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22/03/2014
Marcha da Família
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Leonardo Boff diz que apoiadores de Marcha são "antibrasileiros"
Para o teólogo Leonardo Boff, grupos que buscam reviver manifestação de 1964 e defendem intervenção militar no governo do Brasil não sabem o que querem. Além disso, eles mostrariam desprezo às vítimas da ditaduraJornal O Povo -21/03/2014
Jéssica Welma
jessicawelma@opovo.com.br
O teólogo e escritor Leonardo Boff, conhecido pela defesa às causas sociais e aos direitos humanos, criticou, ontem, os grupos que se mobilizam para promover uma reedição da Marcha da Família com Deus, realizada em 1964. “Esses grupos não sabem o que querem, eles mostram um desprezo das vítimas (da ditadura militar) e não pensam naqueles que podiam ser seus filhos, suas filhas, seus maridos que foram desaparecidos e torturados”, disse Boff.
O filósofo foi palestrante convidado do VII Congresso Estadual dos Fazendários (Conefaz), ontem, em Fortaleza. Durante o evento, Boff apresentou questões as quais considera fundamentais para a sociedade, como a sustentabilidade e a cidadania. Ao O POVO, ele criticou a estrutura da democracia no Brasil e defendeu a necessidade de uma reforma política, direcionada pelos reclames das manifestações de ruas de 2013.
“Acho que, no Brasil, temos de refundar a democracia porque é uma democracia de baixíssima intensidade política, na direção do reclame que vem das bases, das manifestações do ano passado, que é de uma democracia participativa, social, que atenda às demandas sociais”, ressaltou.
“Antibrasileiros”
“Elas estão propiciando a volta do crime, contra a democracia, contra a humanidade. (...) Elas estão defendendo não a democracia, nem a liberdade, nem a família, estão defendendo os seus privilégios”, pontuou Boff. Apesar das críticas, ela disse acreditar que haja esclarecimento dos brasileiros para não apoiarem a ação, e que os próprios militares não têm interesse, nem estrutura para uma intervenção militar – proposta defendida por grupos da atual marcha.
Na página do Facebook que promove o evento, consta a descrição de que a manifestação tem o objetivo de alertar o povo brasileiro sobre possível “golpe comunista”. Apesar de defender a intervenção militar, o grupo afirma que a ação é diferente de uma ditadura militar.
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