terça-feira, 5 de setembro de 2017

Nº 22.228 - " A incrível história de Odebrecht: corrupção a contragosto do 'corrupto' "


05/09/2017

A incrível história de Odebrecht: corrupção a contragosto do “corrupto”


Do Tijolaço - 05/09/2017


papi

POR FERNANDO BRITO
Só na mente obnubilada pelos “olhos brilhantes” da turma de Curitiba podem fazer sentido as acusações do delator Marcelo Odebrecht, ontem, a Sergio Moro sobre o terreno que “foi doado, mas não foi doado” ao Instituto Lula e o apartamento que “foi comprado, mas é alugado” ao lado daquele em que vive, há mais de 20 anos, o ex-presidente.


Marcelo diz, segundo ao UOL, que queria “fazer uma doação desse valor ao Instituto Lula, mas o ex-presidente seria contra isso. Com isso, segundo o empresário, houve pedidos que “tinham que ser feitos de modo não contabilizado”…
Repare: Lula não estava mais na Presidência, não havia impedimento legal para doação ao Instituto Lula, seja de que valor fosse, o dinheiro estaria limpo e legal para comprarem o que quisessem mas os “malvados” queriam mesmo é na base da corrupção…
Ah, mas eles queriam o terreno. Queriam? Se Marcelo, o acusador, diz que “Lula acabou aceitando” e que não sabe se ele “bateu o martelo”?
Como, se tudo o que foi dito que tinha de ser exatamente aquele o imóvel, mesmo com a recomendação contrária do avaliador (que também depôs 0ntem, quase tudo na base do “eu imagino”, “eu desconfio”, “eu não estava presente” e “soube pela denúncia” ) teriam insistido que fosse aquele?
Ah, e como Marcelo tem certeza que Lula estava a par de tudo? Porque  falou com o pai, que falou ao Lula, que falou a Antonio Palocci, que falou com ele.
Bom, o pai não falou isso, mas alguém acha que não falará, em troca do filho ser solto, em dezembro? E tudo o mais é “falou com ele, falou com aquele”.
Novamente, não há nenhum fato ou documento que sustente a acusação, senão que alguém, na Odebrecht ou fora dela, pensou em fazer um negócio envolvendo o terreno, mas não que Lula tivesse ciência ou participado disso. E é evidente que não houve este negócio. Muito menos há qualquer ligação com o caso Petrobras que justificasse o “caso” (se é que há um caso” estivesse com Sérgio Moro, como ressalta a nota da defesa de Lula, que reproduzo abaixo.
Sobressai do depoimento prestado hoje (04/08) por Marcelo Odebrecht que não há qualquer relação entre os temas discutidos na Ação Penal n. 50631301172016404-70000 e a Petrobras e, ainda, que o ex-executivo não tratou de qualquer contrapartida com o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marcelo, que é delator, negou peremptoriamente qualquer atuação em relação aos 8 contratos indicados na denúncia e ainda que tenha tratado de qualquer contrapartida em relação a esses contratos em favor de Lula.
Com esse depoimento Marcelo destrói a acusação apresentada pelo Ministério Público Federal. Lula foi acusado nesse processo porque segundo a versão do MPF ele teria recebido 2 imóveis em contrapartida por ter atendido a pedido de favorecimento de Marcelo Odebrecht em relação a esses 8 contratos firmados pela Petrobras.
O depoimento de Paulo Melo mostrou as fragilidades das declarações de Marcelo Odebrecht em relação a Lula e ao Instituto Lula.
A verdade é que Lula jamais recebeu a propriedade ou a posse de qualquer dos imóveis indicados pelo MPF, muito menos em contrapartida de qualquer atuação em contratos firmados pela Petrobras.
Mais uma vez registramos no início da audiência o cerceamento de defesa imposto ao ex-Presidente Lula. O MPF está tendo acesso a documentos que são negados à defesa de Lula. Por isso impetramos também hoje habeas corpus perante o Tribunal Regional Federal da 4a. Região objetivando reverter essa ilegalidade.
Cristiano Zanin Martins

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