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14/10/2013 

 

 As incompreensões e a marca do governo Dilma


Dizem por aí que o governo Dilma Rousseff ainda não tem uma 'marca'... Primeiro, não concordo com isso (depois voltaremos ao assunto). Segundo que em outubro de 2005 o governo Lula ainda não tinha a marca do social consolidada.

Será que as pessoas já esqueceram das agruras do primeiro mandato de Lula? O governo federal era atacado diuturnamente pela direita e pela 'esquerda'. A direita desferia potentes ataques moralistas e a 'esquerda' ganizava impropérios contra o PT que, segundo ela, havia traído a luta dos trabalhadores.

A consolidação da figura pública de Lula se deu após as eleições de 2006, em grande parte, e, final e paradoxalmente, após o Crash de 15 de setembro de 2008, quando ruiu o mundo neoliberal após a quebra do Banco Lehman Brothers.

Porque exigem hoje de Dilma algo que não exigiram sequer de Lula, quando o mesmo tinha apenas três anos, nove meses e catorze dias de mandato?

O governo Dilma tem marca sim senhor! E não é só uma. A marca do social, conquistada por Lula, se mantém intacta e potencializada no governo Dilma. Todos os programas sociais da era Lula estão preservados no governo Dilma.
A política nacional de valorização do salário mínimo é rigorosamente a mesma construída no governo Lula. E o pleno emprego que o Brasil conhece hoje é algo que nem no governo Lula foi possível de se atingir.
Além de tudo isto, e como complemento disto, o governo Dilma entrará para a história com o maior programa de desenvolvimento da infraestrutura de que se tem notícia nos últimos 40 anos.

A transposição do rio São Francisco (imaginada por D. Pedro II) está 47% concluída e a obra será entregue no início de 2016. O Brasil ficou mais de 30 anos sem construir uma única refinaria e já em 2014 teremos a inauguração da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

Em 2016 entra em funcionamento o complexo do Comperj, no Rio de Janeiro, e ainda existirão, até 2018, as inaugurações das refinarias Premium I e II, no Ceará e no Maranhão. Teremos também, e já no ano que vem, a inauguração das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, agregando quase uma Itaipu ao sistema elétrico nacional.

A carteira de investimentos da Petrobrás é gigantesca para os próximos anos (mais de 200 bilhões de reais)!

Enfim, estes são alguns poucos exemplos das inúmeras, centenas, milhares de obras de infraestrutura que estão sendo tocadas por Dilma Rousseff neste incomensurável canteiro de obras chamado Brasil.

E, melhor ainda, Dilma promoveu uma benéfica desvalorização cambial (que tem pressionado um pouco a inflação), em favor das indústrias nacionais. Dilma assumiu em janeiro de 2011 com uma taxa de câmbio de 1,65 reais por dólar. Em janeiro de 2012, a taxa estava em 1,86 reais por dólar. Em janeiro de 2013, a taxa estava em 2,04 reais por dólar e hoje a relação está em 2,18 reais por dólar.

Ainda há espaço para aumentar gradativamente a desvalorização, esse é o movimento correto empreendido por Dilma desde que assumiu a presidência.

Há um pano de fundo n'algumas críticas atuais que surgem contra o governo Dilma. Umas surgem por ignorância, outras por má-fé, outras por esquecimento de períodos recentes da política nacional e outras, sinceras, mas equivocadas críticas.

O governo Dilma é uma continuação qualificada dos governos de Lula. E Lula sabe perfeitamente disso! É um governo que está desagradando pelos seus acertos, pela sua fidelidade aos pressupostos delineados ainda quando Dilma era a Ministra Chefe da Casa Civil de Lula.

A direita a critica pelo que denomina de excesso de intervenção estatal na economia. Pelo viés da direita, a crítica é correta, afinal de contas nenhum governo apostou mais na intervenção estatal na economia, nos últimos 30 anos, do que o governo Dilma.

Pelo lado da 'esquerda', as críticas ao governo Dilma são basicamente as críticas que eram feitas contra o governo Lula. Equivocam-se novamente os adeptos do esquerdismo! Dilma está sendo muito mais intervencionista que Lula em vários e vários setores da economia nacional.

Em 2014 teremos a avaliação de tudo isto e a certeza de que Lula estará em todos os palanques nacionais defendendo o governo Dilma.

Ele sabe que o governo Dilma é uma continuação do seu e que foram justamente estas experiências que mudaram o Brasil nos últimos dez anos, enterrando o período neoliberal, fortalecendo a integração sulamericana, a soberania nacional e construindo os caminhos de que o país precisa para se desenvolver econômica e socialmente.

A marca, ou as marcas do governo Dilma Rousseff estão aí, para quem quiser ver! São as marcas do desenvolvimento econômico, da distribuição de renda, da redução das desigualdades sociais e regionais, da preservação da soberania nacional e da qualificação da infraestrutura nacional, dentre outras várias.

Como já foi dito, o governo Dilma é uma continuação qualificada dos governos de Lula. E ambos representam o vigoroso projeto de mudança implementado na América do Sul por Hugo Chávez, Néstor Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa e tantos outros.

Cuidemos, portanto, dos que pretendem destruir esta vigorosa época de mudanças, perdão, como diz o presidente Rafael Correa, não se trata de uma época de mudanças, mas sim de uma mudança de época.

Os adversários tradicionais do projeto de emancipação do país continuam aí a vociferar impropérios, mas há um elemento novo, uma tal de 'terceira via'... Esta 'terceira via' não passa de um disfarce. É a direita querendo enterrar de vez o legado de Lula e Dilma. Para tanto, se apresentam agora em nova roupagem.
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