"A escolha pelo regime de partilha,
estabelecido no governo Lula, trouxe problemas desde o início. No leilão
do pré-sal em 2013, apenas 11 empresas se inscreveram. O número ficou
abaixo das 40 esperadas pela Agência Nacional de Petróleo. Vale lembrar
que duas gigantes do setor, Exxon e Chevron, desistiram de participar da
disputa", escreveu o parlamentar tucano (leia mais
aqui), no texto em que defendeu a volta do regime de concessões.
Desde que a Operação Lava Jato
ganhou intensidade, com a prisão de alguns dos maiores fornecedores da
Petrobras, a estatal foi vítima de um bombardeio diário. Foram dezenas
de acusações na imprensa, documentos sigilosos vazados, duas CPIs no
Congresso e a ações movidas no exterior, com apoio de parte da imprensa
brasileira. Pairava, ainda, a ameaça de que a empresa não tivesse suas
contas auditadas pela PriceWaterhouseCoopers, o que provocaria o
vencimento antecipado das dívidas da companhia, cujos títulos passariam a
ser classificados como papéis podres.
Esse jogo pesado mobilizou grandes
investidores do Brasil e de fora, além de megaespeculadores, como o
húngaro George Soros. Aparentemente, havia o interesse de depreciar ao
máximo as ações da Petrobras, atribuir a perda do chamado "grau de
investimento" à administração estatal, combinada com o regime de
partilha, e forçar a mudança para o modelo de concessões, que foi
defendido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) na campanha presidencial e é
também uma bandeira de José Serra (PSDB-SP). Este último chegou até a
apresentar um projeto de lei, prevendo a privatização parcial da
companhia.
A virada com o balanço
Esse ataque especulativo, no
entanto, chega ao fim nesta quarta-feira, quando a Petrobras divulga
para o Brasil e para o mercado internacional seu balanço auditado. Não
se sabe, ao certo, qual será o valor atribuído às perdas com a
corrupção, mas estima-se um valor próximo a R$ 6 bilhões.
Qualquer que seja o resultado, a
empresa poderá retomar sua normalidade, voltando a acessar o mercado de
crédito. Um mercado, diga-se de passagem, que não se fechou
completamente à empresa. Recentemente, o Banco de Desenvolvimento da
China aprovou um empréstimo de US$ 3,5 bilhões à companhia. Na semana
passada, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal também se
comprometeram em financiar a companhia.
Ontem, em Nova York, o ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, previu a volta da normalidade. Disse que a
publicação do balanço será "mais um passo" na reconstrução da empresa.
"Há expectativa de que, em alguns dias, eles [Petrobras] irão superar a
questão do balanço auditado. A expectativa é de que eles conseguirão
publicar o balanço auditado e que será muito bom", afirmou.
Quem percebeu, desde o início da
gestão de Aldemir Bendine, que os sinais emitidos pela Petrobras eram
corretos não tem do que se queixar. Em abril, as ações da empresa já se
valorizaram mais de 40%.
.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista