segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Contraponto 13.128 - Ostracismo?

247 - Em Londres, onde cumpre a última etapa de suas férias, com diárias pagas pelo Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa decidiu bater duro nos condenados na Ação Penal 470.
O motivo foi a entrevista recente do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara dos Deputados, que criticou a "pirotecnia" e a "falta de civilidade" do chefe do Judiciário (leia mais aqui).

"Esse senhor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, pelos 11 ministros do STF. Eu não tenho costume de dialogar com réu. Eu não falo com réu", disse Barbosa. "Não faz parte dos meus hábitos, nem dos meus métodos de trabalho ficar de conversinha com réu."

O ministro também criticou a imprensa brasileira por dar voz aos condenados. No caso de João Paulo, nunca é demais lembrar, que ele foi condenado por Barbosa de maneira irregular – o juiz apontou como desvios verbas que foram efetivamente pagas pela Câmara dos Deputados a veículos como Globo, Abril e Folha. "Eu tenho algo a dizer: eu acho que a imprensa brasileira presta um grande desserviço ao país ao abrir suas páginas nobres a pessoas condenadas por corrupção. Pessoas condenadas por corrupção devem ficar no ostracismo. Faz parte da pena", afirmou o presidente do Supremo. "No Brasil, estamos assistindo à glorificação de pessoas condenadas por corrupção à medida em que os jornais abrem suas páginas a essas pessoas como se fossem verdadeiros heróis", afirmou.

Ao defender o "ostracismo" aos condenados, Barbosa expressa o desejo de que todos fossem mandados a uma espécie de desterro. Mas de quem a história se lembrará: do juiz do Supremo Tribunal Federal que pode se converter em político ou de personagens como José Genoino e José Dirceu?

Abusos cometidos por Barbosa na execução das penas da Ação Penal 470 motivaram um manifesto de intelectuais e juristas contra suas arbitrariedades (relembre aqui). 

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PITACO DO ContrapontoPIG


Dom Quincas Gavetão cometeu todos os erros que um juiz honesto não pode cometer. 

Mostrou-se mesquinho, cruel e vingativo.

Revelou-se incompetente, desconhecedor das leis e escamoteador de documentos.

Assumiu a posição de capitão-do-mato da Casa Grande brasileira - a mais canalha e perversa do Mundo.

E como quer ser lembrado?

Genoino e Dirceu,  têm um passado de lutas pelo País. E estão sendo vítima um uma flagrante e  injustiça, a despeito de veniais erros confessados que tenham cometido  -  na medida em que sofreram condenações completamente desproporcionais e injustas, além de perseguições inexplicáveis e desumanas no cumprimento das penas impostas.  

Falo em erros veniais e pergunto: qual político brasileiro, forçado por  da nossa absurda lei eleitoral, não praticou, pratica e continuará praticando o chamado Caixa 2 ?

Dirceu e Genoino serão lembrados mais como heróis nacionais do que como condenados, pela luta que travaram contra ditadura militar que nos sufocou por 20 anos. Serão lembrados também por terem participado de governos progressistas que diminuíram a nossa enorme desigualdade social, tirando milhões de brasileiros da miséria e melhorando a vida de um número de pessoas similar à população da Argentina.

Ostracismo ?  Nem para o Quinca - que será sempre lembrado e execrado como uma mancha na história do Judiciário brasileiro.

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