terça-feira, 26 de maio de 2015

Contraponto 16.826 - "Com ajuda dos jornais, Eduardo Cunha se enrola um pouco mais na Lava Jato"

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26/05/2015



Com ajuda dos jornais, Eduardo Cunha se enrola um pouco mais na Lava Jato



Jornal GGN - Com empurrão dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, cresce mais um pouco a dificuldade que o deputado e presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) terá para manter em pé a sua versão sobre a autoria de um requerimento que, de acordo com um dos delatores da Operação Lava Jato, foi usado para achacar empresa que teria suspendido os pagamentos de propina feitos ao PMDB.

Segundo edição da Folha de S. Paulo desta segunda-feira (25), uma análise sobre todos os requerimentos apresentados na Câmara pelo deputados federais do PMDB do Rio de Janeiro mostra que, ao contrário do que sustenta o presidente, não era comum que assessores da Casa fizessem uso da senha pessoal de Cunha para ajudar outros parlamentares com os ofícios.

"Na semana passada, a Folha analisou todos os 443 requerimentos apresentados pelos 13 deputados do PMDB do Rio que exerciam mandato em 2011 [ano em que foi elaborado o ofício que implicou Cunha na Lava Jato]. Com exceção dos que o próprio Cunha apresentou e dos dois de Solange [Almeida, ex-deputada, hoje prefeita de cidade fluminense], nenhum outro exibe o nome do deputado como seu autor."

"Na maioria dos casos, figura como autor do arquivos, normalmente produzidos no processador de textos Word, o ponto ou os nomes de assessores dos respectivos gabinetes. Em vários dos casos, o registro está em branco ou sem identificação individual, de acordo com o levantamento."

Na Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, um dos principais réus delatores, disse que um requerimento foi apresentado na Câmara a mando de Eduardo Cunha para chantagear fornecedores da Petrobras. Solange Almeida é a responsável oficial pelo documento, mas uma investigação no banco de dados da Casa revelou que o arquivo é assinado pelo "dep. Eduardo Cunha".

O presidente da Câmara nega a autoria do requerimento e justifica a situação dizendo que tem o hábito de ceder assessores de gabinete para outros parlamentares do PMDB, principalmente iniciantes, como era Solange em 2011.

A Folha cravou que uma "auxiliar de Cunha, Maria Claudia de Vasconcelos Batista Medeiros, aparece como autora de requerimentos de outros peemedebistas, mas sempre com o seu nome. Ou seja, usava o seu próprio ponto e senha para acessar o sistema", e não a senha e o ponto de Eduardo Cunha.

No domingo (24), O Globo apontou que Eduardo Cunha também aparece nos registros eletrônicos da Câmara como autor de um requerimento apresentado pelo deputado Áureo Ribeiro, do Solidariedade do Rio, também em 2011. Era um pedido de informações sobre uma licitação do Instituto Militar de Engenharia, ligado ao Exército.


Com informações da Folha
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