O assombro do craque Iniesta e a intolerância fascista das “elites” brasileiras
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O
craque Iniesta talvez saiba que a Copa não é responsável pelos
problemas do Brasil. Quem não sabe são os coxinhas e parte das "elites". |
Por Davis Sena Filho
Iniesta, um dos
craques do Barcelona, igualmente a outras pessoas famosas em suas atividades,
diz não compreender tantos protestos no Brasil, porque, para ele, o povo
deveria celebrar. O craque afirma essas palavras porque ele, sem sombra de
dúvida, não desconhece a atuação da imprensa-empresa que viceja no Brasil,
controlada por seis famílias bilionárias, sendo que a família mais rica deste
País é composta pelos irmãos Marinho, que juntos têm um patrimônio
estratosférico e particular de quase US$ 30 bilhões.
Essas pessoas por
serem tão ricas e poderosas economicamente e financeiramente são capazes, por
exemplo, de boicotar e sabotar durante 12 anos os governos trabalhistas de Lula
e Dilma Rousseff, de caracteres populares e eleitos pelo povo sem a menor
preocupação com a estabilidade política e a harmonia entre os Poderes da
República. O que está em jogo no pensamento pernicioso e hegemônico dessa gente
é a supremacia das classes sociais as quais representam, bem como manter
intactos os benefícios e privilégios da Casa Grande, com o apoio incondicional das
classes médias tradicionais, de maioria branca, responsável principal pela
repercussão dos valores e dos princípios da grande burguesia.
O craque espanhol
Iniesta não conhece (e não o critico) a história do Brasil e muito menos a
vocação destrutiva, a língua ferina, o preconceito latente e o imenso desprezo
que as classes dominantes e, por sua vez, privilegiadas sentem, demonstram e
praticam contra o Brasil e a maioria de sua população. Desde que o Brasil
conquistou o direito de realizar a Copa do Mundo e também as Olimpíadas
aconteceu uma grande festa popular no País, inclusive com o apoio e a cobertura
da Rede Globo, que, por exemplo, cobriu jornalisticamente a grande festa que
houve nas areias das praias de Copacabana.
Com o passar do
tempo e a demonstração de força do crescimento do Brasil, em todos os campos e
segmentos econômicos e sociais — uns mais e outros menos —, os magnatas
bilionários de imprensa ou de todas as mídias, à escolha, perceberam que apoiar
a Copa, celebrá-la e dar um enfoque positivo para tal evento histórico, a ser
realizado no Brasil, poderia prejudicar seus interesses políticos. Até porque
os econômicos, realmente, vão ser atendidos, pois os lucros gigantescos que
essas corporações midiáticas privadas vão auferir é para fazer com que os outros
setores da economia sintam inveja e vontade de mudar de ramo.
A verdade é que o
jogador Iniesta, instintivamente, sabe que uma Copa é momento de celebração,
independente de questões sociais e econômicas que determinado país enfrenta,
afinal todas as sociedade e nações enfrentam problemas, inclusive as
consideradas ricas e desenvolvidas. Os EUA e os europeus ricos da Europa
ocidental realizaram, no decorrer das décadas, inúmeros eventos, e em muitos
desses países foram observados pela imprensa e pelos governos atrasos em obras,
falhas em determinados setores e, evidentemente, que aconteceram protestos e
enfrentamentos entre policiais e manifestantes.
Se algum leitor
duvida, que pesquise e verifique. Ponto! Contudo, transformar a Copa de 2014 em
um evento desprezível e que por isso não deveria acontecer no Brasil é um desejo
de uma minoria radical, insuflada há sete anos ininterruptamente por uma mídia
venal e historicamente golpista, que, apesar de encher seus cofres com bilhões
de reais por causa dos jogos, considera que desacreditar ou infamar a Copa é a
opção plausível para que a direita brasileira, uma das mais perversas do mundo,
conquiste pontos junto ao eleitorado desavisado, e, obviamente, conservador.
