sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Contraponto 9108 - Russomanno e Haddad devem ir ao 2º turno

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31/08/2012

Russomanno e Haddad devem ir ao 2º turno

Do Blog do Kotscho - 31/8/2012

haddad russomanno kotscho Russomanno e Haddad devem ir ao 2º turno

Ricardo Kotscho

Muita água ainda vai rolar e tudo pode acontecer. Feita a ressalva, todas as pesquisas divulgadas até aqui, após os 10 primeiros dias do horário eleitoral, clarearam o cenário da disputa em São Paulo e indicaram as mesmas tendências, repetindo até os mesmos números.

O novo Ibope divulgado nesta sexta-feira confirma: Celso Russomanno, do PRB, consolida-se na liderança e abre uma vantagem de 11 pontos sobre o segundo colocado, José Serra, do PSDB.

Enquanto a candidatura do tucano derrete, batendo recordes de rejeição, dispara a do petista Fernando Haddad, e agora os dois já aparecem em empate técnico: 20 a 16, dentro da margem de erro de 3%.

Em relação à pesquisa anterior, feita antes da estreia dos programas no rádio e na televisão, Russomano subiu 6 pontos, de 26 para 31%; na curva inversa, Serra caiu 6 pontos, de 26 para 20%, e Haddad saiu de 9 para 16%.

Conclusão: mantidas as atuais condições de tempo e teperatura, as próximas pesquisas de Datafolha, Ibope e Vox Populi já deverão indicar uma disputa entre Russomanno e Haddad no segundo turno, deixando de fora o candidato tucano, algo inimaginável no início da campanha.

A bem da verdade, o marqueteiro petista João Santana já vem prevendo há tempos em conversa com amigos meus que José Serra não iria para o segundo turno por absoluta falta de discurso e fadiga de material.

Em outras palavras, como acontece com os iogurtes e as salsichas, Serra já entrou na campanha com seu prazo de validade vencido.

Aí não tem marqueteiro, por mais genial que seja, capaz de dar jeito. Assim como não dá para brigar com o consumidor que rejeita o produto, também não convém contrariar o eleitor.

Se numa primeira fase da campanha Russomanno vinha avançando no eleitorado petista de Haddad, agora ele recolhe os votos anti-PT que estavam indo para Serra.

Navegando entre os que não querem mais a dupla Serra-Kassab governando a cidade, nem aceitam a volta do PT, Russomanno firma-se como o candidato da mudança, desejo de 85% do eleitorado, segundo o último Datafolha.

Assim como causa espanto para alguns o tamanho da queda de Serra em tão poucos dias, e não chega a surpreender a vigorosa subida de Haddad, o que me intriga é a inanição do candidato do PMDB, Gabriel Chalita, estacionado em 5%.

Com o terceiro maior tempo de TV, em torno de 5 minutos, a bordo do principal partido aliado do governo federal, que tem o vice-presidente da República e o maior número de prefeitos e vereadores do país, Chalita ainda não encontrou espaço para se apresentar como a terceira via entre PT e PSDB, o candidato da mudança que Russomanno encarnou.

A candidatura Chalita encruou, com o PMDB paulista pagando o preço dos anos de domínio da máquina pelo grupo quercista herdado por Michel Temer.

Serra agora só tem dois caminhos para se salvar do naufrágio anunciado, ambos arriscados: ou parte para o ataque contra seus adversários, tática adotada nas últimas campanhas, ou bota a cara na televisão para defender o legado do seu aliado Gilberto Kassab, que atingiu o maior índice de ruim e péssimo entre os prefeitos de capitais avaliados no ranking do Datafolha.

Sem entrar em divididas, tocando a bola no meio de campo, Celso Russomanno, que não parou de subir nas pesquisas desde maio, assiste de camarote à disputa entre Serra e Haddad, os candidatos dos dois maiores partidos da cidade, para saber quem vai disputar com ele o segundo turno.

Contra todas as previsões, quem despencou nas pesquisas com o início do horário eleitoral foi Serra e não Russomanno, que só tem dois minutos na televisão. Ao que as pesquisas indicam, quanto mais aparece na telinha, mais o tucano cai.

A apenas 37 dias da abertura das urnas, este é o cenário das eleições na maior cidade do país, que já foi ademarista, janista, malufista, petista, demotucana e agora pode virar russomanna.

Bom fim de semana a todos.

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Contraponto 9107 - "No julgamento do mensalão, STF decide que , se tem rabo, orelha e pé de porco, é porco. Mesmo que seja feijoada"

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31/08/2012

No julgamento do mensalão, STF decide que, se tem rabo, orelha e pé de porco, é porco. Mesmo que seja feijoada


Do Blog do Mello - 31/8/2012

Antônio Mello

A pressão da mídia corporativa sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do chamado mensalão do PT é tão intensa, que vários ministros estão com um torcicolo de girafa, de tanto virar a cabeça em busca de uma solução que satisfaça a sede de sangue petista da mídia.

Até o início do julgamento, eram necessárias provas concretas e obtidas de maneira legal para que um réu fosse condenado. Ou então, valeria a máxima, "na dúvida, pró réu".

Agora não. Um dos ministros (Fux?), chegou a dizer nas entrelinhas (porque eles falam por uma linguagem compreensivelmente incompreensível) que o réu não provou sua inocência, invertendo o ônus da prova consagrado na Constituição.


Em sua despedida do STF, o ministro Cezar Peluso definiu assim o processo [destaques meus]:

"- Se está provado nos autos um determinado fato, que deve levar a convicção da existência de outro fato, não é preciso indagar se a acusação fez ou não a comprovação do fato. Se esse fato está provado, a acusação não precisa fazer prova da existência de comportamento ilícito. O fato provado é o indício. Isso é importante por que no sistema processual, a eficácia dos indícios é a mesma das provas diretas e históricas representativas. Não existe nenhuma hierarquia entre as provas. [Fonte]

Ou seja, se tem rabo de porco, orelha de porco, pé de porco, barriga de porco, lombo de porco, costela de porco, é porco. Mesmo que seja feijoada.

Entre as dúvidas que ficam, uma se destaca: A mesma interpretação será usada no mensalão tucano de Minas, que aconteceu sete anos antes e ainda nem entrou na fila de julgamento? Que foi desmembrado, quando esse não foi?

Ou, sem a pressão da mídia, as excelências excelentíssimas do STF dirão que pé, orelha, rabo de porco não bastam para provar que algo seja porco ou feijoada:

- É lixo, lixo, lixo - como afirmou o principal acusado na Privataria Tiucana, José Serra.
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Contraponto 9106 - "Haddad sobe e pode deixar Serra fora no 2º turmo"

31/08/2012

Haddad sobe e pode deixar Serra fora no 2º turmo

Do Brasil 247 - 31/8/2012 às 09:23

Haddad sobe e pode deixar Serra fora do 2º turno Foto: Edição/247

Pesquisa Ibope publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira 31 fotografa, tecnicamente empatados no segundo lugar, o tucano José Serra, com 20%, e o ascendente Fernando Haddad, do PT, com 16%; diferença de quatro pontos está dentro da margem de erro; na ponta, com folga, Celso Russomano, do PRB, marca 31%; ele já está lá?


247 – Pesquisa Ibope publicada nesta sexta-feira 31 pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta uma situação de empate técnico na disputa pelo segundo lugar para a Prefeitura de São Paulo. Com Celso Rumanno em primeiro lugar, com 31% de intenções de votos, o levantamento traz José Serra, do PSDB, em segundo, com 20%, e Fernando Haddad, com 16%, em seus calcanhares, mas tecnicamente empatado com ele em razão da margem de erro de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Em relação ao último levantamento do instituto, fechado em 15 de agosto, o tucano perdeu seis pontos, enquanto o petista subiu sete.

A notícia é um verdadeiro sonho realizado para o PT em meio às turbulências causadas pelo julgamento da Ação Popular 470, o chamado mensalão, no Supremo Tribunal Federal, que já condenou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Ele renunciou à sua candidatura a prefeito de Osasco, cidade vizinha à capital.

Ao mesmo tempo, é um pesadelo para o PSDB de Serra. O partido, na capital, não 'comprou' a candidatura do ex-governador, que vê sua rejeição aumentar e intenções de voto migrarem para Russomanno. Notícia divulgada pela colunista Mônica Bergamo mostrou que até mesmo entre os eleitores ricos há dúvidas sobre se Serra, uma vez eleito, manterá o compromisso de governar a cidade pelo mandato inteiro. O candidato teve de dar explicações neste sentido em reunião montada para ele pelo empresário da noite José Vitor Oliva, em sua casa no bairro do Morumbi.

Haddad cresceu de 9% para 16% desde a pesquisa anterior, feita entre 13 e 15 de agosto. Como a margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos, Serra pode ter de 17% a 23% e Haddad, de 13% a 19% - daí o empate técnico. O candidato do PT tem usado a TV para promover sua ligação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. Já Serra perdeu a posição de líder e agora vê ameaçadas suas chances de chegar ao segundo turno.

