Jornal GGN - sex, 23/05/2014 - 09:46
- Atualizado em 23/05/2014 - 11:08
É inacreditável o nível de autossuficiência atingido pelos grupos de mídia, na fase mais crítica da sua história.
Meses e meses batendo nos gastos da
Copa, ajudando a criar essa barafunda informacional, de misturar
investimentos em estádios com gastos orçamentários, criticando os
"elefantes brancos", anotando cada detalhe incompleto de obras que ainda
não estavam prontas, ignorando o enorme investimento na imagem do país.
De repente, como num passe de mágica,
fazem uma pausa e, em conjunto, passam a enxergar as virtudes da Copa -
maior evento publicitário do ano para eles.
O Estadão solta enorme matéria sobre
"a Copa das Copas", lembra o óbvio - vai ser o evento de maior
visibilidade para o Brasil, em sua história. 14 mil jornalistas levando a
imagem do país para todos os cantos, o maior público de televisão para
um evento.
A Folha dá o óbvio incompleto: a
informação de que os gastos com a Copa representam um naco dos gastos
com educação. Não ousou explicar que são recursos diferentes, que
financiamentos não podem ser confundidos com gastos orçamentários, que
gastos com obras são permanentes. Mas vá lá! (Grifos em verde negritado são ContrapontoPIG)
O que é impressionante é supor que se
pode brincar dessa maneira com a opinião de seus leitores, levá-las para
onde quiser, ao sabor da manchete do momento, da estratégia de ocasião.
Será que não há uma cabeça estratégica para explicar que essa
desconsideração para com o leitor é veneno na veia da credibilidade?
Dia desses o Ministro Aldo Rabello ao
que parece assimilou as críticas contra sua ausência dos debates da Copa
e deu uma boa entrevista a TV Brasil, com números e argumentos sólidos.
A explicação para a anomia do governo
com o tema foi chocante. O marqueteiro do Palácio desaconselhou qualquer
campanha de esclarecimento porque, segundo ele, as pessoas não estavam
associando Copa com governo e a campanha poderia estabelecer essa
associação.
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