A imprensa que luta
para atrair os incautos e ignaros, principalmente os jovens, que conhecem pouco
da história do Brasil e quase nunca estão dispostos a ler, além de se
transformar em massa de manobra de uma imprensa burguesa, a que eles têm acesso
e que somente ouve um lado, porque tem preferência partidária e cor ideológica.
A imprensa-empresa do jornalismo meramente declaratório e evidenciado por
intermédio de offs — o que é por de mais questionável. A imprensa alienígena,
de péssima qualidade editorial, que se recusa a discutir e a debater o País de
forma séria, para que a sociedade brasileira possa crescer e se desenvolver, e,
por seu turno, conquistar definitivamente a sua emancipação política e
econômica.
Às vezes fico a
rir. E explico. É sobre a frase que virou bordão nas redes sociais, na imprensa
e nos protestos. “Quero o padrão Fifa!” Não há nada mais ridículo e equivocado.
Os grupos de extrema esquerda exemplificados em militantes do PSTU e,
principalmente, no que tange aos integrantes do PSOL, além dos Black Blocs, que
cometem, sim, senhor, atos de terrorismo — explodir coquetéis molotovs em
recintos fechados, públicos e privados, ônibus, ruas e praças ocupadas por
pessoas é uma temeridade, além de ser crimes que não deveriam ser tolerados e
punidos exemplarmente com a força da lei —, estão a exigir o “padrão” Fifa,
juntamente com os coxinhas de classe média, que detestam esses grupos, mas os apoiam pelas redes sociais porque desejam a derrota do PT e do Governo
Trabalhista nas eleições presidenciais, que acontecerão em outubro.
Como afirmei antes,
o bordão é ridículo e sem sentido, porque a Fifa é considera por essas pessoas,
mascaradas ou não, uma instituição corrupta, criminosa, uma verdadeira máfia,
que só pensa em lucro, além de não ter quaisquer compromissos com países,
governos e sociedades. Enfim, a Fifa é um “covil de ladrões e bandidos”, como
apregoam esses mesmos grupos radicais e que são financiados pela extrema
esquerda, com a participação da direita, que utiliza “seus” meios de
comunicação privados (televisões, rádios, internet, redes sociais etc.) para
disseminar notícias negativas contra o Governo Trabalhista e apoiar os
movimentos de rua.
Uma imprensa
comercial e privada detestada pelos movimentos de classe, os sociais e
reivindicatórios, que, temendo ser agredida, bem como ouvir palavras de ordem e
palavrões resolveu realizar suas coberturas jornalísticas por intermédio de
helicópteros, porque sabe e compreende que os mesmos grupos, que atacam o
Governo Federal, também conhecem o papel da imprensa corporativa e sectária,
que jamais vai estar, de fato, ao lado dos trabalhadores, como nunca esteve em
toda sua nada honrada história.
Entretanto, com o
propósito de derrotar o Governo Dilma, os magnatas bilionários, além de dar voz
às greves de categorias que ocupam as ruas, de forma autoritária, a prejudicar
a rotina das grandes e médias cidades, porque a verdade é que as greves se
tornaram não mais um meio para forçar o diálogo e conquistar benefícios junto
aos patrões e governantes, mas, evidentemente, muitas delas se transformaram
apenas em luta política, o que é um erro, sendo que o brado mais ouvido é sobre
a queda, a derrubada de governantes eleitos dentro de um processo democrático,
a ter a Constituição e as leis eleitorais como inspiração.
Todo trabalhador
tem direito à greve. Mas, nem toda greve é direcionada para os legítimos
direitos de o trabalhador viver com dignidade e respeito. O que eu mais faço em
décadas é defender o trabalhador. Todavia, é visível a intenção de algumas poucas
categorias no que diz respeito a paralisar as cidades por meio da ocupação de
suas principais vias. Como também é visível, mas nem sempre transparente as
ações violentíssimas dos Black Blocs e de grupos menos expressivos no que
concerne à violência, a exemplo dos coxinhas fantasiados com máscaras do anonymous,
a portar cartazes ridiculamente e que praticamente sumiram das ruas.