Russomanno, enquanto isso, marcou, agora, os mesmos 31% registrados na pesquisa anterior, indicando que pode ter chegado em seu teto de intenções. Ele conta com o apoio das igrejas pentecostais, especialmente a Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo. Serra não tem ao seu lado nenhum grande cabo eleitoral, enquanto Haddad aparece a tiracolo, em seus programas no horário eleitoral gratuito da tevê, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A partir de agora, terá o apoio da senadora Marta Suplicy e já anunciou a participação da presidente Dilma na sua campanha.

A pesquisa mostra que, num hipotético segundo turno entre Russomanno e Serra, o primeiro venceria por 51% a 27%. Na pesquisa espontânea para primeiro turno, Russomanno tem 24%, Serra, 16%, e Haddad, 12%.

O candidato do PSDB é o líder no quesito rejeição - 34% dos entrevistados afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum. Russomanno tem 8% e Haddad, 13%.

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Contraponto 9105 - "IBOPE aponta empate entre Haddad e Serra"


31/08/2012


IBOPE aponta empate entre Haddad e Serra

Do Blog do Miro -31/8/2012

Por Altamiro Borges


O jornal Estadão publicou agora, à meia-noite, a nova pesquisa do Ibope. Ela aponta o empate técnico entre o tucano José Serra, com 20% das intenções de voto, e o petista Fernando Haddad, com 16%. A pesquisa deve cair como uma bomba no comando do eterno candidato do PSDB. Ela confirma a acelerada queda do tucano, que corre o sério risco de nem ir ao segundo turno. As bicadas entre os tucanos tendem a ficar mais sangrentas e muita gente já deve estar sonhando em rifar o intragável postulante à prefeitura da capital.


Segundo o jornalista Daniel Bramatti, do Estadão, "o candidato José Serra (PSDB) caiu de 26% para 20% em duas semanas e está empatado tecnicamente com o petista Fernando Haddad na segunda colocação da corrida pela prefeitura de São Paulo, de acordo com a última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. O líder, Celso Russomanno (PRB), subiu cinco pontos nesse período e chegou a 31%".

"Impulsionado pelo início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, Haddad cresceu de 9% para 16% desde a pesquisa anterior, feita entre 13 e 15 de agosto. Como a margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos, Serra pode ter de 17% a 23% e Haddad, de 13% a 19% - daí o empate técnico... Já Serra perdeu a posição de líder e agora vê ameaçadas as suas chances de chegar ao segundo turno. Se a eleição fosse hoje, o tucano teria votação equivalente à que Geraldo Alckmin (PSDB) alcançou em 2008, quando disputou a eleição para prefeitura e terminou em terceiro lugar, atrás de Gilberto Kassab (então no DEM) e Marta Suplicy (PT)".

A pesquisa do Ibope também confirmou que a liderança de José Serra no quesito rejeição - 34% dos entrevistados afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum. E apontou ainda a péssima popularidade do prefeito Gilberto Kassab, cria e apoiador do tucano. A gestão do prefeito foi considerada ruim ou péssima por 48% e boa ou ótima por 17%. José Serra, um conhecido notívago, não deverá dormir nesta noite!
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Contraponto 9104 - "Segundas impressões do mensalão"

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31/08/2012

Segundas impressões do mensalão

Do Vamos Combinar - 09:45, 31/08/2012

Leio e ouço que a decisão da primeira fase do STF mostra que os tempos estão mudando e que a votação de 9 a 2 contra os réus indica uma opção contra a impunidade.

Confesso que sempre gostei de Bob Dylan e sou daqueles que acreditam e torcem por mudanças. Mas não sei se é isso o que estamos assistindo. Mudança, no Brasil, é

conseguir o básico. No caso da Justiça, garantir direitos iguais para todos, qualquer que seja sua cor, credo, condição social ou opinião política. Será que é isso que estamos vendo?

Estrelado pelo mesmo esquema, com personagens iguais e outros, equivalentes, o mensalão mineiro segue quieto lá nas Alterosas.

O tratamento desigual para situações iguais é constrangedor. Ao dar uma entrevista a Monica Bergamo, o relator Joaquim Barbosa lembrou que a imprensa nunca deu a mesma importância ao mensalão mineiro. Ele até disse que, quando tocava no assunto, os repórteres reagiam com um “sorriso amarelo.”

Eu acho bom quando um ministro do Supremo se refere ao tratamento desigual que parte da mídia dispensou aos dois mensalões. Mostra que isso não é “coisa de mensaleiro petista ” não é mesmo?

Mas há outro aspecto. O fato da imprensa dar um tratamento desigual é um dado da política brasileira e, no fim das contas, diz respeito a um jornal e seus leitores. Como leitor, eu posso até achar que a imprensa deve tratar todos da mesma maneira, deve procurar ser isenta mas a liberdade de expressão garante que todo jornal e todo jornalista tenha suas preferencias, suas prioridades e opções. Salvo patologias criminosas, todos têm o direito o direito de exercitá-las.

A visão que você lê neste blogue é diferente daquela que vai encontrar em outros lugares. É bom que seja assim.

A justiça não. Esta deve ser tão isenta que a querem cega. E aí, data vênia, quem sorri amarelo, neste caso, é quem desmembrou o mensalão (do PSDB) mineiro e unificou o mensalão petista.

Porque estamos falando de um tratamento desigual para situações idênticas, no mesmo país, no mesmo sistema, no mesmo tribunal. O direito de uns foi reconhecido. O de outros, não. Às vezes, chegou-se a uma situação surrealista.

Nos dois casos, o “núcleo operacional”, para usar a definição do procurador geral, é o mesmo. Marcos Valério, Cristiano Paz e os outros. O Banco Rural também. As técnicas de arrecadação e distribuição de recursos eram as mesmas. Só mudou o núcleo político. Então, me desculpem, o problema está na política. Sim.

Por causa do desmembramento, podemos ter sentenças diferentes para o mesmo caso. “Dois pesos, dois mensalões,” já escreveu Jânio de Freitas.

Se o mensalão petista tivesse sido desmembrado, o deputado João Paulo e outros dois parlamentares acusados até poderiam ser julgados em Brasília, como o deputado Eduardo Azeredo será, quando seu dia chegar. (O mensalão mineiro é mais antigo mas anda mais devagar, também. Ainda estão colhendo depoimentos, ouvindo testemunhas…) Ainda assim, teremos outros prazos e, muito possivelmente outras penas.

Mas em caso de desmembramento, José Dirceu e José Genoíno, para ficar nos nomes mais ilustres e simbólicos, teriam sido reencaminhados para a Justiça comum, com direito a várias etapas de julgamento antes da condenação. O Ibope seria menor. E não estou falando só da repercussão nas eleições municipais de 2012. Por favor: a questão não se resume ao novo candidato do PT a prefeitura de Osasco.

Nós sabemos que o troféu principal do julgamento é Dirceu. O número 2, Genoíno. É por isso que o caso se encontra no STF. Ali tem mais holofotes.

No início do julgamento, Gilmar Mendes chegou a sugerir que as chances dos réus serem absolvidos eram maiores num julgamento desmembrado do que num processo unificado. Concordo.

Mas se isso é verdade, por que mesmo se deu um tratamento diferenciado? Não é preciso sofisticar mais o raciocínio. Como perguntou Eduardo Kossmann, advogado. Considerando que a Constituição diz que todos são iguais perante a lei “como explicar para meu filho de cinco anos?”

Uma sentença do Supremo é um acontecimento duradouro. Repercute hoje, amanhã, no ano que vem e daqui a uma década. Destrói uma vida, aniquila uma reputação.

Como disse Pedro Abramoway, que passou os dois mandatos de Lula em posições importantes no área jurídica, o mensalão propriamente não foi julgado. Aquela denúncia, de compra de consciências, que é o centro da acusação do procurador Roberto Gurgel, ficou para mais tarde.

As provas de que os parlamentares colocavam dinheiro no bolso para mudar seu voto não apareceram até agora.

Isso apareceu quando o deputado Ronnie Von Santiago (olha só, mais um roqueiro no debate) confessou que tinha recebido R$ 200 mil para votar a favor da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, há quase 20 anos. Ali foi suborno, foi propina, foi compra de votos. Pelo menos ele disse isso. Os mais de 300 ouvidos no mensalão sempre negaram. Todos.

Até Roberto Jefferson mudou o depoimento na hora em que era para valer.

Mas o caso de Ronnie Von não gerou um processo tão grande. Nada aconteceu com seu núcleo politico, vamos combinar.

E é isso que mostra que tudo pode estar mudando para que nada mude.

O deputado João Paulo Cunha foi condenado a 6 anos de prisão em função de uma prova que pode ser discutida. A de que recebeu uma propina de R$ 50 000 para aprovar um contrato de R$ 10 milhões com as empresas de Marcos Valério. Você pode até dizer que é tudo “parte do mesmo esquema” e dar aquele sorriso malicioso de quem acha todos os argumentos contrários apenas ingênuos ou cúmplices mas vamos combinar que há um pressuposto nessa visão.

