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09/03/2014
E o Brizola assombrou a Beija-Flor e a Globo em forma de vaias...
BRIZOLA E DARCY RIBEIRO: SAMBÓDROMO NO RIO E DEPOIS CONSTRUÍDO PELO BRASIL. |
Por Davis Sena Filho
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Laíla é como é conhecido o diretor de
Harmonia do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor; e reclamou muito... Das
vaias à sua agremiação. A escola de samba homenageou o ex-diretor-geral da Rede
Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, com o enredo “O astro
iluminado da comunicação brasileira”. Dezenas de atores e apresentadores “globais”
se apresentaram ao ex-chefe e cooperaram com o desfile da Beija-Flor, a escola
de samba mais identificada com as empresas e os interesses da família Marinho,
no que diz respeito ao Carnaval e a uma parceria, que remonta ao ano de 1976
quando a escola de samba de Nilópolis ganhou seu primeiro carnaval da Liga
Especial sob a batuta do famoso carnavalesco Joãosinho Trinta, considerado por
muitos críticos como o maior gênio da história do Carnaval carioca.
Entretanto, pessoas, grupos, entidades ou
empresas acostumadas a vencer geralmente não sabem perder, ainda mais quando
uma escola de samba da grandeza e riqueza da Beija-Flor tem seus acessos
franqueados aos bastidores e programas da mais poderosa emissora de televisão
da América Latina e uma das maiores do mundo. Por isto e por causa disto, o
chororô e o inconformismo de Laíla e, evidentemente, da diretoria da Beija-Flor
foi grande, sendo que Laíla demonstrou, indubitavelmente, que é mau perdedor,
ainda mais que a agremiação de Nilópolis ficou com o sétimo lugar e, por seu
turno, não pôde participar do Desfile das Campeãs, realizado no sábado passado.
A Beija-Flor e seus principais integrantes de
seus diferentes setores (alas) participam há muitos anos dos programas “globais”,
o que lhes favorece no que tange à visibilidade. Os programas do Faustão, do Luciano
Huck, da Angélica, da Xuxa, da Regina Casé, além do Fantástico do Big Brother e
até mesmo alguns programas humorísticos, bem como os esportivos, a exemplo do
Esporte Espetacular e Globo Esporte, entre outros, como o jornalismo do RJ TV,
apresentam e dão destaque, uns mais e outro menos, aos membros da Beija-Flor,
que, acostumados com tanta visibilidade, sentem-se à vontade em frente às
câmeras, como os peixes se sentem bem quando dentro da água.
Realmente, existe uma parceria entre a
Beija-Flor e as Organizações(?) Globo. E não é necessário uma pessoa ser “genial”
ou esperta suficiente para perceber esses fatos e realidades, porque eles estão
à frente dos nossos olhos, embaixo dos nossos narizes, e quem não vê ou percebe
é porque não quer ou vive no mundo da lua. O mestre de Harmonia estrilou e
sentiu o golpe, como um boxeador sente quando é nocauteado. O diretor se
autodenomina “brigão” e ameaçou a Liga das Escolas de Samba com a ausência da
Beija-Flor no Carnaval de 2015, se, porventura, os jurados não serem trocados,
ou seja, excluídos dos julgamentos sobre as performances das escolas de samba.
Evidentemente, sabemos todos que a Beija-Flor
jamais abriria mão de participar de tão rentável evento, lúdico, e de grandeza
internacional. Além do mais, existem muitos contratos e compromissos que não
podem simplesmente serem rasgados. A verdade é que tais afirmações de Laíla
refletem sentimentos de raiva e retratam o choro de perdedor, o que por sinal
não deixa de ser uma virtude de um profissional do samba que não gosta de
perder, por ser competitivo.
Contudo, a Beija-Flor deu uma furada quando
resolveu “homenagear” o Boni, ex-executivo da Globo e que ainda mantém fortes
laços com as companhias midiáticas dos Marinhos, as mais influentes do Brasil
no segmento, mas que é questionada por partidos políticos de esquerda, por
instituições, entidades e associações da sociedade civil organizada e por parte
significativa do povo brasileiro, que, apesar assistir suas novelas, programas
de auditórios e partidas de futebol, sabe quem são as Organizações(?) Globo, o
que representam, o que fizeram no passado, bem como entendem muito bem que os
magnatas bilionários donos dessas empresas são useiros e vezeiros em intervir,
equivocadamente, na política brasileira, além de quererem pautar as autoridades
eleitas pelo povo ou nomeadas por ele, a exemplo dos presidentes da República,
dos parlamentares do Congresso e dos juízes do Supremo.
