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05/10/2013
O começo do 2o. turno
O ingresso de Marina Silva no PSB tem implicações sobre o
conjunto da campanha presidencial para 2014. Na prática, o segundo turno
já começou.
Vamos entender o que aconteceu. Ao oferecer o
PSB para Marina Silva, Eduardo Campos trouxe, para dentro de sua
legenda, a candidata que é segunda nas pesquisas de intenção de voto. O
próprio Eduardo Campos está em quarto lugar, não sai do chão e acaba de
sofrer uma derrota interna importante. O governador do Ceará, Cid
Gomes, deixou o PSB. Em matéria de dissidência, seria equivalente, no
PSDB, a Geraldo Alckmin romper com Aécio Neves e abandonar o partido,
levando embora os votos de São Paulo.
Acabo de ouvir um líder
importante do PSB. Ele me garante que Campos e Marina vão formar uma
chapa e que o governador de Pernambuco será o titular, deixando para a
nova aliada será a vice. O acordo é este, garante. Também é isso que
dizem pelo lado de Marina.
Por mais respeito que tenha por
essas pessoas, sei que os segredos fazem parte da política. Duvido e dou
risada. Não acho que Marina foi ao PSB para ser vice de um candidato
que tem 25% de suas intenções de voto. Se fosse para isso seria melhor
ficar em casa em nome dos princípios da Rede de Sustentabilidade e
pronto.
Em segundo lugar, a experiência demonstra que ninguém
vota em vice-presidente. Vota-se no titular, obviamente. Desse ponto de
vista, a aquisição de Marina não acrescentaria muita coisa a Eduardo
Campos. Outra questão: você acha que o neto de Miguel Arraes poderia
beneficiar-se do discurso anti-político de Marina?
Na verdade,
essa composição resolve muitos problemas para as partes. Assegura uma
legenda a candidatura de Marina. E pode abrir uma saída para seu novo
parceiro.
Enfraquecido e sem perspectivas de crescimento na
eleição presidencial, Eduardo Campos fica liberado para disputar uma
eleição que pode vencer, para senador, em vez de correr o risco de ficar
sem um único mandato para chamar de seu depois de 2014.
Mas
não é só isso. Se Marina era a única candidata da oposição que não
fazia água, um eventual crescimento de sua candidatura nos próximos
meses pode provocar outra mudança. Estou falando de Aécio Neves.
Até março de 2014 será possível definir, oficialmente, quem concorre a
qual posto eleitoral. Imagine se, até lá, Aécio estiver no mesmo lugar
de hoje, em terceiro, mas a uma boa distancia do segundo lugar. Estará
diante do mesmo cenário de Eduardo Campos: sofrer uma derrota e ficar
sem mandato.
O apoio a Marina, em nome do conhecido discurso de
“unidade das oposições”, pode ser uma excelente oportunidade para Aécio
mudar o rumo de sua campanha. Teria a benção de boa parte dos
empresários e, com certeza, dos meios de comunicação. Poderia reforçar o
coro anti-petista, cada vez mais estridente e reacionário, com a voz
suave de quem esteve lá, como Marina.
Basta olhar para a disputa
pelo governo de Minas, onde o PT apresenta-se com um ministro e um dos
maiores empresários do Estado, para constatar uma novidade. Pela
primeira vez em sua história, o PSDB encontra-se sob o risco real de uma
derrota por falta de candidato a altura. Se ficar sem chance na luta
presidencial, Aécio poderia ser levado a salvar os móveis do PSDB na
disputa estadual e voltar para Minas. Essa possibilidade, que parece
muito remota agora, delirante até, explica a permanência do eterno
candidato a presidente José Serra no PSDB.
Por trás de tantas
mudanças, encontra-se uma situação real, que é o risco da oposição
sofrer uma quarta derrota consecutiva para o condomínio Lula-Dilma desde
2002. Com 38% das intenções de voto, contra 32% para a soma dos
adversários, Dilma ameaça os concorrentes com uma possível vitória no
primeiro turno. É essa musica adversa que provoca movimentos entre seus
adversários.