O pressuposto é de que não houve nem podia haver outro tipo de pagamento nesta operação. Não podia ser dinheiro de campanha, nem recurso de caixa 2. O problema é que as campanhas costumam ser feitas com caixa 2, que devem ser apurado, investigado e punido. Mas são outro crime.

Caixa 2 não é uma “tese” da defesa. Pode ser “tese” artificial ou pode ser uma “tese” com base na realidade. Mas a sonegação existe, está aí, pode ser demonstrada em vários momentos da vida brasileira, inclusive em campanhas eleitorais. Existem empresas criadas especialmente para ajudar os interessados nesse tipo de coisa.

Acho positivo o esforço de questionar e desvendar o que está por trás das coisas. Mas não sei se neste caso tudo ficou tão demonstrado como se gostaria.

Por exemplo. Os milhões de dólares que Paulo Maluf mandou para o exterior foram comprovados. Funcionários das empreiteiras explicaram, detalhadamente, como o esquema funcionava, como se fabricavam notas frias e como se fazia o desvio dos recursos públicos. No entanto, Maluf hoje em dia não pode viajar por causa de um mandato da Interpol. Mas não cumpre pena de prisão. Foi preso quando havia o risco de fugir.

Outro exemplo. As agências de Marcos Valério foram acusadas de embolsar um dinheiro a que não teriam direito nos contratos com o Visanet, o chamado bônus por volume. O problema é que essa prática é muito frequente no mercado publicitário e, em 2008, foi regulamentada em lei no Congresso. O que não era proibido nem permitido foi legalizado. Mas ontem, o ministro Ayres Britto, presidente do STF, disse que a aprovação dessa lei foi uma manobra para beneficiar os acusados do mensalão. É muito possível. Mas eu acho que um ministro do Supremo não deveria fazer uma acusação gravíssima contra uma decisão de outro poder. Ou pode?

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Contraponto 9103 - "O retrato do País

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31/08/2012

O retrato do País

Da Carta Capital - 31/08/2012

Mino Carta

Não fosse enredo da vida real, o processo do chamado “mensalão” seria espetáculo ímpar na capacidade de trafegar entre tragédia e comédia com toques exemplares de drama e de farsa. Não cabe desmerecê-lo, contudo, nesta versão próxima do terceiro ato, o do epílogo, ao menos teoricamente, e que me arrisco a encarar como crítico teatral disposto a registrar de saída seu mérito inegável: o mensalão, em todos os seus aspectos, retrata à perfeição os males do Brasil. A inesgotável mazela, a hipocrisia inata dos senhores, o patrimonialismo do sistema. Um conjunto excepcional de prepotência e parvoíce.

Raposa-mor. Este está por trás de tudo. A edição é de 10 de setembro de 2008

Padecemos um longo prólogo, longo demais, a partir da denúncia do inconfiável Roberto Jefferson, e ainda assim rico em eventos que se fundem no entrecho central mesmo quando parecem desligados do contexto. Por exemplo, a presença do banqueiro Daniel Dantas. Vibra claramente na própria origem do mensalão como vibrou nos pregressos de marca tucana. E desaguou na Operação Satiagraha, enfim adernada miseravelmente porque DD está por trás de tudo, e muito além do que se imagine.

Marcos Valério serviu a Dantas e dele José Dirceu é bom amigo. Bela figura a ­ocupar a ribalta sete anos atrás, começo do prólogo, foi o ministro Luiz Gushiken, o samurai, como então o batizei, um inocente que pagou caro por sua inocência. Cavaleiro sem mancha, cometeu o pecado de enxergar em Dantas o grande vilão de todas as situações. Pecado imperdoável, tudo indica. A respeito, recomendo nesta edição o texto assinado pelo redator-­chefe Sergio Lirio, a retratar uma personagem de insólita dignidade, sacrificada injustamente ao ser forçada a deixar o governo.

O início do primeiro ato propõe Roberto Gurgel, o procurador-geral, Gogol se deliciaria com ele, fâmulo da treva e da reação, escalado para definir o mensalão como “o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”. Não lhe são inferiores, talvez mais daninhos, a bem da verdade factual, os anteriores urdidos pelo tucanato, a partir da compra de votos no Congresso para permitir a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Decerto mais imponente, o maior de todos, o episódio das privatizações, promovidas pelo mesmo FHC e protagonizado, entre outros, olhem só, por Daniel Dantas.

Não é que nossos juristas façam jus ao respeito unânime da audiência, sobretudo aquela que se apinha no balcão. Alguns produzem argumentações destinadas a suscitar pena em uma plateia mais atilada e menos comprometida do que a da ­casa-grande, esta escorada pelos barões da mídia e seus sabujos, unidos na ameaça aos próprios ministros do Supremo inclinados a um julgamento imparcial. O ministro Luiz Fux, no seu realismo exasperado, pretendeu condenar por peculato um réu chamado a responder por outros crimes, conforme teve de ser bondosamente avisado ao cabo de sua diatribe. Enquanto isso, Ricardo Lewandowski se abala a telefonar para um crítico global, Merval Pereira, que contestava duramente seus argumentos a favor de João Paulo Cunha. Contribuição inefável à imortalidade de um jornalista acadêmico, a seguir as pegadas culturais do seu falecido patrão. Donde, largo à cultura. Leiam, a propósito, Mauricio Dias na sua Rosa dos Ventos.

O primeiro ato do espetáculo presta-se a demonstrar a inadequação do título “mensalão”. Como sempre sustentou Carta­Capital. Provas certamente haverá de outros delitos, igualmente condenáveis, peculato, corrupção, lavagem de dinheiro. Quanto ao uso de caixa 2, a lei brasileira prontifica-se a uma lamentável leniência na punição do crime eleitoral. O segundo ato inaugura-se em proveito de outra constatação, caso não tivesse já dado o ar da sua desgraça: um grupo de petistas, que não seria o caso de chamar de aloprados, decidiu imitar a estratégia tucana desenhada e comandada por Serjão Motta a partir de 1994 com o propósito de manter no poder ad aeternitatem o pássaro incapaz de voar.

Não deu, José Serra lá estava para atrapalhar desde 2002, a despeito do maciço apoio midiático. A diferença entre uns e outros está no fato de que o Partido dos Trabalhadores nasceu em odor de subversão e de nada lhe adiantou abjurar pelo caminho a fé primeva. Além disso, no caso do ex-metalúrgico Lula pesa, em primeiro lugar, o ódio de classe, sentimento tão natural na casa-grande. Em contrapartida, a trajetória da esquerda nativa, oportuno é sublinhar, é tão deplorável quanto tudo o mais, e cabe neste enredo de traições aos ideais propalados em vão, de promessas bombásticas e falsos propósitos inexoravelmente descumpridos em nome do oportunismo aconselhado pelo momento fugidio.

Estamos na iminência do terceiro ato, mas o que se viu até agora estimula depressões monumentais. E aonde quer que o espectador se volte não encontrará razões de alívio.

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Contraponto 9102 - "Buffet farto, orquestra afinada e pista vazia"

31/08/2012

Buffet farto, orquestra afinada e pista vazia

Do Blog das Frases - 31/08/2012 às 07:00



Saul Leblon

Há certo gosto de decepção no ar. O conservadorismo que durante meses, anos, cultivou o julgamento do chamado mensalão como uma espécie de terceiro turno sanitário, capaz de redimir revezes acumulados desde 2002 no ambiente hostil do voto, de repente percebe-se algo solitário na festa feita para arrebanhar multidões.

Como assim se os melhores buffets da praça foram contratados; a orquestra ensaiou cinco anos a fio e o repertório foi escolhido a dedo?

Por que então a pista está vazia?

Pouca dúvida pode haver, estamos diante de um evento de coordenação profissional.

O timming político coincide exatamente com o calendário eleitoral de 2012; a similitude e a precedência comprovadas do PSDB na mesma e disseminada prática de caixa 2 de campanha --nem por isso virtuosa--, e que ora distingue e demoniza o PT nas manchetes e sentenças, foi enterrada no silêncio obsequioso da mídia.

Celebridades togadas não sonegam seu caudaloso verbo à tarefa de singularizar o que é idêntico.Tudo caminha dentro do figurino previsto, costurado com o afinco das superproduções, o que falta então?

Apenas o essencial: a alegria do povo.

A população brasileira não tem ilusões. Ninguém enxerga querubins no ambiente nebuloso da luta política. Consciente ou intuitiva, ela sabe a seu modo que a política brasileira não é o que deveria ser: o espaço dos que não tem nenhum outro espaço na economia e na sociedade.

A distância em relação ao ambiente autofestivo da mídia condensa essa sabedoria em diferentes versões.

Privatizada pelo financiamento de campanha a cargo dos mercados, a política foi colonizada pelos mercadores. Afastada do cidadão pelo fosso cravado entre a vontade da urna e o definhamento do voto no sistema representativo, a política é encarada exatamente como ela é: um matrimônio litigioso entre a esperança e a decepção.

O PT do qual se cobra aquilo que não se pratica em muitos círculos - à direita e à esquerda - é protagonista dessa ambiguidade; personagem e cronista dos seus limites, possibilidades e distorções.

