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27/05/2014
Comparação é o que mete medo mortal ao PSDB. Petrobras, sobretudo.
Tijolaço - 27 de maio de 2014 | 12:34
Fernando Brito
O professor Julio Cesar de Melo e Sousa, que gerações conhecem como Malba Tahan, conta que Beremiz Samir, O Homem que Calculava, recebeu de um califa o desafio de ensinar matemática a uma mulher, proeza considerável naqueles séculos e hábitos onde a mulher era enclausurada.
Na sua primeira aula – naturalmente dada por detrás de uma cortina, como convinha ao recato de tal mulher, Telassim, filha do poeta filha do poderoso Iezid-Abul-Hamid, Beremiz deu sua primeira lição, resumida numa frase:
-Medir, senhora, é comparar.
Medir, avaliar, julgar são isso, essencialmente.
Comparar.
É por isso que o PSDB, depois de ter conseguido que a ministra Laurita Vaz, do Tribunal Superior Eleitoral, suspendesse a inserção do PT em que se comparava a situação do Brasil de hoje foi ao TSE, de novo, pedir que se suspendesse uma mensagem publicitária da Petrobras, onde, segundo os tucanos havia “implícita e direta intenção de incutir no eleitor que, durante a gestão da atual presidente e de seu antecessor, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve, em comparação com o governo anterior, do presidente Fernando Henrique Cardoso, um grande crescimento da empresa”
O comercial é um dos desta série, que reproduzo abaixo.
Desta vez, o TSE não foi na conversa tucana.
Mas ficamos querendo saber que argumento para o pedido de censura.
Será que os gráficos mostrados no comercial não denotam um grande crescimento da empresa?
Será que o PSDB quer impedir que um empresa mostra quanto sua produção cresceu de em um certo período?
Será que o PSDB não quer que os brasileiros, donos da Petrobras, saibam destes dados e possam comparar, medir, julgar, avaliar?
Ou será que o PSDB não quer que se divulguem outras informações que permitam comparar o desempenho da Petrobras.
Por exemplo, a informação levantada pelo geólogo Roberto Schiffer de Souza de que a taxa de sucesso mundial das petroleiras em poços marítimos é de 12%, ou seja, para cada 8 poços perfurados somente em um se encontram reservas de petróleo, mas que, ano passado, na Petrobras, foi de 75%, isto é, se acho petróleo em três de cada quatro poços perfurados?
Que, num total de 76 perfurações (45 em terra e 31 no mar), 57 foram bem sucedidas?
E que, no caso dos poços mais profundos (e caros) do pré-sal esta taxa foi de 100% e todos os 14 poços escavados encontraram petróleo?
Ninguém está dizendo que a Petrobras era ruim, até porque não era e nunca foi.
Em 2003, a taxa de sucesso era de 40%, o que ainda era maior do que a das demais grandes petroleiras, que variavam de 15 a 30% de bons resultados, como admite (claro, lá no final da matéria) a Folha de S. Paulo.
Mas 75% é um recorde fantástico.
Ou será que o PSDB não quer que os brasileiros saibam que a Petrobras é tão ou mais eficiente que as grandes empresas de petróleo do mundo e, assim, achem melhor se livrar dela?
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