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10/09/2013
Campos e Marina lançam campanha “com quem será?”
Tijolaço - 10 de outubro de 2013 | 17:18
por Fernando Brito
Em quase 40 anos acompanhando a cena política brasileira, confesso aos amigos que nunca vi nada tão deprimente quanto o comportamento da dupla Eduardo Campos e Marina Silva.
A entrevista “coletiva” (literalmente) concedida pelos dois hoje, em São Paulo – onde o Governador tucano Geraldo Alckmin os recebeu de gravata “marineira” verde – é uma peça que qualquer imprensa séria se encarregaria de chamar pelo nome: ridículo.
Os dois anunciaram (?) que não sabem se serão um com outra, outra com um ou um ou outra com outro alguém os candidatos à Presidência.
Isso, os novos gênios da política descobriram, seria cometer “os mesmos erros das práticas políticas” que a dupla condena.
Ou seja, pedir votos ao eleitor dizendo para quem são estes votos agora é uma “prática política” condenável, antiga.
Dizem que pedirão votos para um programa.
Qual programa?
Ah, eles decidiram hoje que , no dia 29, vão promover um encontro “para estabelecer diretrizes para o programa da candidatura da chapa em 2014″. Diretrizes, vejam bem…
Quer dizer, temos uma candidatura sem candidato e sem programa, visto que ainda vão, daqui a 19 dias, sentar para definir as “diretrizes” para fazê-lo. (Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)
Portanto, caro leitor e rara leitora, você não vai saber até lá se querem seu voto para privatizar ou reforçar o Estado, ou se é para manter o Mais Médicos ou não, se vamos fortalecer a Petrobras para explorar o pré-sal ou se vamos deixar lá nas profundezas esse líquido nojento, viscoso e poluidor, se o Brasil vai caminhar para trás ou para frente, para a direita ou para a esquerda.
E só em meados de 2014 se será Eduardo ou Marina o fiador deste programa que não se sabe qual é.
A única coisa sincera na entrevista foi a declaração de Marina, citada na CBN, de que o encontro entre ambos se deu porque ela tinha uma funda (atiradeira) para derrubar um gigante e Campos tinha cinco pedras na mão para jogar contra ele. Juntos, portanto, são mais fortes para destruí-lo.
Destrui-lo para construir o que? Depois se vê, não é importante.
Porque, para ambos, o poder é apenas uma ambição pessoal, para qual se alimentaram por anos no situacionismo, antes de partirem, famintos, para esse “ninguém é de ninguém, desde que tudo seja nosso”.
Mas a elite brasileira, e seu porta-voz, a mídia, não se importa com isso, porque o Governo não lhes é importante, como é importante ao povo.
O único problema que os move, nas eleições, é que não se venha mais com essa história de colocar gente no Governo que se preocupe mais com o Brasil do que com as pompas e poderes minúsculos que lhes concedem, escravos do “mercado” e do sistema, que absolvem e aplaudem o seu vazio.
O que é ôco, em política, não se engane, está cheio de conservadorismo, que muda apenas para que não lhe reconheçam e o derrotem.
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