Que tenha aderido à lógica corrosiva do financiamento eleitoral vinculado ao caixa 2 das empresas e , ao mesmo tempo, protagonizado um ciclo de governo que faz do Brasil hoje o país menos desigual de sua história (de obscena injustiça social), ilustra a complexidade desse jogo pouco afeito a vereditos binários.

Essa ambiguidade não escapa ao discernimento racional ou intuitivo da sociedade.

Se por um lado semeia degenerações clientelistas e apostas recorrentes nos out-siders que se apresentam como entes 'acima dos partidos', ao mesmo tempo é uma vacina de descrença profilática em relação a encenações de retidão como a que se assiste agora.

A repulsa epidêmica dos eleitores de São Paulo a um dos patrocinadores
desse rega-bofe, do qual se imaginava o principal beneficiário, é sintomática do distanciamento que amarela o riso de vitória espetado nos cronistas convidados a animar o evento.

O baixo custo eleitoral do julgamento em curso no STF, contudo, não deve ensejar alívio ou indiferença na frente progressista da qual o PT é um polo central.

O julgamento do chamado 'mensalão' por certo omite o principal e demoniza o secundário. Ao ocultar a dimensão sistêmica a qual o PT aderiu para chegar ao poder, sanciona o linchamento de um partido democrático, uma vez que desautoriza seu principal argumento de defesa.

A meia-verdade atribuída aos réus do PT pelos togados e promotores está entranhada na omissão grotesca da história de que se ressentem suas sentenças pretensiosamente técnicas, envelopadas em liturgia mistificadora.

A pouca ou nenhuma influência eleitoral desse engenhoso ardil que elegeu a ausência de provas como a principal prova condenatória diz o bastante sobre o alcance da hipocrisia vendida como marco zero da moralidade pública pelos vulgarizadores midiáticos.

Não é esse porém o acerto de contas com o qual terá que se enfrentar o PT.

Após uma década no governo federal, o partido, seus intelectuais, lideranças e aliados nos movimentos sociais tem um encontro marcado com uma indagação incontornável, que não é nova na história das lutas sociais: em que medida um partido progressista tem condições de se renovar depois da experiência do poder? Em que medida tem algo a dizer sobre o passo seguinte da histporia?

O legado inegociável das conquistas acumuladas nesses dez anos entrou na casa dos brasileiros mais humildes, sentou-se à mesa, integrou-se à família. Ganhou aderência no imaginário social.

Não é preciso desconhecer os erros e equívocos para admitir que essa década mudou a pauta da política; alterou a face da cidadania; redefiniu as fronteiras do mercado e da produção.Deu ao Brasil uma presença mundial que nunca teve.

Com todas as limitações sabidas, criou-se uma nova referência histórica no campo popular em que antes só avultava a figura de Getúlio Vargas.

Lula personifica essa novidade que a população entende, identifica e respeita.

E que o enredo do 'mensalão' gostaria de sepultar.

Não está em jogo abdicar do divisor conquistado, mas sim ultrapassá-lo. Avulta que o percurso concluído abriu flancos, sugou agendas, talhou cicatrizes e escavou revezes de esgotamento, dos quais o julgamento em curso no STF é um exemplo ostensivo. Todavia não o principal.

Existe uma moldura histórica mais ampla a saturar esse ciclo.

O colapso da ordem neoliberal, os riscos intrínsecos espetados na desordem financeira e ambiental em curso no planeta --suas ameaças às conquistas brasileiras-- formam um condensado de culminâncias que pede desassombro na renovação da agenda da democracia e do desenvolvimento para ser afrontado.

O caminho não será trilhado, menos ainda liderado, por forças e partidos incapazes de incluir na bússola do trajeto o ponteiro da autocrítica política e de um aggiornamento organizativo coerente com a renovação cobrada pela história.

O carro de som da direita faz barulho por onde passa nesse momento. Mas isso não muda a qualidade da mercadoria que apregoa.

O que o alarido dos decibéis busca vender, na verdade, é o velho pote de iogurte vencido e rançoso, cuja versão eleitoral em São Paulo tem 43% de rejeição popular.

A resposta da frente progressista à qual o PT se insere não pode ser a mera denúncia da propaganda enganosa.

Urge esquadrejar revezes e resoluções para renovar o próprio estoque de metas e métodos requeridos pelo passo seguinte da história.

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Contraponto 9101 - "Santayana e o mensalão: reforma eleitoral, já!"

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3./08/2012
Santayana e o mensalão: reforma eleitoral, já!

Do Conversa Afiada - Publicado em 31/08/2012

A reforma do sistema partidário e eleitoral, de forma a dar mais legitimidade ao voto, é um dos passos exigidos.


O Conversa Afiada reproduz excelente artigo de Mauro Santayana no JB online:

A Justiça e o caminho da política



por Mauro Santayana

A Justiça, conforme o pensamento grego, se faz quando o tribunal devolve à vítima o bem que lhe foi tomado, de forma a que as coisas voltem ao seu estado anterior. Devolver o bem tomado deve ser visto em sentido amplo: a justiça não trata apenas do furto ou roubo, mas, da mesma forma, da honra e, também, dos homicídios. Nesse sentido, a justiça não atua somente tendo em vista as duas partes de um processo, e, por isso mesmo, o Estado, em nome da sociedade, está presente. O assassino, por exemplo, não tem como devolver a vida ao morto, mas a sociedade, em nome do morto, pode condená-lo à morte (o que é sempre um risco de injustiça absoluta), onde há a pena capital, ou à prisão, por muito ou pouco tempo.

Podemos, por exemplo, considerar uma injustiça contra o povo da Noruega e uma ofensa aos sentimentos universais, a condenação do nazista norueguês a apenas 21 anos de prisão em aposentos de boa hotelaria – mas a legislação penal de cada país é uma prerrogativa de seus parlamentares.

O Supremo Tribunal Federal se aproxima do final do julgamento da Ação 470. É certo que a decisão da Justiça não será aplaudida. Melhor teria sido que não tivesse havido o que houve.

Podemos entender que os atos de que foram acusados os envolvidos no processo sempre se cometeram no país, e sempre foram tolerados, como infrações apenas eleitorais, ao serem considerados como de financiamento não contabilizado de campanhas políticas. Quando se examina o governo Lula, ao qual serviram muitos dos acusados de hoje, é difícil não aceitar seus êxitos. A simples eleição do trabalhador manual, de escassa escolaridade, nascido no sertão pernambucano, para a presidência da República, constituiu uma revolução social e política que não deve ser ignorada. A redução da pobreza secular do Brasil, da qual sempre se nutriu a classe dos opressores, bem nascidos e bem protegidos pelo Estado, é um fato histórico que será sempre lembrado, quando o julgamento da Ação 470 for apenas um registro nos feitos de nosso tribunal supremo, perdido entre tantos outros julgamentos de seu denso arquivo de trabalho.

Entendemos o sentimento de decepção de grande parte dos cidadãos brasileiros. Identificamos também a espúria origem da denúncia de Roberto Jefferson que, apanhado na teia menor da corrupção na empresa estatal dos correios, resolveu desafiar tudo e todos, com a confissão de que recebera 4 milhões dos 20 que – disse ele – lhe foram prometidos. A propósito, até hoje não se sabe exatamente o que Jefferson fez com tais – e tão pingues – recursos.

Como resumiu o Ministro Ayres Britto, presidente do STF, ao votar integralmente com o relator, nos casos examinados até agora, não é agradável condenar. A condenação tem o sabor dos frutos amargos.

Os cidadãos de bem tampouco exultam com as condenações. Como o sofrimento é o melhor mestre, temos que repensar a política em nosso país – e no mundo, onde o cenário tampouco é agradável, neste momento em que a paranóia se associa ao assalto dos grandes bancos aos recursos públicos e privados, e em que os paraísos fiscais são os refúgios dos grandes salafrários. Em nosso caso, a reforma do sistema partidário e eleitoral, de forma a dar mais legitimidade ao voto, é um dos passos exigidos. Uma medida necessária é mudar o acesso ao palanque eletrônico, de forma a impedir os acordos políticos que visam obter mais tempo para esta ou aquela coligação. E aceitar o financiamento público das campanhas, que sempre será mais transparente. É melhor que a campanha volte às ruas, no debate entre os candidatos e os eleitores, sem a interferência dos especialistas em maquiar faces e idéias.
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Contraponto 9100 - "Após adesão de Marta, Haddad anuncia Dilma na companha"

30/08/2012

Após adesão de Marta, Haddad anuncia Dilma na companha

Do Brasil 247 - 30/08/2012 às 19:43

Após adesão de Marta, Haddad anuncia Dilma na campanhaFoto: Edição/247

Depois de receber o apoio da senadora e ex-prefeita e subir seis pontos na pesquisa Datafolha de intenção de voto, petista ganhará mais um reforço: Dilma vai entrar na campanha em setembro, mas não deve participar de atos públicos; "Ela tem o Brasil para governar", justificou o candidato


SP247 - Depois da senadora Marta Suplicy (PT-SP), Fernando Haddad (PT) terá mais um reforço em sua campanha para a Prefeitura de São Paulo. O petista disse nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff irá entrar em sua campanha em setembro, apesar de não garantir a participação da presidente em atos públicos. "Ela tem o Brasil para governar", disse Haddad em entrevista à TV Estadão.