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O ingresso de Marina Silva no PSB tem implicações sobre o conjunto da campanha presidencial para 2014. Na prática, o segundo turno já começou.
Vamos entender o que aconteceu. Ao oferecer o PSB para Marina Silva, Eduardo Campos trouxe, para dentro de sua legenda, a candidata que é segunda nas pesquisas de intenção de voto. O próprio Eduardo Campos está em quarto lugar, não sai do chão e acaba de sofrer uma derrota interna importante. O governador do Ceará, Cid Gomes, deixou o PSB. Em matéria de dissidência, seria equivalente, no PSDB, a Geraldo Alckmin romper com Aécio Neves e abandonar o partido, levando embora os votos de São Paulo.
Acabo de ouvir um líder importante do PSB. Ele me garante que Campos e Marina vão formar uma chapa e que o governador de Pernambuco será o titular, deixando para a nova aliada será a vice. O acordo é este, garante. Também é isso que dizem pelo lado de Marina.
Por mais respeito que tenha por essas pessoas, sei que os segredos fazem parte da política. Duvido e dou risada. Não acho que Marina foi ao PSB para ser vice de um candidato que tem 25% de suas intenções de voto. Se fosse para isso seria melhor ficar em casa em nome dos princípios da Rede de Sustentabilidade e pronto.
Em segundo lugar, a experiência demonstra que ninguém vota em vice-presidente. Vota-se no titular, obviamente. Desse ponto de vista, a aquisição de Marina não acrescentaria muita coisa a Eduardo Campos. Outra questão: você acha que o neto de Miguel Arraes poderia beneficiar-se do discurso anti-político de Marina?
Na verdade, essa composição resolve muitos problemas para as partes. Assegura uma legenda a candidatura de Marina. E pode abrir uma saída para seu novo parceiro.
Enfraquecido e sem perspectivas de crescimento na eleição presidencial, Eduardo Campos fica liberado para disputar uma eleição que pode vencer, para senador, em vez de correr o risco de ficar sem um único mandato para chamar de seu depois de 2014.
Mas não é só isso. Se Marina era a única candidata da oposição que não fazia água, um eventual crescimento de sua candidatura nos próximos meses pode provocar outra mudança. Estou falando de Aécio Neves.
Até março de 2014 será possível definir, oficialmente, quem concorre a qual posto eleitoral. Imagine se, até lá, Aécio estiver no mesmo lugar de hoje, em terceiro, mas a uma boa distancia do segundo lugar. Estará diante do mesmo cenário de Eduardo Campos: sofrer uma derrota e ficar sem mandato.
O apoio a Marina, em nome do conhecido discurso de “unidade das oposições”, pode ser uma excelente oportunidade para Aécio mudar o rumo de sua campanha. Teria a benção de boa parte dos empresários e, com certeza, dos meios de comunicação. Poderia reforçar o coro anti-petista, cada vez mais estridente e reacionário, com a voz suave de quem esteve lá, como Marina.
Basta olhar para a disputa pelo governo de Minas, onde o PT apresenta-se com um ministro e um dos maiores empresários do Estado, para constatar uma novidade. Pela primeira vez em sua história, o PSDB encontra-se sob o risco real de uma derrota por falta de candidato a altura. Se ficar sem chance na luta presidencial, Aécio poderia ser levado a salvar os móveis do PSDB na disputa estadual e voltar para Minas. Essa possibilidade, que parece muito remota agora, delirante até, explica a permanência do eterno candidato a presidente José Serra no PSDB.
Por trás de tantas mudanças, encontra-se uma situação real, que é o risco da oposição sofrer uma quarta derrota consecutiva para o condomínio Lula-Dilma desde 2002. Com 38% das intenções de voto, contra 32% para a soma dos adversários, Dilma ameaça os concorrentes com uma possível vitória no primeiro turno. É essa musica adversa que provoca movimentos entre seus adversários.
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