quinta-feira, 20 de junho de 2013

Contraponto 11.489 - "Durante entrevista a blogueiros, integrantes do MPL celebram a vitória, falam em infiltrados e expõem próximos passos"

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20/06/2013

 

Durante entrevista a blogueiros, integrantes do MPL celebram a vitória, falam em infiltrados e expõem próximos passos



Do Viomundo - publicado em 19 de junho de 2013 às 23:43




Momento em que o governador paulista Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciavam a redução das tarifas em São Paulo. Em seguida, o mesmo anúncio foi feito no Rio (foto LCA).

 
por Luiz Carlos Azenha


Fomos convidados para um encontro com integrantes e apoiadores do Movimento Passe Livre (MPL), que nas últimas duas semanas protagonizaram um episódio histórico: levaram o povo de volta às ruas para reivindicar. Desde crianças a pessoas da terceira idade. Foram vítimas de repressão só comparável àquela empregada pela Polícia Militar paulista na desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos.

No meio da conversa, a notícia: o governador Alckmin e o prefeito Haddad anunciaram a redução das tarifas conforme o reivindicado pelo movimento.
Houve celebração.

Dentre os convidados, os blogueiros Rodrigo Vianna, Altamiro Borges, Leonardo Sakamoto e este que lhes escreve, o empresário de mídia Joaquim Palhares, o ativista Sergio Amadeu e a jornalista Maria Inês Nassif. (Grifos em vede negritado são do ContrapontoPIG)


O objetivo era, basicamente, dizer que “sim, somos de esquerda e temos uma pauta de esquerda”. Ou: “Não, não seremos manipulados pela pauta da direita”.

O professor de História Lucas Oliveira, o Legume, falou em nome do MPL. Ele e ativistas ligadas ao movimento descreveram a unidade que conseguiram forjar com integrantes de partidos de esquerda nos últimos dias — PSOL, PSTU e PCO, entre outros — além de militantes do PT e de um grande número de movimentos sociais, dentre os quais se destacam o MST, a UJS (do PCdoB) e a UNE.

Sim, sim, estavam todos extremamente preocupados com a possibilidade de infiltração e manipulação da pauta do movimento por grupos de direita, que buscavam se apropriar das manifestações para atacar o governo federal.

Negaram que os anarquistas estavam na origem da tentativa de retirar as bandeiras de partidos do movimento, dizendo que a iniciativa era de “caras-pintadas” recém-chegados.

Lembraram que era impossível controlar as multidões que se juntaram às manifestações — segundo uma pesquisa, a grande maioria saia às ruas pela primeira vez.

Confirmaram o ato desta quinta-feira, comemorativo, na avenida Paulista.

Para as próximas mobilizações, pretendem reforçar os coletivos de segurança, comunicação e primeiros socorros.

O ativista digital Sergio Amadeu exibiu um gráfico mostrando que nos últimos dias o MPL tinha perdido protagonismo nas redes sociais relativamente a grupos de direita, ou seja, os direitistas tinham conseguido um maior poder de mobilização digital — o que talvez explique a aflição de muitos apoiadores do movimento.

A próxima mobilização talvez tenha relação com a PEC 90, de autoria da deputada Luiza Erundina, que torna o transporte um direito social. Além disso, trabalhando com o vereador petista Nabil Bonduki, o MPL pode tentar aprovar o passe livre na Câmara Municipal de São Paulo.

Todos estavam certos da presença de provocadores e agentes infiltrados durante as manifestações. Alguns, provavelmente da Polícia Militar, encarregados da coleta de imagens e informações. Outros, de grupos de extrema-direita, empenhados em promover vandalismo atribuído posteriormente ao MPL.


Numa avaliação coletiva, os blogueiros presentes concordaram que o prefeito Fernando Haddad foi o grande perdedor no processo — poderia, por exemplo, ter anunciado sua disposição de reduzir as tarifas depois de ouvir opiniões do Conselho da Cidade, que praticamente endossou a pauta do MPL.

O papel desempenhado por Haddad — que foi ao Palácio dos Bandeirantes para acompanhar o anúncio, falando depois do governador Geraldo Alckmin — também causou estranheza. Como a redução das tarifas foi anunciada quase ao mesmo tempo no Rio de Janeiro, especulou-se sobre um acordo de governantes para aliviar o establishment da pressão das ruas.

A celebração foi grande, tendo em vista que o MPL tem um núcleo duro bastante reduzido de militantes, com idade média calculada no chute em 23 anos de idade. Ainda assim, conseguiu a maior vitória desta geração de jovens militantes nas lutas sociais.

Abaixo, Sergio Amadeu expõe o gráfico demonstrando a perda relativa de protagonismo do MPL nas redes sociais, relativamente a outros grupos — alguns dos quais conservadores.



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 PITACO DO ContrapontoPIG
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Além da PEC 90, por que não acrescentar:

- a reforma política
- a regulação da mídia 

Aí sim. Vamos todos às ruas.

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