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24/05/2015
O Papa implodiu
a Casa Grande
É a Igreja de João XXIII que os tucanos abjuram (em surdina).
Os estilhaços da explosão se ouviram na Casa Grande do professor Yves Gandra, autor do parecer do impítim e adepto fervoroso da Opus Dei.
(Parecer que o advogado de Fernando Henrique encomendou.)
O cheiro de queimado se sentiu também na mansão que a filha aluga ao Padim Pade Cerra, o místico da Moóca.
Como se sabe, a Globo e o Padim Pade Cerra tinham D. Odilo, cardeal de São Paulo, como candidato a Papa, não tivesse sido D. Odilo cabo eleitoral de Cerra na desastrosa campanha de 2010.
Até o Papa Bento XVI, sob pressão de D. Odilo, entrou na batalha contra a Dilma.
A Direita católica inquisidora, arqui-reacionária levou um murro de Francisco I.
Que só o Estadão, verdade seja dita, destacou em escassas páginas impressas.
Dezenas de milhares de fiéis foram às ruas de San Salvador, em El Salvador, neste sábado 23/05, para celebrar a beatificação do arcebispo Oscar Romero, identificado com os pobres e a Teologia da Libertação, e assassinado em 1980, no altar, enquanto rezava uma missa.
Os assassinos pertenciam a um esquadrão da morte financiado por proprietários de terras.
O Papa Francisco I, o primeiro Papa latino-americano, já demonstrou que não é tucano.
Ao contrário, como diz o Stedile, parece mais ser peronista.
Recentemente, ele chamou pelo nome – “genocídio” - o massacre dos turcos contra os armênios e, por falar em massacre, reconheceu o Estado da Palestina.
A extrema-direita considerava D Oscar um apólogo do Marxismo e, na hierarquia medieval da Curia Romana, a Teologia da Libertaçao era o cavalo de Troia do Marxismo para destruir a Igreja.
Por isso, a canonização de D Oscar demorou, como demora a de D Helder.
E, por isso, o cardeal Ratzinger, que deu o Golpe de Estado para assumir o Papado de João Paulo II, quando ainda na Congregação da Fé perseguiu Leonardo Boff e só não o lançou à fogueira ardente, porque o escândalo do Banco do Vaticano exauriu os recursos para comprar caixa de fósforos.
O Papa Francisco já se arrependeu – em publico – da atitude conivente com os militares que perseguiram dois padres jesuítas adeptos da Teologia da Libertação, durante o regime militar argentino.
(Ele também é o primeiro papa jesuíta.)
Ele divergia fervorosamente de Cristina Kirchner em questões como o aborto e o casamento gay.
Mas, tornou-se um cardeal dos pobres, que se relacionava com os movimentos operários, os pobres urbanos, da Grande Buenos Aires.
E com eles continua a se relacionar, como descreveu Stedile ao Conversa Afiada.
A canonização de D Oscar reafirma a “opção pelos pobres” do Papa João XXIII, que a Casa Grande brasileira e seus instrumentos – certos advogados, o PiG e o PSDB – abjuram (em surdina).
Uma parte dessa Igreja de João XXIII esteve, ideologicamente, na fundação do PT, no Colégio Sion.
Hoje, quem a abjura, em muitas paróquias, é o próprio PT.
Quem sabe, com a canonização de D Helder e a próxima visita de Francisco I à Bolívia, o PT releia as encíclicas do Concilio do Vaticano.
As mesmas de que o professor Gandra e o Místico da Moóca fogem como o Diabo da Cruz !
A Casa Grande brasileira está dispensada de ir à Basílica de São Pedro, em Roma.
Corre o risco de esbarrar num petista da Lava Jato, um argentino, um tal de Jorge Mario Bergoglio.
Paulo Henrique Amorim
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