Sobre Marta Suplicy, que se uniu à campanha nesta semana, Haddad disse que ela é "lembrada com carinho na periferia" e que vai "gastar sola de sapato com ele se for preciso".

O petista celebrou seu crescimento nas pesquisas de intenção de voto e garantiu que estará no segundo turno. Sobre as críticas que recebeu de seus adversários em relação ao Bilhete Único Mensal, ele disse que elas aconteceram porque "é uma boa proposta". "Por que funciona em Paris e não pode funcionar aqui?", questionou.

Haddad prometeu também extinguir a taxa de inspeção veicular da Controlar. "É ridícula em vários aspectos", criticou o candidato, dizendo que a prefeitura enganou a população. "Disseram que a taxa seria devolvida e não foi".

O petista ainda fez questão de destacar que a sugestão de seu nome para a prefeitura de São Paulo veio de Lula. "Ele me chamou, disse que o Brasil e o PT precisavam de uma renovação política".

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Contraponto 9099 - "Serra, fim de carreira"

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30/08/2012
Serra, fim de carreira

Crônica do Mota - 30/08/2012

Serra: decadência, rejeição, falta de votos
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Antigamente, o eleitorado conservador de São Paulo achava Maluf o máximo. Não havia um taxista que não fosse, pelo menos informalmente, seu cabo eleitoral. Quando a coisa apertava, e os argumentos contra o político parido na ditadura eram fortes demais para serem rebatidos, o motorista apelava para o velho "é, ele rouba, mas faz".

O tempo passou, o país mudou, e até os reacionários, quem diria, viram que não dava mais para apoiar incondicionalmente o modo de governar de Maluf e sua turma, esse que põe no mesmo balaio, ou melhor, no mesmo cofre, o dinheiro público e o privado.

Maluf foi, aos poucos, escanteado, trocado por gente mais "moderna", como os tucanos pareciam ser: afinal, nasceram como uma dissidência mais à esquerda do PMDB.

José Serra, esse mesmo candidato a prefeito que quase a metade dos eleitores paulistanos diz que não votaria de jeito nenhum, foi um dos políticos mais beneficiados com o ocaso de Maluf.
Herdou grande parte de seu eleitorado.

Virou a consciência e a voz da direita que se julga civilizada - como se isso existisse...
Conseguiu ser senador, prefeito e governador e até mesmo concorrer, duas vezes, à presidência, mas seus métodos de fazer política, que ignoram as mais básicas noções de ética, a sua arrogância, o seu distanciamento do povo, a sua megalomania, todo esse conjunto de fatores deletérios, foram minando a sua imagem entre seus próprios companheiros e entre o seu eleitorado.

O resultado é isso o que se vê hoje: os marqueteiros de Serra chegaram ao cúmulo de fazer uma campanha em que o candidato é substituído por bonecos, tal é o medo que a sua imagem possa tirar ainda mais votos dele.

Serra vive hoje o mesmo processo de erosão experimentado por Maluf.

Ninguém mais aguenta sequer ouvir a sua voz repetindo meia dúzia de bordões como se fossem verdades inquestionáveis, descobertas sociológicas e econômicas impressionantes.

Ninguém comenta mais os artigos que escreve para o Estadão - a Folha, que o acolheu durante anos e anos, parece ter percebido já há algum tempo que ele não dava mais audiência.

Tudo indica que esta campanha eleitoral será o réquiem de Serra, o seu enterro político, o seu fim.

Os partidos que sempre se opuseram a ele e à sua maneira de fazer política, especialmente o PT, poderão, finalmente, cantar vitória por ter conseguido tirar tal personagem de cena.
Resta saber quem o substituirá, já que mesmo os seus velhos correligionários não mais o suportam e tampouco fazem a menor questão de ajudá-lo neste momento.
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Contraponto 9098 - "Derrota de Serra em SP pode ser o golpe fatal na mídia de esgoto"

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30/08/2012

Derrota de Serra em SP pode ser o golpe fatal na mídia de esgoto


Do Blog do Mello - 30/08/2012


LinkAntônio Mello

A mídia corporativa ainda vai durar. Porque ela se adapta e tem gordura, principalmente vinda do exterior, quando necessita de socorro. Mas o esgoto vive do financiamento paulista, dos tucanos paulistas, que compram assinaturas de jornais, revistas, "suplementos educativos" etc.

Agora, com a derrocada de Serra (a dúvida que resta é apenas quanto ao tamanho do vexame), o Chacrinha do esgoto ("vocês querem petralha? olha o mensaleiro ai-ê!") e seus acólitos não terão mais quem lhes banque os processos na Justiça e acabarão em silêncio, como Policarpo, ou fugindo do país, como Diogo Mainardi.

Quando Serra tentou sua última cartada na eleição de 2010, lançando mão de todo tipo de baixaria, e perdeu, sua derrocada estava desenhada, como no vídeo que editei na época, em cima de imagens do Nosferatu de Herzog, que reproduzo a seguir.



Trocando Dilma por Haddad, o vídeo encerra seu ciclo.

Depois de Serra, os acólitos e parasitas que ainda vivem às suas custas e daquilo que representa.
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Contraponto 9097 - "Pagot acusa a Veja. Silêncio na mídia!"

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30/08/2012
Pagot acusa a Veja. Silêncio na mídia!

Do Blog do Miro - 30/08/2012 às 13:10

Por Altamiro Borges

Em depoimento nesta semana na CPI do Cachoeira, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Dnit, afirmou com todas as letras que o mafioso bancou reportagem na revista Veja para tirá-lo do cargo. “O contraventor [Carlos Cachoeira] mais um representante da Delta [Claudio Abreu] se uniram a um jornalista [Policarpo Júnior] para me derrubar”, desabafou. No Reino Unido, denúncias similares levaram Rupert Murdoch, imperador da mídia, ao banco de réus. No Brasil, o depoimento sequer virou notícia nos jornalões e nas emissoras de tevê.

Pagot deixou o governo em julho de 2011 em decorrência de denúncias contra o Ministério dos Transportes. Uma matéria da Veja foi o estopim da crise e da exoneração. O ex-diretor do Dnit foi acusado de superfaturar obras e receber propinas. “Foi um episódio amargo na minha vida. Sentia-me um morto vivo, um fantasma. Quando começo a me reestabelecer, tive a brutal notícia que um contraventor e um agente de uma empresa seriam os responsáveis pela reportagem que gerou o afastamento e posteriormente a exoneração”.

"Enfiei tudo no r... do Pagot", diz Cachoeira

Questionado pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), sobre as razões desta trama, Pagot afirmou que ela ocorreu devido a sua postura diante da construtora Delta, braço da quadrilha de Cachoeira. “Era pela atuação que vinha tendo ao Dnit, não dava vida boa a nenhuma empreiteira e prestador de serviço. Era muito exigente. Penso que por isso eles patrocinaram essa matéria jornalística para me tirar do Dnit”. Ele garantiu que a sua queda foi fruto de um complô envolvendo a quadrilha de Cachoeira, a Delta e a Veja!

Gravações da Polícia Federal reforçam esta tese. Numa delas, Carlinhos Cachoeira confirma para o diretor da Delta, Claudio Abreu, que “plantou” informações na Veja para favorecer a construtora. “Enfiei tudo no r... do Pagot”, gaba-se o mafioso ao telefone. Apesar dos fortes indícios da ligação da revista com o crime organizado, nada é feito para apurar os fatos. O depoimento de Pagot sequer aparece no noticiário. Nenhuma linha, nenhuma palavra, nada nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão.

O pacto mafioso da imprensa

De forma seletiva, a mídia pinça apenas o que interessa aos seus propósitos políticos – como a afirmação de Pagot de que participou do esquema de arrecadação de fundos para a campanha de Dilma Rousseff. Ele também disse que a Dersa, então dirigida por Paulo Preto, um dos “arrecadadores” de Serra, tentou desviar dinheiro do Dnit para a campanha tucana. Mas isto não virou manchete. Assim como as denúncias contra a revista Veja também sumiram. Desta forma, os barões da mídia mantêm o seu pacto mafioso!

Contraponto 9096 - "Ayres não aceita delação de Jefferson contra Dirceu"

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30/08/2012

Ayres não aceita delação de Jefferson contra Dirceu

Do Conversa Afiada - Publicado em 30/08/2012

No julgamento desta quinta-feira, o Ministro-Presidente Ayres Britto – sem se referir a Dirceu ou Jefferson – reforça a tese deste ansioso blogueiro de que Dirceu não será condenado.



O Conversa Afiada já tinha tratado da única “prova” de que José Dirceu era “o chefe da gang do mensalão” – para usar o que o PiG (*) diz ou quer dizer.

Foi ao reproduzir excelente artigo de Wálter Mayerovitch, na Carta Capital:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/08/23/barbosa-vai-aceitar-a-delacao-de-jefferson/

No julgamento desta quinta-feira, o Ministro-Presidente Ayres Britto – sem se referir a Dirceu ou Jefferson – reforça a tese deste ansioso blogueiro de que Dirceu não será condenado.

