23/05/2015
Fundamentalistas da oposição
Geraldo Magela/Agência Senado
Que o embate político exista e de vários matizes, tudo bem. Não há o que contrapor às posições contrárias e divergentes que se chocam aqui e ali diante de situações e ocasiões momentosas ou específicas. Faz parte da vida política e democrática.
Que o embate político venha eventualmente carregado de paixões e mesmo destemperos verbais, igualmente é tolerável por conta do clima que envolve as contendas acerca de questões sensíveis e problemáticas. Todos nós sabemos disso.
Mas que o embate político se prenda apenas a picuinhas sem pé nem cabeça ou se dirija a criticar os contrários sem oferecer nada em troca para ser colocado no lugar, aí meus amigos, é desespero ou falta total de objetivo e circunstância.É a troca de nada por coisa alguma.
Como disse em entrevista recente o grande cineasta franco-grego Costa Gavras, diretor de Z, o fundamentalismo, seja ele qual for, é um total desrespeito às diferenças. Quer ele fazer prevalecer a proposta única, mesmo que fundada em meros postulados inúteis, ou sem quaisquer postulados.
A oposição brasileira nestes últimos tempos tem seguido o rumo estreito, de mão única, do fundamentalismo político.
Tecem críticas constantes ao governo eleito democraticamente. Por todos os lados, desde que algum indicador anunciado não esteja do gosto e sabor dos críticos. Muitos deles pontuais, sem quaisquer tendências de piora progressiva ou sem retorno.
Pior, não apresentam nada em troca, tipo algo que seja razoável economicamente para ser, quem sabe, discutido e até mesmo aproveitado. Não, querem apenas bater, sem piedade, sem compromisso com nada, somente com a ideia fixa de criticar por criticar, para tentar desmoralizar os resultados alcançados pelo governo.
Com a ventilada volta de Lula na próxima campanha eleitoral, a oposição já se prepara então para aumentar sem limites a bateria de ataques, muitos sem pés nem cabeça, outros infundados, apenas e somente para perturbar a ordem política e buscar adeptos entre os incautos e mal resolvidos.
No frigir dos ovos, a oposição acaba por gerar um constante mal estar, um certo clima de crise política em cima de um caos econômico que só ela enxerga, mas não sabe como dizer porque não lhe resta muito a definir, comentar e apontar. O tumulto está mesmo na cabeça atormentada de todos eles, cada um ao seu modo, prontos, talvez, para divãs de analistas.
O espaço aqui é reduzido, mas suficiente para mostrar o desvario da oposição ao bater indiscriminadamente no governo constituído. Se os ministros militares já se pronunciaram sobre o clima do país não suscitar qualquer preocupação de perturbação da ordem, se o STF já por duas vezes pelo menos rejeitou pedidos de impeachment contra a Presidenta por falta de elementos, se as instituições estão funcionando normalmente, onde é que pega o mal estar da oposição?
Sim, falam muito de corrupção. Mas qual o problema se ela vem sendo combatida não só por procuradores e juízes, estando o Ministério da Justiça acompanhando na lei e na ordem o desenrolar dos acontecimentos, inclusive se valendo da Política Federal para investigar denúncias e indícios de problemas?
Diz a oposição que nunca houve corrupção em governos anteriores tal qual se dá agora.
Não é verdade, data vênia, como diriam os advogados. Ela sempre existiu, ocorre que, em governos anteriores, sabe-se que sentaram em cima dos processos, demoravam a dar parecer, e quando se dignavam, anunciavam não haver indícios de ilegalidades. Ponto.
Então, onde é que pega a insatisfação da oposição? Talvez na economia, pode ser que eles tenham algum fiapo de razão, mesmo que alquebrada, de pouca relevância, dispensável. Vamos verificar.
A balança comercial do Brasil veio de déficit acumulado no 1o governo de FHC no valor de US$ 26,1 bilhões, superávit no 2o de US$ 13,9 bilhões, superávits no 1o e 2o governos de Lula nos valores de US$ 159,1 e US$ 110,5 bilhões, respectivamente, e de superávit no 1o governo de Dilma no valor de US$ 47,7 bilhões.
Os investimentos estrangeiros diretos (valores acumulados) no Brasil ficaram assim: US$ 63,1 e U$ 100,5 bilhões no 1o e 2o FHC; US$ 62,1 e US$ 154,1 no 1o e 2o Lula, e US$ 258,1 no 1o Dilma.
Saldos comerciais positivos e investimentos estrangeiros positivos e crescentes nos governos pós FHC. Só isto mostra a confiança no comércio com o Brasil bem como a disposição de continuar a investir em projetos velhos e novos do país.
Já o estoque das reservas internacionais do Brasil, recursos em moedas estrangeiras, ficaram assim: US$ 34,4 e US$ 16,3 bilhões no 1o e 2o FHC; US$ 85,8 e US$ 288,6 bilhões no 1o e 2o Lula , e US$ 374,1 no 1o Dilma.
