03/02/2018
Cristiane Brasil é investigada por associação ao tráfico
Do Diário do Centro do Mundo - Postado em 3 de fevereiro de 2018 às 6:18 am
Do Estadão:
Escolhida pelo PTB para ser sua ministra do Trabalho, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson, presidente do partido, tem agora o nome envolvido em um novo escândalo.
Depois de vir à tona denúncias de processos trabalhistas de ex-funcionários da parlamentar, que não cumpria a legislação, o que impediu sua posse pela Justiça até hoje, Cristiane é também alvo de um inquérito do Ministério Público Federal que apura suspeitas de associação ao tráfico.
Segundo reportagem de Constança Rezende, do Estado de S.Paulo neste sábado 3, o caso ocorreu durante a campanha eleitoral de 2010. O inquérito foi enviado à Procuradoria Geral da República nesta sexta-feira 2, porque Cristiane possui foro privilegiado.
Ela, o deputado estadual Marcus Vinicius (PTB) – ex-cunhado de Cristiane – e três assessores da época são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro pobre da zona norte do Rio e uma das bases eleitorais da deputada, para ter “direito exclusivo” de fazer campanha na região.
Conforme os denunciantes afirmaram no inquérito, assessores de Cristiane – que na época era vereadora licenciada e comandava uma secretaria municipal na gestão Eduardo Paes (MDB) – pagaram a traficantes para ter “direito exclusivo” de fazer campanha na região. Cristiane não se candidatou em 2010, mas naquele ano apoiou a candidatura de Vinicius – então seu cunhado – à reeleição. Ela se candidatou e foi eleita deputada em 2014. Cristiane e Vinicius negam todas as acusações.
O inquérito investiga também se líderes comunitários foram coagidos pelos criminosos a fazer campanha eleitoral. Nas denúncias há referências a “Zezito”, apontado como chefe do tráfico das comunidades Vila Primavera, Parque Silva Vale e JJ Cowsert, localizadas no bairro de Cavalcanti.
Segundo um dos denunciantes afirmou no inquérito, os traficantes chegaram “ao absurdo de levarem as presidentes das associações do bairro para conversar com o chefão do morro porque elas não queriam trabalhar para a vereadora (Cristiane)”. “A intenção dele (assessor) era que o chefão fosse mandar dar uma surra nelas e obrigá-las a trabalhar para a vereadora ou, em caso de recusa, até mesmo matá-las”.
Uma líder comunitária relatou na investigação formal que foi ameaçada porque não participou de panfletagem da campanha da hoje ministra nomeada.
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