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20/05/2015
Aprovação de Fachin é a prova de que, com coragem, as idéias coerentes podem vencer
Tijolaço - 19 de maio de 2015 | 20:53 Autor: Fernando Brito
Fernando Brito

Claro que houve circunstância favorável de Fachin ter sido uma unanimidade (ou quase) entre os políticos paranaenses e o apoio que recebeu de Alvaro Dias deixou manca a insanidade da oposição no nascedouro.
Manca, mas ainda que coxeando, capaz de todo tipo de sordidez, desde questionar a honradez profissional até o delírio de apontá-lo como defensor da poligamia e, na brutalidade demente de Reinaldo Azevedo, quase que como um fauno jurídico.
E, claro, o ódio espumante contra o MST, transformando aqueles brasileiros numa espécie de leprosos sociais, com os quais conviver ou dialogar, porque isso condena quem o fizer a uma quarentena sanitária eterna, a uma discriminação que, por si, anula toda a capacidade técnico-jurídica e a inteireza mental que posa ter.
Mas essas anormalidades, paradoxalmente, são hoje normais.
O que foi extraordinário – e didático – é que o Governo enfrentou a onda conservadora e chantagista que usou a eventual rejeição de Fachin como arma política contra a Presidenta que se elegeu para – parece que lá se esqueceram disso – justamente para conduzir o Brasil e suas instituições no caminho progressista e dos direitos humanos para todos, independente de sua condição social ou circunstâncias de vida.
Fácil e sem problemas?
Não, as 11 horas, quase, de interrogatório em que se transformou a tradicionalmente quase pró-forma sabatina de Fachin, mostraram como é possível defender ideias coerentes.
Claro que com uma concessão aqui, outra ali, com habilidade quase todo o tempo, mas sem apear-se da dignidade e da coerência de uma vida.
Da mesma forma – e de maneira inédita no país dos conchavos e cochichos – Fachin não teve vacilações em atuar politicamente nas redes sociais e mobilizar a opinião pública.
Sem qualquer demérito, ao contrário, à capacidade de jurista de Luiz Edson Fachin, a vitória de hoje não é sua, apenas ou essencialmente.
É a da legitimidade das ideias e da coragem na política, exercida com serenidade, mas coerência.
E é uma lição de que a melhor forma de defender-se não é se esconder, mas se expor.
Como ocorreu com Fachin, as ideias e a trajetória não são acusações, são argumentos.
Argumentos aos quais a direita hidrófoba não tem como responder.
PS. Sem política, como foi a indicação de um diplomata de carreira para a OEA, o conchavo impera e e acontecem estes absurdos que vimos.
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