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31/01/2014
Helena Chagas era a Secom “foca”
Por Davis Sena Filho
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Helena Chagas, à frente da
Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, comportou-se
como uma jornalista “foca” — a Secom “foca”. Não por ser profissionalmente uma “foca”,
como são chamados os jornalistas em início de carreira, mas, sobretudo, por parecer
uma “foca” de apresentação circense, a bater palmas enquanto o circo pega fogo
e ela se omite e se afasta do processo de embate, a tocar lira e a não
responder à altura aos ataques sistemáticos ao Governo trabalhista nos três
anos que chefiou a Secom.
A Secretaria é um órgão
estratégico para qualquer governo e sempre deveria ser ocupada por quem tem
discernimento para perceber os acontecimentos políticos e, principalmente, coragem
para enfrentar uma imprensa de negócios privados e controlada por meia dúzia de
famílias bilionárias e extremamente conservadoras, que tratam, arbitrariamente,
o Brasil de 200 milhões de habitantes e que é a sexta economia do mundo em
grandeza como os quintais das casas delas.
Há muito tempo a atuação da
jornalista Helena Chagas é questionada pelo PT, por seus políticos eleitos e
também pelos seus militantes. Nunca, em momento algum, a Secom tratou como
rotina a ser cumprida o fato de mostrar as realizações do Governo trabalhista,
bem como rebater, sem demora e com firmeza, as acusações e denúncias contra o
Governo do qual Helena Chagas participou.
Diga-se de passagem, acusações
e denúncias muitas vezes infundadas, além de notícias repercutidas em off e declarações
da oposição de direita, que, invariavelmente, considera quaisquer questões ou
problemas a serem resolvidos em um “Deus nos acuda”, cujo propósito é desgastar
a imagem do Governo, da presidenta Dilma Rousseff, do PT e, consequentemente,
sabotar os programas sociais, alguns tidos como referências em âmbito
internacional, porque o que vale para a imprensa familiar e alienígena é a luta
política, que vai ter seu ápice em outubro deste ano quando o povo brasileiro
vai às urnas escolher o político que vai sentar na cadeira da Presidência da
República.
Helena Chagas não é uma
profissional fraca ou incompetente. Contudo, não é talhada para ocupar um cargo
e exercer uma função que requer, antes de tudo, descompromisso com a mídia
corporativa, de mercado, que, inquestionavelmente, quer pautar e pauta autoridades
da República, a começar por alguns juízes do STF e TJ, promotores do MPF, parlamentares
do Senado e da Câmara e até mesmo políticos que ocupam cargos no Executivo e
que, por conveniência, cumplicidade e medo, fazem o jogo dos magnatas
bilionários de imprensa, que lutam, sem dar trégua, para que a direita
brasileira retorne ao poder federal.
A ministra Helena Chagas se
conduziu, a meu ver, de maneira pusilânime e acanhada, no que diz respeito à
sua atuação como chefe de Comunicação Social do Governo trabalhista. E mais do
que isto: jamais defendeu o Governo como deveria fazê-lo, ou seja, rebater e
responder a qualquer acusação e denúncia feita pela oposição liderada pelo
PSDB, pelo Ministério Público Federal e principalmente pela imprensa
empresarial, que no passado apoiou não somente um golpe de estado, bem como foi
aliada constante dos cinco presidentes generais que governaram, ilegalmente,
este País em um longo período de 21 anos.
Acontece que Helena Chagas é “filha”
da imprensa dos barões, particularmente o jornal O Globo e sempre teve, o que
não é um pecado, boas relações com o sistema midiático hegemônico e que há mais
de dez anos atua e age como um verdadeiro partido político, defensor dos
interesses da Casa Grande, das grandes corporações privadas estrangeiras e de
governos dos países considerados desenvolvidos, notadamente os Estados Unidos.
A jornalista Helena Chagas
compôs com o sistema midiático empresarial e nunca o enfrentou quando era
necessário. Ponto! Afinal, ela pertence a um governo cuja comunicação social
não consegue ampliar suas realizações para repercuti-las em todo o Brasil.
Simplesmente a maioria da sociedade que elege os mandatários trabalhistas, a
exemplo de Lula e Dilma, não tem acesso à informação, no que concerne saber e
compreender o que está a ser realizado no Brasil em termos de obras em geral e infraestrutura,
em particular, além de os inúmeros programas sociais, que são um sucesso, serem
desconstruídos pela mídia de caráter golpista, que, incessantemente, luta para
que o Brasil não seja independente e que seu povo não conquista a emancipação.
