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26/01/2014
JornalGGN - dom, 26/01/2014 - 06:00
- Atualizado em 26/01/2014 - 09:32
Os ecos de Davos foram plenamente
favoráveis à presidente Dilma Rousseff. No World Economic Forum, o mais
importante evento do capitalismo mundial, sua fala recebeu elogios
gerais, conforme a cobertura dos jornais brasileiros.
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Há um sem-número de críticas quanto à
forma do governo, às vulnerabilidades da política econômica, à
insuficiência dos gestores. Critica-se a contabilidade criativa, a forma
como foram distribuídos subsídios, as idas e vindas dos leilões de
concessão.
Embora sejam críticas consistentes, elas
se referem ao periférico. É evidente que, com Ministros mais
eficientes, com visão técnica mais apurada, com maior abertura na
discussão de políticas públicas, o caminho seria mais fácil. Mas não é o
essencial. No máximo, provocam algum atraso no deslanche da economia.
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O essencial foi dito por Dilma nos seus
dois discursos: o compromisso com a responsabilidade fiscal, com o
controle da inflação, com o câmbio flutuante e com os investimentos
privados em áreas cruciais, como da infraestrutura. E, claro, com a
construção de um país de classe média, sem a pobreza aviltante que o
marcou historicamente.
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Os discursos de Aécio Neves e Eduardo
Campos trazem poucas variações em torno do mesmo tema. Os pontos em
comum trazem mais informações sobre o futuro do país do que eventuais
pontos de discordância: significa o alinhamento em torno de princípios
consolidados.
Significa o país caminhando para um
modelo similar ao europeu: um partido de centro-esquerda, nos moldes
trabalhistas; outro de centro-direita, mais liberal; partidos menores
ocupando o espaço da extrema esquerda e da extrema direita, mas sem
comprometer a polarização.
Nem se pense que o PSDB tenha lugar
cativo na centro-direita. Se não se sair bem nas próximas eleições, esse
espaço poderá ser ocupado pelo PSB de Campos.
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O importante é que se consolidaram os princípios centrais desse modelo brasileiro.
- Capitalismo social, com foco nas políticas de inclusão social e de combate à miséria
- Fortalecimento de um setor produtivo privado, especialmente com os programas de concessão e do pré-sal, redução de juros e melhoria do câmbio. Há muitos furos nessa caminhada, especialmente a forma como o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) de Luciano Coutinho tratou os tais “campeões nacionais”. Mas são exageros corrigíveis.
- Democracia participativa. Houve um recuo no governo Dilma, com as decisões de gabinete. Mas as próprias manifestações de junho passada indicam a irreversibilidade da construção de políticas públicas coletivas, retomando o espírito da Constituição de 1988.
- Ênfase em investimento, inovação e educação
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Há muitos ajustes a se fazer. Tem-se um
ambiente econômico anti-empreendedorismo, um Banco Central que recuou na
caminhada anterior, de romper com dogmas de mercados e contas externas
pouco favoráveis. E há um rombo preocupante nas contas externas.
Mas são problemas que a própria dinâmica da democracia brasileira tratará se acertar.
O maior desafio foram as eleições de
2010. O exorcismo de José Serra foi o desafio final para a consolidação
desse modelo. Tivesse sido eleito, a economia teria parado e Serra
estaria buscando os álibis nos inimigos externos. E 25 anos de
construção democrática teriam ido para o fundo.
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