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31/01/2014
Governo prepara ofensiva contra críticos da Copa
Do Brasil 247 - 31 de Janeiro de 2014 às 16:30
Plano vem sendo estudado por várias áreas e visa
conter novos protestos durante o Mundial, principalmente depois dos atos
de vandalismo vistos na capital paulista no último fim de semana; agora
com a substituição da ministra Helena Chagas por Thomas Traumann na
Comunicação Social, Planalto pretende remodelar estratégia nesse
sentido, com o intuito de tornar os gastos do evento da Fifa mais
transparentes e comprovar que o montante investido em obras de
infraestrutura e mobilidade urbana nas capitais, legado da competição,
foi superior ao dos estádios; governo avalia que, com a população mais
esclarecida, manifestações fiquem menos violentas e movimento
#NaoVaiTerCopa perca força
Preocupado com as manifestações contra a Copa do Mundo no Brasil, o Palácio do Planalto estuda um plano para deixar os gastos com o Mundial mais transparentes. Diante da reação popular e dos vários episódios de vandalismo, a avaliação do governo é que com a população melhor informada e esclarecida, as manifestações fiquem menos violentas.
A ideia é mostrar quanto custou cada arena e as obras de infraestrutura do mundial e até compará-las com as que foram feitas em outros países. A estratégia de comunicação ainda está sendo montada e será apresentada à presidenta Dilma Rousseff nos próximos dias.
Leia reportagem da Reuters sobre a ofensiva do governo:
Governo prepara ofensiva contra críticas à Copa do Mundo
Por Jeferson Ribeiro
BRASÍLIA, 31 Jan (Reuters) - Preocupado com o movimento "não vai ter Copa" e com as críticas sobre a organização e os gastos para realização da Copa do Mundo, o governo prepara uma ofensiva com foco publicitário para reagir e transformar o evento em dividendo político para a presidente Dilma Rousseff, disse uma fonte do Executivo nesta sexta-feira.
O plano vem sendo estudado por várias áreas do governo nas últimas semanas e deve ser apresentado a Dilma nos próximos dias. Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, a presidente definirá a amplitude das ações.
"Nós temos que esclarecer quanto está sendo gasto com os estádios, quanto está sendo gasto com infraestrutura, que é muito mais, dizer qual a importância da Copa para o Brasil", disse a fonte a jornalistas.
Apesar de reconhecer o atraso na reação do governo, meses após as manifestações em diversas cidades do país em junho do ano passado, durante a Copa das Confederações, o membro do Executivo considera que é possível, com mais transparência, reduzir as críticas aos gastos com a preparação para o Mundial.
"Essa campanha pode ajudar a isolar ou reduzir a presença (nas manifestações) daqueles que são contra a Copa", disse.
O orçamento consolidado da Copa do Mundo aponta gastos de 25,5 bilhões de reais com a realização do evento, incluindo obras de infraestrutura como aeroportos e corredores de ônibus, mas também a reforma ou construção das 12 arenas do Mundial. Desse total, 3,7 bilhões são provenientes da iniciativa privada.
O investimento em estádios chega a 8 bilhões de reais, dos quais apenas 133,2 milhões são de investimento privado, de acordo com a matriz de responsabilidade da Copa.
O movimento "não vai ter Copa", que começou nas redes sociais, chegou às ruas este mês com diversas manifestações convocadas pelo país. A maior parte delas não reuniu muitas pessoas, mas em São Paulo os protestos terminaram em tumulto e um dos manifestantes foi baleado pela Polícia Militar.
Na avaliação do Executivo, as manifestações voltarão durante a Copa, em junho e julho deste ano, e o governo tem que explicar claramente o que está investindo no evento para "evitar que meias-verdades" impulsionem os protestos, de acordo com a fonte.
No ano passado, a Copa da Confederações foi marcada por uma avalanche de manifestações, que entre outras reivindicações pediam melhores serviços públicos e criticavam os gastos com o evento. Os protestos muitas vezes resultaram em atos de violência, preocupando as autoridades e a Fifa.
Segundo esse integrante do governo, Dilma não conta com a Copa do Mundo como um trunfo político para a reeleição. "O que não se esperava, porém, é que a Copa ficasse na coluna do prejuízo", afirmou.
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