Eduardo Guimarães
Já se vão quatro dias desde que o blogueiro da Globo Ricardo Noblat divulgou suposto descontrole verbal que o ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias Tóffoli teria tido ao deixar festa da qual ambos participaram na última sexta-feira.
No último sábado, Noblat reproduziu em seu blog “de cabeça”, segundo escreveu, insultos de baixíssimo calão que teriam sido proferidos pelo magistrado contra si. O relato do blogueiro, aliás, reproduz, de forma absolutamente desnecessária, cada palavrão que teria sido dito.
No mesmo dia, em comentário no blog em questão, filho do ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence contestou o blogueiro dizendo que acompanhou Tóffoli até a saída da tal festa e que em nenhum momento ouviu o que foi dito que o magistrado teria proferido.
Ainda naquele dia, Noblat postou no Twitter que o filho de Pertence,Eduardo Pertence, telefonou-lhe para “pedir desculpas” por tê-lo desmentido. Além disso, apesar de ter dito que reproduziu “de cabeça” os supostos insultos de Tóffoli, Noblat insinuou que “gravou” tudo.
Até o momento, porém, o acusador, que tem o ônus da prova, nem apresentou a tal gravação nem qualquer prova de que o filho de Pertence lhe pediu “desculpas”. E muito menos alguma testemunha do hipotético destempero de Tóffoli.
A estranha iniciativa do blogueiro não parou por aí. Além de ter passado o sábado e o domingo provocando e desafiando pelo Twitter aquele que acusou a negar a acusação, na segunda-feira Noblat publicou novo post em que persistiu na provocação e no desafio.
A melhor análise do episódio é do editor da revista Fórum, Renato Rovai, que desvendou o que está por trás de tudo isso. Se tivesse caído na armadilha da Globo e batido boca com o blogueiro global, Tóffoli, aí sim, poderia impedir a si mesmo de julgar o mensalão.
Na opinião deste blog, porém, a armadilha para impedir o magistrado de participar do julgamento do mensalão não foi de Noblat, mas de seus patrões. Só que foi tudo em vão porque, espertamente, Tóffoli não lhes deu a menor bola.
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