Ayres Britto, em resumo, disse que não aceita o que um co-réu diz, já que co-réu não tem a obrigação de dizer a verdade.

O que um co-réu diz só vale se for prestado diante de um Juiz, com a presença do acusado, com direito a se defender.

E se a denúncia se confirmar nos fatos.

Ou seja, Ayres Britto absolveu o Dirceu.

Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Contraponto 9095 - "Exemplo de mostruosidade jurídica: presumir conduta criminosa, julgar e condenar sem provas"

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30/08/2012

Exemplo de mostruosidade jurídica: presumir conduta criminosa, julgar e condenar sem provas

Do Maria Frô - 30/08/2012

Um fato realçado pela ministra do STF, Rosa Weber, durante a leitura do seu voto no julgamento da ação penal 470, a ação do mensalão, considerada a de maior relevância da história do STF:

Comentário do procurador do Estado Márcio Sotelo Felippe:

“Em outras palavras: ela disse que condenou sem provas. Ela presumiu porque a conduta tida como criminosa “não se faz sob os holofotes”. Atenção: isto é uma monstruosidade juridica. Era como se raciocinava nos processos medievais. Vivemos tempos muito difíceis. É um pesadelo uma Ministra do STF condenar em matéria penal sem perceber o erro brutal de lógica jurídica contida nessa afirmação.”

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Contraponto 9094 - "Mensaleiros tucanos, o STF espera vocês"


30/08/2012

Mensaleiros tucanos, o STF espera vocês

Do Conversa Afiada - Publicado em 30/08/2012

Há mais farsas entre o céu e a terra do que o PiG (**) pode admitir.



O Supremo Tribunal Federal tenta transformar “Caixa Dois” em “lavagem de dinheiro”.

Não se recomenda falar em “Caixa Dois”, porque faz parte da culinária brasileira, como goiabada com queijo.

Caixa Dois, por exemplo, a maior de todas na América Latina, foi a Privataria Tucana.

Onde o maior expoente do tucanismo, o Padim Pade Cerra, aparece como líder de um clã de largo espectro.

(Hoje, lamentavelmente, a liderança dele parece ofuscada por uma rejeição fenomenal.)

Vamos esperar o voto da Ministra Weber, que pretende trabalhar o conceito de “lavagem de dinheiro”.

Peluso, por exemplo, não gostou dessa interpretação de “lavagem de dinheiro”.

Mas, na página 4 do Globo, Ataulfo Merval de Paiva celebra: “a tese do caixa dois eleitoral é que é a farsa”.

Da mesma maneira, Ataulfo Merval de Paiva considera, com alguns juízes, que houve desvio de “dinheiro público”.

Na verdade, segundo o argumento de juízes que condenaram Marcos Valeriodantas e Pizzolato, tanto faz se o dinheiro era público ou não.

Mas, o dinheiro da Visanet não é público.

O dinheiro da Visanet é de um “consórcio”, como disse Peluso, de empresas, abastecido de pessoas privadas que usam cartão de crédito.

Desse consórcio, o Banco do Brasil tem 30%.

A União é acionista do Banco do Brasil.

Mas, o dinheiro da Visanet não faz parte do Orçamento da União.

Roubar dinheiro da Visanet não tira dinheiro do Bolsa Família.

Se um pé de chinelo arrombar um caixa automático do Banco do Brasil, o Orçamento da União não será afetado.

Mas, ao contrário, os lucros – elevados, devido a sua excelente gestão – do Banco do Brasil reforçam o Caixa Um da União e ajudam a levar dinheiro para o Bolsa Família.

(Gilmar Dantas (*) teve um momento de lacrimosa emoção ao se perguntar: meu Deus, o que fizeram com o Banco do Brasil ? E citou o ministro Lewandowski, que chamou de “balbúrdia” o que o Pizzolato fez do departamento de marketing do banco. Lewandowski não disse que a balbúrdia se espalhou pelo Banco do Brasil inteiro, como as quase-lágrimas de Gilmar pareciam deplorar.)

“Dinheiro público” é outra contribuição do Supremo ao léxico do PiG (**).

O Pizzolato não desfalcou a Dívida Pública.

Crime do Pizzolato foi denegrir o Ministro Luís Gushiken.

Crime de que compartilhou o Ministério Público, como disse o Nassif.

Como se sabe, Gushiken foi o primeiro dos dois ministros do Lula a ser absolvido pelo Supremo.

Outra contribuição do Supremo ao léxico pigânico é chamar Caixa Dois de “lavagem de dinheiro”.

Para poupar os tucanos.

(A propósito: Thomaz Bastos pode até dizer que não disse que se tratava de um esquema de Caixa Dois. Mas, que disse, disse. Ou é melhor processar o Estadão.)

(A propósito2: nada mais comovente na sessão desta quarta-feira que Thomaz Bastos saudar Peluso em nome dos advogados. Thomaz Bastos levou Peluso ao Supremo – Dirceu era contra. Natural que dele se despedisse.)

O interessante é que Ataulfo Merval de Paiva agora anuncia o fim do mundo para os mensaleiros tucanos.

O mesmo rigor da Lei que levará Dirceu à cadeia se abaterá – segundo a lógica merválica – sobre a cabeça do Eduardo Azeredo, do Marcos Valeriodantas e do assassino da modelo.

Diz ele:

“Os acusados das mesmas práticas no PSDB mineiro e no DEM de Brasília podem se preparar para o mesmo destino”.

Como se sabe, é no ambiente do mensalão tucano de Minas que Joaquim Barbosa se encontrará com Daniel Dantas.

Interessante também que, antes, a merválica pigânica (**) não se mostrava tão pessimista com relação aos tucanos de Minas.

Foi assim que este ansioso blogueiro lembrou que nem o Fernando Henrique Cardoso punha a mão no fogo pelo PSDB (de Minas).

(No encontro Barbosa x Dantas, vamos conhecer a sinceridade do amor pigânico por Barbosa.)

O Conversa Afiada espera poder tratar da “farsa desmontada” – brilhante título da colona (***) merválica desta quinta-feira – quando o Supremo legitimar a Operação Satiagraha (sim, porque o Supremo não vai tirar o Daniel Dantas da cadeia pela TERCEIRA vez !) e quando o brindeiro Gurgel acabar de ler os trezentos exemplares da Privataria Tucana que o Edu lhe mandou.

Há mais farsas entre o céu e a terra do que o PiG (**) pode admitir.


Paulo Henrique Amorim



(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***)
Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
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Contraponto 9093 - "10 coisas para a aposentadodria de Serra"

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30/08/2012


10 coisas para a aposentadodria de Serra

Por Rogério Tomaz Jr., no blog Conexão Brasília-Maranhão:


No dia 7 de outubro próximo terá fim a carreira de um dos melhores exemplos para ilustrar os conceitos do oportunismo, do carreirismo e do maucaratismo na política brasileira.

Tudo indica que José Serra será derrotado nas urnas no dia 7 de outubro ou, no mais tardar, no segundo turno da eleição à prefeitura de São Paulo (SP), a ser realizado no dia 28 de outubro.

Nesta quarta-feira (29) foi divulgada pesquisa do Datafolha que indica a inviabilidade eleitoral de Serra na disputa da capital paulista. Com rejeição gigantesca de 43% e ascendente e apoio de apenas 22% dos eleitores, índice cada vez menor, tem ficado evidente também o abandono da sua candidatura até mesmo pelo próprio partido. Celso Russomano (31%) lidera a disputa e o petista Fernando Haddad (14%), até há pouco desacreditado por todos, já aparece no retrovisor do tucano.

Com a derrota iminente, aproxima-se e o outono político daquele que se acha(va) “o mais preparado” dos brasileiros para ser presidente.

Ao longo da sua longa trajetória, Serra acumulou inimigos e adversários políticos dentro e fora do seu partido e do seu campo ideológico. Ele poderia tranquilamente entrar para o Guinness Book como o político com a maior quantidade e diversidade de desafetos políticos da história.

A partir de novembro, Serra, 70 anos, deve levá-lo a se ocupar como alguma coisa diferente de disputar eleições.

Seguem então 10 sugestões de coisas para o Serra fazer na aposentadoria.

1- Ir para a Itália morar com Diogo Mainardi e regressar às suas origens.

2- Ir para Washington trabalhar na CIA como “analista” internacional, ainda que possa não durar muito no cargo.

3- Virar comentador político no Twitter em tempo integral.

4- Juntar-se a Merval Pereira na Academia Brasileira de Letras.

5- Assumir a direção editorial da Folha de São Paulo, deixando Otavinho inteiramente disponível para o “livre pensar”.

6- Apresentar o programa “Trololó da Madrugada” na Band, com direção do Boris CCCasoy.

7-
Abrir uma consultoria com Paulo Preto de “apoio técnico a empresas interessadas em competir em licitações públicas no mercado da construção civil”.

8- Formar uma dupla sertaneja com Reinaldo Azevedo.