E por quê? Porque
coxinha gosta de reclamar, falar mal e demonstrar sua violência e seus
preconceitos de classe, de credo, de raça e de nacionalidade por intermédio da
internet. Lá, o coxinha reacionário, egoísta e presunçoso se agiganta, e,
geralmente, de maneira anônima, porque coxinha de classe média que se preza não
mostra sua cara, porém, evidencia, com prazer e brutalidade, sua língua ferina,
sua mente corrompida e seu coração perverso. O coxinha é o black bloc em online
— virtual. Trata-se de um covarde e oportunista. Tanto o é que logo no início
das primeiras manifestações de junho de 2013, a classe média tradicional saiu à ruas, a
aproveitar a oportunidade que o Movimento Passe Livre (MPL (entidade de
esquerda) “proporcionou” a eles.
Explico melhor:
quando o MPL saiu às ruas e foi atacado pela polícia, os meios de comunicação
privados cobriram o episódio de forma a fazer com que houvesse mais do que uma
questão reivindicatória, mas, sim, de ordem emocional. Quando grupos da esquerda
radical saíram para apoiar, os coxinhas, antes mesmo de os black blocs aderirem
ao movimento, saíram às ruas, com cartazes e algumas máscaras do anonymous. A
partir da intervenção dos grupos vestidos de preto e mascarados, o pau quebrou.
A classe média que
é tão violenta, sectária e reacionária em pensamento e na internet recuou e foi
dar continuidade ao que ela já faz há muito tempo, que é xingar, ofender e
demonstrar todo seu descontentamento com a ascensão de brasileiros pobres,
remediados ou cuja origem é a classe média baixa. Além disso, como já afirmei
várias vezes, a classe média tradicional se considera a porta-voz dos valores
ocidentais, ou seja, da sociedade estadunidense e dos ricos do Brasil.(Os grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)
Além de ela ser
portadora de um incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata, a classe
média tradiconal se considera também a responsável pelos valores cristãos,
apesar de Deus ou Jesus pregarem que a intolerância, o racismo, a violência, o
preconceito de classe e o ódio às minorias e aos desiguais e diferentes são
pecados, o que, indubitavelmente, não foi compreendido pelos coxinhas, que, no
fundo, são ideologicamente mais violentos que os black blocs. Que o digam suas
mensagens intolerantes e rastaqueras veiculadas pelas redes sociais. Fascismo
na veia. Bingo!
O craque do
Barcelona e da Seleção da Espanha, Iniesta, tem razão, mas se ele conhecesse a
sociedade brasileira com profundidade não ficaria tão surpreso. Aqui vicejam os
que reclamam com a barriga cheia, mas não querem que todos os brasileiros
enchem as suas. O Brasil tem uma “elite” acostumada a ter tudo somente para ela
e por causa disto não está acostumada a dividir. Apesar dos avanços formidáveis
nos últimos 12 anos, ainda somos um sociedade injusta e desigual. Uma Nação que
ao mesmo tempo foi vítima e algoz da escravidão de quase 400 anos.
A maioria dos
burgueses e dos pequenos burgueses é um retrocesso quando se trata de
compreender historicamente e politicamente o Brasil para que se possa construir
uma sociedade humanitária e solidária. Eles reagem fortemente mesmo sabendo que
dividir, promover a igualdade e a justiça social vai favorecer e beneficiar a
sociedade. Sempre me “surpreendo” e fico indignado com tanta intolerância e
ausência de senso crítico por parte de grupos sociais que há cerca de 150 anos
frequentam as universidades brasileiras e estrangeiras. É um contrassenso
total. Iniesta é grande jogador e não compreende. Não poderia ser diferente. Eu
compreendo e por isto é mais do que necessário que o campo da esquerda e trabalhista
vença as eleições de outubro. É isso aí.
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