Nunca compreendi o porquê de o PT
e de muitos de seus líderes terem a necessidade de flertar com a direita ou com
gente pertencente ao sistema, ao establishment, como é o caso de Helena Chagas
e de muitos outros que se aproximaram dos trabalhistas e dos socialistas, mas
que, no fundo, apenas queriam poder e fama ou talvez apenas ocupar cargos ou dar
opiniões para sanarem os vazios de seus orgulhos e vaidades.
Eu defendo o PT, porque
acredito em seu programa de Governo e projeto de País. Ponto! Não que o PT não
cometa erros, equívocos e que até mesmo alguns de seus membros tenham cedido à
tentativa de fazer malfeitos. A questão não é esta. O que me chama a atenção é
que o PT ainda cede ao status quo e se envolve com pessoas que não estão
dispostas a defender o programa apresentado pelos petistas ao grande e nobre
povo brasileiro, a nossa verdadeira elite, porque chique e trabalhador e livre
de ter a alma colonizada e com complexo de vira-lata, como acontece com os
ricos e a classe média tradicional deste País.
Helena Chagas tão somente se
omitiu e atuou como “dama” de companhia da presidenta Dilma Rousseff e não como
uma assessora que está no cargo para defender o Governo. Não brigou, não lutou,
não respondeu à altura, não divulgou as incontáveis obras e os programas
sociais e, sobretudo, não rebateu, de pronto, as acusações — as injustas, e
muito menos se dispôs responder, com determinação e firmeza, as muitas
denúncias vazias da imprensa golpista, no que concerne a acusar autoridades de
cometerem crimes e, depois de algum tempo, ficar comprovado que tal acusado não
cometeu delitos, porém, teve sua imagem manchada e sem direito a dar uma
resposta contundente através da mídia de seus detratores. Isto aconteceu e
esses fatos são inquestionáveis, pois verdadeiros.
Pelo contrário, quando alguém
do Governo trabalhista ou setores importantes da sociedade civil falavam em
criar uma nova Lei para os Meios de Comunicação, como aconteceu na Argentina,
além de existir nos Estados Unidos e na Inglaterra, Helena Chagas sempre fez
ouvidos moucos, porque compromissada com o sistema midiático privado, já que
foi funcionária com cargo de chefia nas Organizações(?) Globo, bem como em
outras empresas as quais ela sempre tratou com pão de ló e com uma paciência
que até o Jó, personagem bíblico, a perderia.
A verdade é que a jornalista
Helena Chagas não fez o que deveria fazer. Entretanto, a culpa por isto ter
acontecido é mais da presidenta Dilma Rousseff do que propriamente da chefe da
Secom, que afirmou que vai deixar o cargo em março. Espera-se que o novo titular
da Pasta seja um profissional que defenda o Governo trabalhista com rapidez e
mostre o Brasil que a imprensa elitista se recusa a mostrar. Para isto, tem de
mostrar coragem. Já era tempo e hora de haver mudanças.
Aproximam-se as eleições, que
vão ser muito duras e vão mobilizar a direita como ela nunca se mobilizou
antes. Os conservadores estão fora do poder há 12 anos e só em pensar em perder
de novo outra eleição para os trabalhistas sentem calafrios e o desespero toma
conta de suas esperanças de voltar no tempo e, consequentemente, edificar um
País do sonho de nossas “elites” herdeiras da escravidão e proprietárias das
casas grandes, que é o de desconstruir o que foi feito e, por sua vez,
construir um Brasil VIP, portanto, para poucos e a ter como vocação o
retrocesso. É isso aí.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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As eleições se aproximam.
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Está na hora do "bateu, levou".
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Como diria o falecido Zé Limeira - folclórico torcedor do time do Ferroviário aqui do Ceará - "este negócio de paz e amor já era. O negócio agora é pau e muito pau..."
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Vejamos como se comporta o novo titular da Secom.
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Nobre Sena,
ResponderExcluirLembremos do caso do general amaury kruel: seis malas grandes repletas de dólares - somente de cédulas de alto valor. Não seria o caso da 'complacência' da ex-distinta titular da SECOM?
Quanto ao atual titular, felizmente, não consigo imaginá-lo em tão grande fraqueza.
Abraços,
José Sabino
O Pueril