9- Lutar pela emancipação da República Autônoma Quatrocentona dos Jardins e Higienópolis.

10- Se nada der certo, fazer um implante capilar e pedir asilo político (junto com a Soninha) ao Uruguai, a nova terra da liberdade.
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Contraponto 9092 - "A onda Haddad"

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30/08/2012

A onda Haddad


Eduardo Guimarães

Há pouco mais de uma semana, um colunista, achando que faria graça com a candidatura de Fernando Haddad, asseverou que, para o petista vencer a eleição, teria que se converter em um legítimo fenômeno político-eleitoral em razão do tempo que resta para a eleição.

Pois bem: pesquisas Datafolha e Vox Populi divulgadas ontem (29.08) dão conta de que José Serra, em algo como um mês, perdeu cerca de um terço de suas intenções de voto, enquanto que Haddad, no período, quase triplicou as suas.

Na verdade, até entre o PT está havendo certa surpresa com o desempenho de Haddad por conta de uma questão que se pensava que influiria negativamente no processo eleitoral sobretudo da capital paulista, dado seu histórico de antipetismo: o julgamento do mensalão.

Ora, se o PT vem enfrentando dificuldade há anos em São Paulo, se o PSDB estabeleceu um feudo no Estado e se cristalizou na capital desde 2004, certamente que o eleitorado daqui deveria se embriagar com as overdoses de mensalão que a mídia está injetando na veia do público todo dia, o tempo todo.

Surpreendentemente, não é o que está se vendo. Assim como vem ocorrendo no resto do Brasil a mídia pode até mandar no STF, mas continua não mandando no povo, que parece estar sabendo separar o julgamento do mensalão das eleições.

Seja como for, aquele colunista tinha certa razão: se Haddad continuar crescendo no ritmo em que está crescendo e vencer a eleição, tornar-se-á um dos maiores fenômenos políticos da história recente.

Tentarão negar que sua candidatura está se tornando uma onda e dirão que o fenômeno da eleição é Celso Russomano. Nada mais falso. Ex-candidato a governador, amplamente conhecido por atuar há muito na tevê, não há nada de excepcional em seu desempenho.

Russomano vem surfando no desconhecimento de Haddad e na onda negativa que engolfa a candidatura Serra devido ao clima de constrangimento que está se formando entre os seus eleitores, pois falar mal de Kassab – e, portanto, de Serra – está virando moda em Sampa.

Em resumo: Russomano beliscou parte do eleitorado de Serra e poderá ficar com ele, mas a parte do eleitorado que pode votar em Haddad – e que está consigo – tem tudo para voltar às origens dada a superioridade política e de recursos do petista, que tem partido e tempo de televisão.

O fator Lula tem limitação para beneficiar Haddad. O ex-presidente não é tão popular assim em São Paulo, mas certamente tem um eleitorado muito consistente na cidade que inclusive já acedeu a um pedido seu para que votasse em uma desconhecida.

O eleitorado tradicional do PT e que pode atender ao pedido de Lula certamente é bem maior do que os 14% aos quais Haddad chegou nas pesquisas supramencionadas. Não existe lógica alguma para que essa transferência de votos não se acentue. Até porque, está aumentando.

Claro que o fator que mais está ajudando Haddad é que o horário eleitoral, em vez de ajudar Serra, prejudicou o tucano. A propaganda, como se disse aqui, reavivou a memória do eleitorado, fazendo com que se lembrasse de que quem lhe deu Kassab foi Serra.

Quando se escrevia neste blog, meses e até anos atrás, que a vida em São Paulo estava piorando, muitos podem ter pensado que aqui se estava fazendo política. Não era. Já escrevi isso um milhão de vezes e volto a dizer: viver nesta cidade está uma tortura.

A piora da qualidade de vida em São Paulo se acentuou sobremaneira nos últimos anos. As tensões sociais e a ausência de políticas públicas voltadas justamente para mitigá-las estão cobrando o preço dos atuais gestores da metrópole.

O suicídio eleitoral de Serra também teve contribuição do seu alienado programa eleitoral. A cidade que a campanha tucana mostra, nem as câmeras acreditam nela – que dirá o eleitorado. Pelo contrário: aquela cidade fictícia irrita.

O núcleo duro do eleitorado de Serra, hoje, concentra-se nas classes alta e média alta que não vivem a rotina da cidade e que têm poder de influência sobre setores inferiores da pirâmide social. Como essa elite não vive São Paulo, dá-se ao luxo de não se preocupar com ela.

Seja como for, a figura de Haddad, os recursos de sua campanha (tempo de tevê, grande marqueteiro etc.) e o esgotamento da paciência dos paulistanos com a eterna vitimização e exaltação de Serra pela mídia estão formando uma onda política, a onda Haddad.

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Contraponto 9091 - Charges on line do Bessinha


30/08/2012
Charges do Bessinha (724 e 726)



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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Contraponto 9090 - "O que pretende o blogueiro da Globo Ricardo Noblat com a enquete do mensalão, sugerir golpe de Estado"


29/08/2012

O que pretende o blogueiro da Globo Ricardo Noblat com a enquete do mensalão, sugerir golpe de Estado?


Do Blog do Mello - 29/08/2012

Antônio Mello

O STF (Supremo Tribunal Federal) como o nome diz, é a última instância do Judiciário, guardião da Constituição e do Estado Democrático de Direito

O blogueiro Ricardo Noblat parece que acha isso pouco e iniciou nova enquete em seu blog das Organizações Globo em que pergunta a seus leitores: "Você está disposto a aceitar qualquer decisão da Justiça sobre os acusados do processo do mensalão?" [veja na imagem ao lado].As opções são:


  • Só aceito a condenação de todos eles
  • Só aceito a condenação da maioria deles
  • Aceito qualquer decisão
  • Só aceito a absolvição de todos eles
  • Só aceito a absolvição da maioria deles
  • Não sei

O que ele pretende? Insuflar seus leitores a um golpe de Estado?

A opção mais votada, no momento em que li, era obviamente a primeira (graças ao perfil de seus leitores, a quem, evidentemente, ele se dirige). 70% só aceitam a condenação de todos eles.

Mas, como assim? E em não aceitando, o que devem fazer, agredir os ministros do Supremo? Ou partir para a agressão aos ditos mensaleiros, como já aconteceu com o alvo principal da mídia corporativa, José Dirceu? Veja reportagem abaixo em que Dirceu foi agredido a bengaladas.




Todos os réus do mensalão têm excelentes advogados. Caso sejam condenados, devem tentar reverter a sentença de algum modo, caso seja possível.

Mas, e nós, os cidadãos comuns? Os leitores do blogueiro das Organizações Globo que não têm como contratar advogados caríssimos, fazem o quê? Chamam os militares? Pregam o golpe? Ou descem bengalas nos ministros ou nos tais mensaleiros?

O que pretende o blogueiro - além, claro, de aumentar a visitação de seu blog?
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Contraponto 9089 - "Regulamentar as mídias não é controlá-las; é obedecer a Contituição"

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29/08/2012


Regulamentar as mídias não é controlá-las; é obedecer a Contituição

Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

Governantes trabalhistas não podem ficar à mercê de uma imprensa golpista. Ministro Paulo Bernardo, cadê a Confecom 2? E a estatal da banda larga? Cadê o projeto do jornalista Franklin Martins, que regulamenta e regulariza o setor midiático de negócios privados?

DE CRISTINA PARA DILMA: ROSTO DE LULA PARA NÃO ESQUECER AS MÍDIAS.
Eu vou repetir o que o jornalista Paulo Henrique Amorim disse uma vez no seu sítio “Conversa Afiada”: “Tenho inveja da Cristina Kirchner, da Argentina”. Eu também sinto inveja. E explico por quê. A presidenta trabalhista, herdeira política do ex-presidente trabalhista Néstor Kirchner, além de ter enfrentado com coragem a imprensa hegemônica, comercial e privada, apresentou projeto que trata da criação da Ley dos Medios, que é o marco regulatório para as diversas mídias, para os meios de comunicação, que, sem ser regulamentado (não confunda com censura), conforme acontece com os principais segmentos de atividade econômica, teima em desestabilizar governos trabalhistas legitimamente eleitos pelos povos da América do Sul ao tempo que, no decorrer de sua história, derrubados por golpes de estado promovidos pelos empresários, com o apoio bélico dos militares.

Por isso que eu também sinto inveja, porque há muito tempo os governos trabalhistas de Lula e agora o de Dilma Rousseff deveriam ter implementado o marco regulatório para os meios de comunicação, como acontece nos países desenvolvidos, que mesmo assim enfrentam problemas com esse setor empresarial, que faz do seu negócio uma arma para desestabilizar governos e moer reputações, sem, no entanto, quando erra ou comete crimes, não responde a ninguém, porque geralmente têm a cumplicidade de setores politicamente conservadores, como o Poder Judiciário, notadamente o Supremo Tribunal Federal (STF).

