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23/04/2015
O mercado volta a sorrir para a Petrobras
Jornal GGN - qui, 23/04/2015 - 06:00 Atualizado em 23/04/2015 - 08:1
A mais técnica é a chamada análise fundamentalista, que
se concentra nos fundamentos objetivos das companhias e dos mercados. Há
diversas outras técnicas visando captar os chamados movimentos de
manada. Algumas valem-se de teses matemáticas avançadas, supondo que os
movimentos, mesmo irracionais, seguem alguma lógica identificada por
fórmulas padrão.
No fundo, as regras são simples:
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Há operadores de primeiro time, não só antenados com os movimentos da economia e da política, como com os fundamentos dos ativos em que investem.
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Como possuem bala na agulha, conseguem alavancar os movimentos de alta ou de baixa dos ativos provocando o chamado "overshooting", isto é, a radicalização de cada movimento. E como são bons fundamentalistas, tem uma noção de qual será o ponto de equilíbrio do ativo, passada a fase manada.
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Entram no efeito manada investidores internos mas, principalmente, externos pouco enfronhados nos bastidores da economia e da gestão das empresas. Grande parte desses investidores movem-se exclusivamente pelo noticiário da mídia.
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É por aí que se entendem os movimentos em torno da
Petrobras, primeiro perdendo valor, quase virando pó, depois se
recuperando à medida em que se aproximava a data da publicação do seu
balanço - incluindo as tais perdas com a corrupção identificada na Lava
Jato.
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De concreto, a empresa enfrentou um conjunto de fatores negativos.
Primeiro, a queda nas cotações de petróleo, afetando sua rentabilidade.
Depois, o período de compressão dos preços dos
combustíveis, simultaneamente ao aumento dos seus investimentos no
pré-sal, obrigando-a a um pesado processo de endividamento.
Finalmente, os escândalos mostrando problemas sérios de
governança, tudo isso agravado pela inexplicável demora do governo Dilma
em efetuar mudanças na diretoria, para zerar o passado.
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Por outro lado, não havia como ignorar o sucesso da
empresa com a tecnologia de águas profundas, o aumento consistente da
produção de petróleo e as vantagens de uma cadeia integrada entre
produção, refino e distribuição.
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A indicação de Aldemir Bendini, ex-presidente do Banco
do Brasil, para presidir a Petrobras foi o primeiro acerto de Dilma. A
Petrobras tem quadros de excelência para formular a visão estratégica da
companhia, o desenvolvimento tecnológico e a exploração racional do
pré-sal.
Faltava-lhe o know how de governança interna, a
engenharia financeira para equacionar as dívidas e o conhecimento
necessário para resolver os problemas de balanço - justamente as
competências desenvolvidas por Bendini no BB.
Os campeões da Bolsa exploraram a falta de conhecimento
dos demais investidores jogando as ações da Petrobras para baixo quando
anunciado o nome do novo presidente.
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Agora, miraculosamente, tudo está sendo resolvido. O
mercado recuperou o bom humor, atribuindo a mudança à bem sucedida
apresentação do Ministro da Fazenda Joaquim Levy para investidores
internacionais. Clareia-se o horizonte para os investimentos externos.
É provável que hoje caiam as ações da Petrobras, devido à
chamada realização de lucros. Depois, se fixarão em um patamar
compatível com os fundamentos atuais da companhia.
Atendido o mercado, falta agora apenas o essencial: um plano de vôo para o segundo governo Dilma.
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