O Boni, por exemplo, sempre foi um executivo
duro em seus trabalho e atividades, voltado aos interesses da família que o
empregava e o pagava muito bem. Há cerca de dois anos o “global” reconheceu, em
entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto, que ele, juntamente com alguns
responsáveis pelo Jornal Nacional, receberam, em 1989, os principais assessores
de Fernando Collor de Mello, candidato da direita e que derrotou Luiz Inácio
Lula da Silva por pequena margem de votos, o suficiente para a direita
brasileira continuar no poder após 21 anos de ditadura militar.
Boni afirma, categoricamente, que a Globo
manipulou as primeiras eleições presidenciais, bem como último debate entre
Lula e Collor foi editado, de forma que aparecesse para o público os melhores
momentos de Collor e os piores momentos de Lula. Um verdadeiro acinte e crime
eleitoral previsto na legislação. Mas não foi somente este caso que faz com que
muitas pessoas sintam antipatia pela “Vênus Platinada” e, consequentemente, um
forte sentimento de rejeição. As empresas dos irmãos Marinhos são
recalcitrantes ao tempo que recorrentes, no que é concernente a cometer erros,
com o propósito de manipular e dissimular as realidades que se apresentam e com
as quais as Organizações(?) Globo não coadunam ou não concordam.
Vale lembrar que a TV Globo é filha da
ditadura militar mediante parceria com a norte-americana Time-Life. Um início ilegal,
porque, de acordo com a Constituição da época e também a atual, é proibido a
estrangeiros participar ou se associar a empresas brasileiras que exploram setor
econômico de concessão pública. Ponto! Só que não é apenas esta questão que
desrespeita os interesses do povo brasileiro. A Globo e suas congêneres fazem
oposição e se transformaram em partido político, sem, no entanto, seus
militantes concorrerem às eleições e muito menos apresentar quaisquer programas
de governo ou projeto de País.
E nem poderia ser diferente, porque são conglomerados
privados que evidenciam, dia a dia, suas escolhas politicas, partidárias e
ideológicas, que atuam e agem no campo conservador, à direita do espectro ideológico
e que não toleram que governantes de esquerda assumam o poder, como nos casos
de Leonel Brizola nos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, Miguel
Arraes, em Pernambuco, e Lula e Dilma Rousseff, em âmbito nacional.
Somente para citar esses políticos, porque a
imprensa de negócios privados sempre, no decorrer das décadas, combateu
políticos progressistas ao ponto de se unir, sem vacilar, aos golpistas de
todos os tempos até chegar ao golpe militar de 1964, e, dessa forma, beneficiar-se
para enriquecer e assim ter influência. Ressalto ainda que a TV Globo, do
homenageado Boni, e O Globo, empresa matriz dos Marinhos, são portadores do péssimo
estigma de manipuladores e golpistas, fama esta que, sobremaneira, repercutiu
junto aos protestos de junho.
Os manifestantes passaram a vaiar, a ameaçar ir
às vias de fato contra os repórteres e cinegrafistas da Globo, profissionais que,
primeiramente, deixaram de usar as camisas com o logotipo da empresa, depois
cobriram o logotipo dos microfones, em seguida resolveram cobrir os eventos em
cima dos telhados dos prédios, para, logo em seguida, realizarem as coberturas
de helicóptero. Anteriormente, as fachadas das sedes da Globo do Rio e de São
Paulo foram manchadas com cocô. Esses episódios aconteceram; e quem da imprensa
ou cidadão não viu ou não entendeu o que aconteceu sugiro que está na hora de
rever seus conceitos sobre a verdade dos fatos. Ponto!
Estou a narrar o porquê de a Beija-Flor ter
sido vaiada e parte significativa das arquibancadas do Sambódromo ter gritado o
nome do gaúcho trabalhista Leonel Brizola. Para quem não sabe, Brizola, Oscar
Niemeyer e Darcy Ribeiro acabaram com o comércio venal e político das
arquibancadas metálicas que todos os anos eram montadas e desmontadas para receber
milhares de pessoas que queriam ver as escolas de samba. Brizola apoiou Darcy e
prontamente, no ano de 1984, o maravilhoso Sambódromo do Rio, com as linhas de
Niemeyer, foi erguido. Pausa...
... Antes de o desfile deste ano começar, a
Rede Globo e seus áulicos que não entendem nada de samba, mas apenas pegam
carona na sabedoria e no conhecimento dos profissionais e especialistas (estes
não são de prateleiras como os da Globo News) lembrou, festivamente, de o
Sambódromo está a completar 30 anos. Nada mais falso. E digo por quê: quando da
ideia de trabalhistas e comunistas de se construir o Estádio do Carnaval, coisa
que a direita jamais faria na época, porque a direita não faz nada para
ninguém, pois só tira e explora, o jornal O Globo publicou, em sua capa, duas
charges.
A primeira era do grande ator Paulo Gracindo,
na figura do prefeito Odorico Paraguaçu, sentado à mesa com uma maquete do cemitério
que tal personagem do “Bem Amado” queria inaugurar e não inaugurou. A segunda
charge era a de Leonel Brizola, também sentado à mesa com uma maquete do
Sambódromo, com a seguinte legenda: “O coronel Odorico Paraguaçu existe”. Nada
mais perverso e equivocado. Porém, o que se esperar de uma direita que atua
como partido politico e que odeia o Brasil, luta contra sua independência e que
não tolera que o povo brasileiro seja definitivamente emancipado? Respondo:
nada! Não se pode esperar nada de escorpiões, a não ser seus venenos.
Hoje, a Globo ganha rios de dinheiro com o
Sambódromo e comemora seus 30 anos na maior cara de pau e insensatez. É o que
poderíamos chamar de inconsequência e irresponsabilidade totais, porque os
magnatas bilionários de imprensa e seus feitores coxinhas não tem, pode
acreditar, quaisquer responsabilidades com o desenvolvimento do Brasil e com o
crescimento social de seu povo cuja parte dele é capaz de vaiar os artistas da
Globo presentes na homenagem da Beija-Flor a Boni, que nunca fez nada pelo
Brasil, pelo contrário, o prejudicou, como ele mesmo confirmou quando da
manipulação das eleições presidenciais de 1989.
Você não precisa ser um sociólogo, ou um
politico profissional de talento, ou um antropólogo, ou jornalista de política,
ou qualquer coisa que o valha para ter a compreensão do que aconteceu com a
Beija-Flor. Basta apenas não ser um alienado, que não enxerga a um palmo do seu
nariz sobre as coisas que te rodeiam e possam mudar ou mexer com sua vida. Basta-nos,
sobretudo, esforçar-se para lembrar de tudo aquilo que já aconteceu, e, para
fazer isso, ninguém precisa ter uma memória de elefante, apenas discernimento.
Então, para finalizar, vamos lá: as
Organizações(?) Globo são filhotes autênticos da ditadura militar. Tais trustes
de comunicação tentaram “melar” a vitória de Brizola ao Governo do Rio, em 1982,
conhecido como o escândalo da Proconsult. A Globo tentou esconder até quando
pudesse as Diretas Já!, ao ponto de informar que o movimento politico e cívico
era uma comemoração pelo aniversário de São Paulo. Um absurdo e a falta de
qualquer compromisso com a verdade, com os fatos e com o jornalismo.
Não satisfeita com a empulhação e a trapaça,
a Globo, como já afirmei antes, manipulou e por isso interferiu nas eleições
presidenciais de 1989. Em 2006, favoreceu o candidato tucano, Geraldo Alckmin,
para, finalmente, em 2010, apostar na bazófia que foi o escândalo da bolinha de
papel. Nesse lamentável episódio, a Globo, O Globo, o G1, a Época, dentre
outros canais de comunicação social, abusaram da sordidez e tentaram, de todas
as maneiras, interferir no resultado das eleições ao mostrar, sistematicamente,
em seus jornais, a mentirosa agressão mequetrefe e rastaquera que o candidato
do PSDB, José Serra, sofreu após ser atingido por uma bolinha de papel.
Surreal!
Totalmente despida de senso crítico e com o
propósito de dar continuidade ao verdadeiro e genuíno jornalismo de esgoto, a Rede
Globo passou a entrevistar o perito Ricardo Molina, profissional há muito tempo
contestado desde quando participou do caso do assassinato de PC Farias, tesoureiro
do candidato Fernando Collor, em 1989. Foi um verdadeiro show de insensatez e
forçação de barra. Por fim, deu no que deu, ou seja, em nada. Apenas mais uma
vez as pessoas perceberam que as Organizações(?) Globo não são de brincadeira.
A Beija-Flor apenas pegou essa rebarba e foi
vaiada, porque no imaginário do povo brasileiro, querendo ou não, a Beija-Flor
é vinculada à Globo. Ponto! E pagou com o sentimento de antipatia por grande parte
do público. Leonel Brizola, o construtor do Sambódromo há 30 anos, assombrou a
Globo e a Beija-flor em forma de vaias. O mestre Laíla ficou na bronca, porque
não entendeu nada. Mas, o choro é livre. É isso aí.
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