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31/01/2014
Oposição: procura-se
Da Carta Maior - 30/01/2014
A crítica competente é fundamental para o desempenho de qualquer governo. Quanto a isso, estamos à míngua. A oposição brasileira é rústica como oposição.
Wanderley Guilherme dos Santos
Se depender da oposição o
País não vai andar. A infantilidade de seus protestos explica o agônico
socorro que está pedindo à descabelada desordem urbana. De seu próprio
ventre, nada. Criticar a autoridade fiscal, por exemplo, por ter usado
tributos e dotações dos leilões para fechar as contas equivale a
desancar o quitandeiro porque equilibra o livro-caixa recebendo o que
lhe devem. É curial que o governo troca tributação por serviços,
administração e projetos. Lá uma vez ou outra parte dos impostos se
transforma em subsídios diretos e indiretos ao consumo e às despesas dos
grupos vulneráveis. Chama-se redistribuição de renda e vem ocorrendo há
pouco mais de dez anos no Brasil. É isso que provoca espuma na garganta
oposicionista e a faz perder o senso de ridículo.
Desdobrar desembolsos no tempo é uma espécie de versão macroeconômica da compra a crédito, o uso calculado da renda e do gasto futuros. A dívida das pessoas deve ser compatível com a proporção comprometida da renda esperada face ao dispêndio incompressível que virá a ter. Trata-se de uma questão de ser ou não leviano em relação à própria economia. E é preciso muita leviandade para que eventuais desmandos, ou desvairada presunção, conduzam à falência. Desde a redemocratização de 1945 foram necessárias décadas dos mais variados governos, inclusive ditatoriais, até que os livrescos sábios do PSDB conseguissem a proeza de quebrar a economia brasileira três vezes em não mais do que oito anos. (Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)
Quando as mesmas vozes do passado esgoelam-se em advertências sobre a dívida pública, bruta ou como proporção do produto interno, com que diabos de autoridade pensam estar falando? Não possuem nenhuma imaginação ou criatividade e o bolor das receitas sugeridas tem um só resultado, se aviadas: desemprego. Existe uma crônica morbidez no pensamento conservador que o faz recuar diante da saúde e saudar os sintomas patológicos de vida social. Talvez por isso aplauda a proliferação dos micróbios (pequenos grupos de desordeiros, em geral), sem se dar conta de que estes são a hiperbólica evidência do fracasso oposicionista, ele mesmo.
Mas a pantomima máxima revela-se na busca de recordes. Os furos pelos quais compete a grande imprensa foram transferidos das páginas de esportes e da previsão do tempo para as manchetes, mas com significados distintos.
Excepcionais desempenhos em natação, maratona e salto a distância refletem o aprimoramento físico da espécie, o apuro no treino e a perseverança nos treinos. Já os indicadores de temperatura nos explicam o bem estar ou seu contrário em condições de exacerbado calor ou frio. Por isso comparam números de hoje com os de ontem ou de há dez anos conforme o caso. Mas as manchetes das primeiras páginas são pândegas. Títulos chamativos advertem que aumentou a ameaça inflacionária enquanto o texto explica que houve uma variação para mais no quarto dígito depois da vírgula, algo que não acontecia há dezoito, vinte e três ou não sei lá quantas semanas. Ou seja, o furo jornalístico não quer dizer absolutamente nada.
Pelo andar da carruagem é de se esperar escândalos informando que o desemprego na tarde de quarta feira passada foi o maior já registrado em tardes de quartas-feiras de anos bissextos. Ao anunciá-los os apresentadores de noticiários televisivos farão cara de fralda de bebê, suja.
Enquanto o País muda a pele, subverte rotinas, enfrenta e experimenta uma realidade inédita – a liquidação da miséria extrema – e veloz reestruturação de seus contingentes sociais, o reduto oposicionista balbucia indignações esfarrapadas. E a crítica competente é fundamental para o desempenho de qualquer governo. Quanto a isso, estamos à míngua. A oposição brasileira é rústica como oposição, não está preparada para governar.
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É isso ai Wanderley... Esses rola-bostas da imprensa golpista lembra do jornalista de terceira que dizia que:"Quando agente não entendo do assunto, agente enrola e complica pra mostrar serviço pro patrão". "quando NÃO agente vira um PREC e :PERGUNTA, RESPONDE,EXPLICA E COMPLICA"... Com relação a escala técnica da Presidenta em Lisboa, você e o povo que acompanha a procissão do Círio no Pará certamente sabe que o PIG apenas quis devolver as críticas feitas em alguns jornais e redes sociais a viagem de férias do JB a Europa com dinheiro público a título de fazer dois bate-papos entre amigos por lá. Simplesmente ridículo!....
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