O país depois de FHC não só dispensou o FMI, que ficou anos interferindo e monitorando a economia brasileira, como acumulou reservas em montantes consideráveis.
A dívida externa bruta, por sua vez, em relação ao PIB ficou assim: 26,5% e 41,8% nos últimos anos do 1o e 2o FHC; 38,8% e 12,0% no 1o e 2o Lula, e 15,9% no 1o Dilma. Em conjunto, os resultados dos governos posteriores ao de FHC são melhores.
O crescimento do PIB, por seu turno, será comparado às maiores economias do mundo no período 2009-2014, pós crise mundial e coincide com o último ano de Lula e os anos de Dilma. O PIB mundial alcançou a média de 3,2%, enquanto, em ordem decrescente, China 8,7%, Índia 6,8%, Brasil 2,7%, EUA 1,4%, Rússia 1,1%, Alemanha 0,8%, Reino Unido 0,4%, Japão 0,3%, França 0,2% e Itália -1,4%.
Por fim, mas não menos importante, os dados sobre desemprego de países desenvolvidos e da periferia europeia no mesmo período 2009-2014, em ordem decrescente: Espanha 22,6%, Grécia 16,1%, Irlanda 13,2%, Portugal 13,2%, Itália 10,0%, França 10,0%, EUA 8,3%, Reino Unido 7,6%, Alemanha 6,2%, Brasil 6,2% e Japão 4,5%.
Pois bem, esses são alguns indicadores principais do país para mostrar sua performance diante dos governos da oposição e da situação. E então de onde é que vem a crítica raivosa, descabida, alucinada? Só pode ter partido de preconceitos ainda arraigados, distúrbios psicológicos não tratados, irresponsabilidade política.
O fundamentalismo que a oposição segue no país serve apenas para encobrir sua total inutilidade e incapacidade no debate e sugestão de alternativas de expansão econômica, social e política. Além de insuflar temerariamente grupos destemperados que podem provocar distúrbios maiores,
generalizados, antidemocráticos, porque sem argumentos objetivos, concretos, reconhecidos.
*colaborador da Carta Maior
**Dados estatísticos de Vinte Anos de Economia Brasileira 1995/2014, Gerson Gomes e Carlos Antônio Silva da Cruz, Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI, março, 2015.
sexta-feira, 22 de maio
de 2015
POLÍTICA - Fundamentalistas da oposição.
Geraldo Magela/Agência Senado
Que o embate político exista e de vários matizes, tudo bem. Não há o que
contrapor às posições contrárias e divergentes que se chocam aqui e ali
diante de situações e ocasiões momentosas ou específicas. Faz parte da
vida política e democrática.
Que o embate político venha eventualmente carregado de paixões e mesmo
destemperos verbais, igualmente é tolerável por conta do clima que
envolve as contendas acerca de questões sensíveis e problemáticas. Todos
nós sabemos disso.
Mas que o embate político se prenda apenas a picuinhas sem pé nem cabeça
ou se dirija a criticar os contrários sem oferecer nada em troca para
ser colocado no lugar, aí meus amigos, é desespero ou falta total de
objetivo e circunstância. É a troca de nada por coisa alguma.
Como disse em entrevista recente o grande cineasta franco-grego Costa
Gavras, diretor de Z, o fundamentalismo, seja ele qual for, é um total
desrespeito às diferenças. Quer ele fazer prevalecer a proposta única,
mesmo que fundada em meros postulados inúteis, ou sem quaisquer
postulados.
A oposição brasileira nestes últimos tempos tem seguido o rumo estreito,
de mão única, do fundamentalismo político. Tecem críticas constantes ao
governo eleito democraticamente. Por todos os lados, desde que algum
indicador anunciado não esteja do gosto e sabor dos críticos. Muitos
deles pontuais, sem quaisquer tendências de piora progressiva ou sem
retorno.
Pior, não apresentam nada em troca, tipo algo que seja razoável
economicamente para ser, quem sabe, discutido e até mesmo aproveitado.
Não, querem apenas bater, sem piedade, sem compromisso com nada, somente
com a ideia fixa de criticar por criticar, para tentar desmoralizar os
resultados alcançados pelo governo.
Com a ventilada volta de Lula na próxima campanha eleitoral, a oposição
já se prepara então para aumentar sem limites a bateria de ataques,
muitos sem pés nem cabeça, outros infundados, apenas e somente para
perturbar a ordem política e buscar adeptos entre os incautos e mal
resolvidos.
No frigir dos ovos, a oposição acaba por gerar um constante mal estar,
um certo clima de crise política em cima de um caos econômico que só ela
enxerga, mas não sabe como dizer porque não lhe resta muito a definir,
comentar e apontar. O tumulto está mesmo na cabeça atormentada de todos
eles, cada um ao seu modo, prontos, talvez, para divãs de analistas.
