados das mesmas práticas no PSDB mineiro e no DEM de Brasília podem se preparar para o mesmo destino”.
Como se sabe, é no ambiente do mensalão tucano de Minas que Joaquim Barbosa se encontrará com Daniel Dantas.
Interessante também que, antes, a merválica pigânica (**) não se mostrava tão pessimista com relação aos tucanos de Minas.
Foi assim que este ansioso blogueiro lembrou que nem o Fernando Henrique Cardoso punha a mão no fogo pelo PSDB (de Minas).
(No encontro Barbosa x Dantas, vamos conhecer a sinceridade do amor pigânico por Barbosa.)
O Conversa Afiada espera poder tratar da “farsa desmontada” – brilhante título da colona (***) merválica desta quinta-feira – quando o Supremo legitimar a Operação Satiagraha (sim, porque o Supremo não vai tirar o Daniel Dantas da cadeia pela TERCEIRA vez !) e quando o brindeiro Gurgel acabar de ler os trezentos exemplares da Privataria Tucana que o Edu lhe mandou.
Há mais farsas entre o céu e a terra do que o PiG (**) pode admitir.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
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