O poder midiático privado tem lado, ideologia, escolhe os partidos para apoiar, e candidatos, geralmente do campo conservador e não mede consequências para conseguir seus intentos, que são controlar a publicidade oficial e manter o sistema político e econômico, que transforma as concessões públicas dos meios de comunicação em concessões meramente privadas, cujos principais proprietários são os barões da imprensa. Esses grupos midiáticos combatem, historicamente, os governos trabalhistas e boicotam suas realizações ao ponto de a população brasileira não ter acesso às informações concernentes às obras de infraestrutura em andamento no País, além das conquistas sociais, como o Bolsa Família, o ProUni, o Enem, o Luz para Todos, as UPAs, as clínicas da Família, os PACs 1 e 2 — que fez com que o Brasil praticamente não sentisse a crise econômica de 2008 —, as carteiras de crédito para as micro, pequenas e médias empresas, além da criação de empregos, que superou a marca de dez milhões de vagas em apenas oito anos, bem como retirou da pobreza 31 milhões de brasileiros.

A AMÉRICA DO SUL ESCOLHEU ESTE CAMINHO, QUE NÃO É O MESMO DOS BARÕES DA IMPRENSA.
Além disso, o governo trabalhista incluiu 32 milhões de brasileiros na classe média(C), responsável maior pelo crescimento exponencial do mercado interno deste País, que movimentou a economia brasileira e assim garantiu milhões de empregos. Setores econômicos de siderurgia, automobilístico, indústria naval, petrolífero e de eletroeletrônicos foram recuperados ou incrementados e com isso tiveram um crescimento a taxas elevadíssimas, o que fez com que a economia nacional fosse descentralizada, ao ponto de permitir a redução das desigualdades regionais, o que acarretou a diminuição da migração de nordestinos e sulistas, que passaram a ficar em suas terras e nelas a trabalhar.

Todos esses fatos e realidades nunca ganharam destaque não imprensa corporativa e privada, que, golpista, passou a atacar o Governo Federal incessantemente, diariamente, com o propósito de paralisar o governo com o mesmo discurso da corrupção, exaustivamente usado contra os governantes mais importantes que o Brasil tivera em sua história, que são os casos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, e, em âmbito estadual, o governador Leonel Brizola, que governou o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul como um estadista.

A imprensa — repito pela milionésima vez — é importante, é fundamental para a democracia, tem de ser livre, tem de publicar, tem de denunciar e investigar, mas, contudo, tem de ser democrática e republicana e também voltada para os interesses da coletividade e não apenas dedicada aos seus interesses empresariais. A imprensa tem de fazer jornalismo dessa forma. Voltar a fazer jornalismo. Ouvir os atores sociais envolvidos em determinado caso ou acontecimento, e não apenas o indivíduo ou grupo ou a instituição privada ou não a qual a imprensa apoia ou é cúmplice de seus interesses. Este foi o caso recente, por exemplo, do ministro do Esporte, Orlando Silva, que caiu sem, no entanto, ter a oportunidade de ser ouvido, acusado que foi por um homem considerado criminoso, que foi preso e responde a processos e é acusado até de assassinato.

O CONTROLE DA MÍDIA SE DÁ POR PORTA-VOZES QUE COMBATEM OS INTERESSES DO BRASIL.
Além do mais, nada foi provado contra o ministro até o momento. Nada foi gravado com a voz do mandatário, bem como ele se dispôs a enfrentar esse processo draconiano promovido pela imprensa corporativa controlada por apenas quatro famílias, de tradição golpista, que se beneficiaram da ditadura militar. Orlando Silva solicitou à Corregedoria do Ministério e à Policia Federal que investigassem as denúncias contra ele. Não satisfeito, foi à televisão se explicar para a Nação, além de ter ido ao Congresso, onde foi atacado por um deputado medíocre, como o é Antônio Magalhães Neto, o ACM Neto, coronel político, oligarca da Bahia e herdeiro do ex-senador e governador Antônio Carlos Magalhães, um dos principais protagonistas da ditadura militar.

O ministro colocou seu sigilo bancário, fiscal e telefônico à disposição da Justiça e da autoridade policial federal, o que não foi suficiente para o governo Dilma Rousseff, porque o ministro caiu. Existem muitos outros exemplos, como comprovam a queda de outros cinco ministros, a CPMI do Cachoeira-Globo-Veja e o caso do “mensalão”. E agora, como fica o ministro, que foi apontado por maus jornalistas como um homem que pratica ilícitos, ilegalidades e, portanto, crimes. A mídia vai responder no Judiciário? Vai dar espaço para o Orlando Silva responder e se defender?

Passaram-se meses e nada foi feito. É como se a imprensa estivesse em outro mundo no qual tudo pode ser permitido, até moer reputações e ficar por isso mesmo. Até quando os governantes e os legisladores vão permitir esse estado de coisas? O segmento midiático não vive em um mundo paralelo. A Constituição existe e tem de ser respeitada, a começar pela regulamentação da própria Carta Magna, no que tange aos meios de comunicação. Quando o Governo Dilma vai romper com o monopólio dos empresários de comunicação? Quando vai ser efetivada a regulamentação das mídias, que propiciará à Nação ter, enfim, uma Lei dos Medios, a exemplo da Argentina e dos países considerados desenvolvidos? Basta ter coragem e respeitar a Constituição.

AS REDAÇÕES DA GRANDE IMPRENSA TRATAM DOS INTERESSES DOS NEOCOLONIALISTAS.
Sinto tibieza e medo desse governo perante a imprensa, ao poder midiático privado e cartelizado. Dilma Rousseff e seu grupo político governam o Brasil e por isso tem de enfrentar os barões da imprensa. Esses megaempresários estão insatisfeitos com o governo porque, antes de tudo, eles são de direita, e, consequentemente, detestam o trabalhismo. Além da questão ideológica, o maior motivo para tantos ataques e afrontas ao governo é porque os barões tiveram suas verbas publicitárias diminuídas, e muito, pelo Governo Lula, que pulverizou tais recursos entre as empresas de pequenos e médios portes em todo o Brasil. Realmente, esse importante fato deixou os barões da imprensa nativa furiosos. A presidenta Dilma tem de seguir os passos da presidenta Cristina Kirchner, que aprovou a Ley dos Medios, que é nada mais do que a regulamentação do setor midiático. A regulamentação não é censura como querem fazer crer os jornalistas contratados pelos barões para defender seus interesses e com isso confundir a população, a opinião pública.

Não se pode tergiversar com a imprensa privada e corporativa. Ela não gosta dos trabalhistas e não têm compromisso com o Brasil e o seu povo. A presidenta Dilma deveria determinar ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que rapidamente efetive o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que vai disseminar a internet e através dela democratizar a informação. O resultado é que, a partir desse processo em desenvolvimento, vai acontecer a diminuição do poder exagerado do cartel midiático, da imprensa de negócios privados, que, sistematicamente, boicota os programas de governos, ainda mais quando são colocados em prática por mandatários nacionalistas e trabalhistas, além de determinados a atender os interesses do povo brasileiro.

Entretanto, a questão fundamental eu deixo para o fim deste artigo. A presidenta Dilma Rousseff não pode temer a imprensa. A mandatária foi eleita para defender seu programa de governo, que não é somente dela, mas, sobretudo, de seus eleitores, e, evidentemente, do conjunto da sociedade. A imprensa burguesa é golpista e não respeita o voto da maioria quando das eleições. Nunca respeitou. Dilma e seus ministros tem de responder às acusações, às “denúncias” à moda Veja, Época, Folha etc., quando infundadas ou sem provas, também na televisão aberta (Jornal Nacional) e em horário nobre. O propósito dessa estratégia é rebater acusações injustas e até mesmo justas, no sentido de dar satisfação ao povo brasileiro, bem como tirar suas dúvidas, no que é relativo ao que a imprensa informa sem, contudo, ser questionada e principalmente desmentida. Quem cala, consente; ou se torna cúmplice.
A TV BRASIL TEM DE RECEBER RECURSOS, AMPLIAR SUAS TRANSMISSÕES E SER COMPETITIVA. A BBC É ASSIM E TODO MUNDO A ADMIRA. POR QUE O BRASIL NÃO PODE TER UMA TV ASSIM?


Além disso, a televisão pública tem de receber mais recursos, tornar-se mais presente na sociedade, não com o intuito de defender governos, mas para mostrar o trabalho, por exemplo, de infraestrutura que está a ser feito há dez anos no País e não é mostrado pelas televisões comerciais, porque a imprensa privada e imperialista não mostra nada, já que ela se transformou em uma máquina de escândalos para sangrar a quem ela combate e faz oposição. A ser assim, o contribuinte fica sem saber para onde foram os impostos arrecadados pelo Estado brasileiro.

O que não pode continuar é o Governo trabalhista governar em uma condição de caça, à mercê dos ditames da imprensa golpista, que se comporta como caçadora. Cristina Kirchner agiu exatamente dessa maneira. Dilma também deveria agir assim. Quem brinca com fogo se queima. Quem alimenta leão com vara curta fica sem o braço. Eu estou com inveja da Argentina e da Cristina Kirchner. Ministro Paulo Bernardo, cadê a Confecom 2? E a banda larga? Cadê o projeto do jornalista Franklin Martins, que regulamenta e regulariza o setor midiático? É isso aí.
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