O espaço aqui é reduzido, mas suficiente para mostrar o desvario da
oposição ao bater indiscriminadamente no governo constituído. Se os
ministros militares já se pronunciaram sobre o clima do país não
suscitar qualquer preocupação de perturbação da ordem, se o STF já por
duas vezes pelo menos rejeitou pedidos de impeachment contra a
Presidenta por falta de elementos, se as instituições estão funcionando
normalmente, onde é que pega o mal estar da oposição?
Sim, falam muito de corrupção. Mas qual o problema se ela vem sendo
combatida não só por procuradores e juízes, estando o Ministério da
Justiça acompanhando na lei e na ordem o desenrolar dos acontecimentos,
inclusive se valendo da Política Federal para investigar denúncias e
indícios de problemas?
Diz a oposição que nunca houve corrupção em governos anteriores tal qual
se dá agora. Não é verdade, data vênia, como diriam os advogados. Ela
sempre existiu, ocorre que, em governos anteriores, sabe-se que sentaram
em cima dos processos, demoravam a dar parecer, e quando se dignavam,
anunciavam não haver indícios de ilegalidades. Ponto.
Então, onde é que pega a insatisfação da oposição? Talvez na economia,
pode ser que eles tenham algum fiapo de razão, mesmo que alquebrada, de
pouca relevância, dispensável. Vamos verificar.
A balança comercial do Brasil veio de déficit acumulado no 1o governo de
FHC no valor de US$ 26,1 bilhões, superávit no 2o de US$ 13,9 bilhões,
superávits no 1o e 2o governos de Lula nos valores de US$ 159,1 e US$
110,5 bilhões, respectivamente, e de superávit no 1o governo de Dilma no
valor de US$ 47,7 bilhões.
Os investimentos estrangeiros diretos (valores acumulados) no Brasil
ficaram assim: US$ 63,1 e U$ 100,5 bilhões no 1o e 2o FHC; US$ 62,1 e
US$ 154,1 no 1o e 2o Lula, e US$ 258,1 no 1o Dilma.
Saldos comerciais positivos e investimentos estrangeiros positivos e
crescentes nos governos pós FHC. Só isto mostra a confiança no comércio
com o Brasil bem como a disposição de continuar a investir em projetos
velhos e novos do país.
Já o estoque das reservas internacionais do Brasil, recursos em moedas
estrangeiras, ficaram assim: US$ 34,4 e US$ 16,3 bilhões no 1o e 2o FHC;
US$ 85,8 e US$ 288,6 bilhões no 1o e 2o Lula , e US$ 374,1 no 1o Dilma.
O país depois de FHC não só dispensou o FMI, que ficou anos
interferindo e monitorando a economia brasileira, como acumulou reservas
em montantes consideráveis.
A dívida externa bruta, por sua vez, em relação ao PIB ficou assim:
26,5% e 41,8% nos últimos anos do 1o e 2o FHC; 38,8% e 12,0% no 1o e 2o
Lula, e 15,9% no 1o Dilma. Em conjunto, os resultados dos governos
posteriores ao de FHC são melhores.
O crescimento do PIB, por seu turno, será comparado às maiores economias
do mundo no período 2009-2014, pós crise mundial e coincide com o
último ano de Lula e os anos de Dilma. O PIB mundial alcançou a média de
3,2%, enquanto, em ordem decrescente, China 8,7%, Índia 6,8%, Brasil
2,7%, EUA 1,4%, Rússia 1,1%, Alemanha 0,8%, Reino Unido 0,4%, Japão
0,3%, França 0,2% e Itália -1,4%.
Por fim, mas não menos importante, os dados sobre desemprego de países
desenvolvidos e da periferia europeia no mesmo período 2009-2014, em
ordem decrescente: Espanha 22,6%, Grécia 16,1%, Irlanda 13,2%, Portugal
13,2%, Itália 10,0%, França 10,0%, EUA 8,3%, Reino Unido 7,6%, Alemanha
6,2%, Brasil 6,2% e Japão 4,5%.
Pois bem, esses são alguns indicadores principais do país para mostrar
sua performance diante dos governos da oposição e da situação. E então
de onde é que vem a crítica raivosa, descabida, alucinada? Só pode ter
partido de preconceitos ainda arraigados, distúrbios psicológicos não
tratados, irresponsabilidade política.
O fundamentalismo que a oposição segue no país serve apenas para
encobrir sua total inutilidade e incapacidade no debate e sugestão de
alternativas de expansão econômica, social e política. Além de insuflar
temerariamente grupos destemperados que podem provocar distúrbios
maiores, generalizados, antidemocráticos, porque sem argumentos
objetivos, concretos, reconhecidos.
*colaborador da Carta Maior
**Dados estatísticos de Vinte Anos de Economia Brasileira 1995/2014,
Gerson Gomes e Carlos Antônio Silva da Cruz, Centro de Altos Estudos
Brasil Século XXI, março, 2015.
Postado por BLOG DE UM SEM-MÍDIA às 14:13
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