07/11/2009
MST denuncia polícias militares, Judiciário, mídia e Congresso
para comissão da OEA
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), o que considera ser um processo de repressão e criminalização da luta dos trabalhadores rurais pela reforma agrária no país.
A denúncia foi apresentada ontem (5) pelo integrante da coordenação nacional do MST João Paulo Rodrigues, em audiência realizada em Washington, em parceria com o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) e com a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Em seu pronunciamento, Rodrigues acusou as polícias militares estaduais, setores do Judiciário, meios de comunicação e o Congresso de perseguição aos trabalhadores rurais que lutam pela reforma agrária. O Legislativo, segundo ele, age contra o movimento dos sem-terra principalmente por meio da bancada ruralista em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), “um espaço ideológico, que pretende paralisar a reforma agrária e desgastar o MST, acusado de violência até terrorismo”, afirmou.
A CPI instalada no mês passado para investigar o repasse de recursos ao MST é a terceira envolvendo o movimento nos últimos quatro anos. Segundo Rodrigues, esta última foi criada como forma de represália ao anúncio do governo federal de atualizar os índices de produtividade.
O Judiciário foi acusado de ter “uma relação promíscua com as elites locais e com o latifúndio”, além de se posicionar contra a reforma agrária e também fazer perseguição com o apoio do Ministério Público. O integrante do MST disse ainda que os “meios de comunicação da burguesia” são parciais e fazem campanha contra as lutas sociais.
Ao fim de sua fala, Rodrigues disse que “é importante a comunidade internacional de direitos humanos acompanhar de perto a situação política que estamos vivendo no Brasil".
Procurada pela Agência Brasil, a Procuradoria-Geral da República informou que "o Ministério Público Federal não é contra movimento social de qualquer natureza e que suas ações são fruto de investigação de irregularidades que chegam ao órgão".
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