19/03/2014
O problema do Dr. Alckmin é que ele se julga um esperto cercado de bobos
Tijolaço - 19 de março de 2014 | 13:33
O Governador Geraldo Alckmin acha que vai fazer as pessoas de bobas.
Autor: Fernando Brito
falando do pedido de transposição das águas do Paraíba do Sul como se fosse esta a solução para a crise de abastecimento de São Paulo.
E que isto dependeria de a Presidenta Dilma “autorizar”.
E, claro, se ela não “autorizar”, fica com a culpa da seca.
Sem meias palavras, isto é uma empulhação.
Primeiro porque, como já expliquei em post anterior, isso só pode ser feito depois de mais estudos e demanda obras demoradas.
Não vai trazer uma gota sequer para o Cantareira de hoje, secando e secando.
Segundo, porque o projeto é, de fato, antigo, mas ficou abandonado por anos e só no final do ano passado foi retomado, quando a crise já se desenhava.
Mas o que as águas do Paraíba do Sul vão trazer para o Cantareira, pelo próprio projeto da Sabesp é nada diante da perda de água dos reservatórios.
Os 6 mil litros por segundo (iniciais, depois, sabe como é o poder de São Paulo…) seriam captados assim: 1,45 mil litros no reservatório de Jacareí, que seriam destinados ao Cantareira, e 4,5 mil litros por segundos em Guararema, que seriam transferidos, por uma ligação de aproximadamente 10 km, para o Rio Tietê.
A história de que o sistema só será acionado se o Cantareira ficar abaixo de 35% e o Paraíba tiver água em abundância é contraditória: as bacias que alimentam a ambos e mais o Alto Tietê são muito próximas e, portanto, sujeitas a regimes de chuva semelhantes, tanto que as águas do Rio Paraíba do Sul estão baixas para o verão, assim como o Sistema Tietê da Sabesp está ruim das pernas, embora não tão gravemente.
Não se trata de bairrismo carioca – até porque o pessoal do Vale do Paraíba paulista é contra isso – mas de não tomar decisões como essa assim, com a faca no pescoço da seca. Isso é sério e tem repercussões que não podem ser tratadas de forma irresponsável e em cima da perna.
A seca de hoje não será resolvida com uma água para o futuro e, muito menos, com demagogia e politicagem. As captações no Ribeira e no São Lourenço, que levarão quase o dobro de água para São Paulo têm projetos prontos faz anos e só agora licitaram suas obras, que levarão de tr~es a quatro anos.
Espero que os auxiliares da Presidenta Dilma não a tentem levar para essa “furada”, porque ela é muito esperta para cair nessa.
O Alckmin que agora diz que “terá água se a Dilma aprovar” é o mesmo que está mentindo à população sobre a gravidade da crise e que, por razões eleitorais, não adotou as restrições de consumo na data e no volume em que eram necessárias.
E que, como São Paulo tem uma imprensa que, por cumplicidade, não está ao nível da grandeza desta metrópole, só convence a quem não estuda e analisa as questões.
Ontem, o promotor do Meio Ambiente de São Paulo, José Eduardo Ismael Lutti, disse na Fiesp, diante de toda imprensa, que Geraldo Alckmin só não fez o racionamento porque este é um ano eleitoral.
E pediu que o povo se rebelasse.
Saiu nos jornais?
A cumplicidade da imprensa paulista com o PSDB é pior do que qualquer estiagem.
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