.
12/12/2012
A mídia e o retorno de Marcos Valério
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Pobre leitor.
Mais uma vez, o que é apresentado – a título de “revelações” – é um blablablá conspiratório e repetitivo em que não existe uma única e escassa evidência.
Tudo se resume às palavras de Marcos Valério. Jornalisticamente, isso é suficiente para você publicar acusações graves?
Lula já não é apenas o maior corrupto da história da humanidade. Está também, de alguma forma, envolvido num assassinato. Chamemos Hercule Poirot.
Se você pode publicar acusações graves sem provas, a maior vítima é a sociedade. Não se trata de proteger alguém especificamente. Mas sim de oferecer proteção à sociedade como um todo.
Imagine, apenas por hipótese, que Marcos Valério, ou quem for, acusasse você, leitor. Sem provas. Numa sociedade avançada, você está defendido pela legislação. A palavra de Valério, ou de quem for, vale exatamente o que palavras valem, nada – a não ser que haja provas.
Já falei algumas vezes de um caso que demonstra isso brilhantemente. Paulo Francis acusou diretores da Petrobras de corrupção. Como as acusações – não “revelações” – foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, a Petrobras pôde processar Francis nos Estados Unidos.
No Brasil, o processo daria em nada, evidentemente. Mas nos Estados Unidos a justiça pediu a Francis provas. Ele tinha apenas palavras. Não era suficiente. Francis teria morrido do pavor de ser condenado a pagar uma indenização que o quebraria financeira e moralmente.
Os amigos de Francis ficaram com raiva da Petrobras. Mas evidentemente Francis foi vítima de si mesmo e de seu jornalismo inconsequente.
Por que nos Estados Unidos você tem que apresentar provas quando faz acusações graves, e no Brasil bastam palavras?
Por uma razão simples: a justiça brasileira é atrasada e facilmente influenciável pela mídia. Se Francis fosse processado no Brasil, haveria uma série interminável de artigos dizendo que a liberdade de imprensa estava em jogo e outras pataquadas do gênero.
Nos Estados Unidos, simplesmente pediram provas a Paulo Francis.
O que existe hoje no Brasil é um sistema que incentiva a leviandade, o sensacionalismo e a tendenciosidade na divulgação e no uso de ‘informações’.
A vítima maior é a sociedade, que se desinforma e pode ser facilmente manipulada.
Um episódio recente conta muito: foi amplamente noticiado que teriam sido interceptadas 122 ligações ‘comprometedoras’ entre Lula e Rose. No calor, o jornalista Ricardo Setti publicou em seu blog na Veja até uma fotomontagem em que Lula aparecia festivamente entre Rose e Mariza. (Depois, apanhado em erro, pediu triunfalmente desculpas.)
Bem, as tais 122 ligações foram cabalmente desmentidas. A procuradora Suzana Fairbanks afirmou a jornalistas:”Conversa dela [Rose]com o Lula não existe. Nem conversa, nem áudio e nem e-mail. Não sei de onde saiu isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito”.
Tudo bem publicar, antes, as ’122 ligações’ sem evidências? Faça isso nos Estados Unidos, e você saberá, na prática, o tormento pelo qual passou Francis.
Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.
Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.
Lula já não é apenas o maior corrupto da história da humanidade. Está também, de alguma forma, envolvido num assassinato. Chamemos Hercule Poirot.
Se você pode publicar acusações graves sem provas, a maior vítima é a sociedade. Não se trata de proteger alguém especificamente. Mas sim de oferecer proteção à sociedade como um todo.
Imagine, apenas por hipótese, que Marcos Valério, ou quem for, acusasse você, leitor. Sem provas. Numa sociedade avançada, você está defendido pela legislação. A palavra de Valério, ou de quem for, vale exatamente o que palavras valem, nada – a não ser que haja provas.
Já falei algumas vezes de um caso que demonstra isso brilhantemente. Paulo Francis acusou diretores da Petrobras de corrupção. Como as acusações – não “revelações” – foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, a Petrobras pôde processar Francis nos Estados Unidos.
No Brasil, o processo daria em nada, evidentemente. Mas nos Estados Unidos a justiça pediu a Francis provas. Ele tinha apenas palavras. Não era suficiente. Francis teria morrido do pavor de ser condenado a pagar uma indenização que o quebraria financeira e moralmente.
Os amigos de Francis ficaram com raiva da Petrobras. Mas evidentemente Francis foi vítima de si mesmo e de seu jornalismo inconsequente.
Por que nos Estados Unidos você tem que apresentar provas quando faz acusações graves, e no Brasil bastam palavras?
Por uma razão simples: a justiça brasileira é atrasada e facilmente influenciável pela mídia. Se Francis fosse processado no Brasil, haveria uma série interminável de artigos dizendo que a liberdade de imprensa estava em jogo e outras pataquadas do gênero.
Nos Estados Unidos, simplesmente pediram provas a Paulo Francis.
O que existe hoje no Brasil é um sistema que incentiva a leviandade, o sensacionalismo e a tendenciosidade na divulgação e no uso de ‘informações’.
A vítima maior é a sociedade, que se desinforma e pode ser facilmente manipulada.
Um episódio recente conta muito: foi amplamente noticiado que teriam sido interceptadas 122 ligações ‘comprometedoras’ entre Lula e Rose. No calor, o jornalista Ricardo Setti publicou em seu blog na Veja até uma fotomontagem em que Lula aparecia festivamente entre Rose e Mariza. (Depois, apanhado em erro, pediu triunfalmente desculpas.)
Bem, as tais 122 ligações foram cabalmente desmentidas. A procuradora Suzana Fairbanks afirmou a jornalistas:”Conversa dela [Rose]com o Lula não existe. Nem conversa, nem áudio e nem e-mail. Não sei de onde saiu isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito”.
Tudo bem publicar, antes, as ’122 ligações’ sem evidências? Faça isso nos Estados Unidos, e você saberá, na prática, o tormento pelo qual passou Francis.
Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.
Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.
.
o ADVOGADO DE MARCOS VALERIO ESTAR FAZENDO UMA JOGADA, ele quer os mesmos beneficios que teve o Roberto Jeferson alias beneficio nao. proteçao dada pelo stf e a midia que ja estavam todos acertados nesse sentido. Olhe essa declaraçao do Advogado que talvez o que esteja por traz.
ResponderExcluirOBSERVEM QUE O PROPRIO ADVOGADO DIZ NO FIM QUE EM TODO O PROCESSO DO DEPOIMENTO DE VALERIO ELE JAMAIS FALOU VEJA Sobre o relato de seu cliente em 24 de setembro, no qual Valério disse que o PT pagou despesas do processo, sem mencionar pagamento de honorários, Leonardo afirmou. "Continuo preocupado em cumprir meu dever profissional de respeitar o sigilo, mas esclareço que em nenhum dos inúmeros depoimentos que eu acompanhei Marcos Valério jamais declarou que o PT tenha pago
Advogado diz que Valério não vai mais depor
Condenado a 40 anos, 4 meses e 6 dias de prisão como operador do mensalão, e chamado por alguns de "jogador", o...
cumprir meu dever profissional de respeitar o sigilo, mas esclareço que em nenhum dos inúmeros depoimentos que eu acompanhei Marcos Valério jamais declarou que o PT tenha pago