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18/07/2014
Governo Dilma duvida do Datafolha, principalmente sobre 2º turno
Eduardo Guimarães
A recém-divulgada pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial foi recebida com espanto e até com indignação pela área de Comunicação do governo Dilma Rousseff. Essa é a avaliação da citada pesquisa que esse setor governamental fez ao Blog em conversa telefônica nesta sexta-feira (18).
Em primeiro lugar, o governo tem pesquisa privada concluída na quinta-feira (17) pelo instituto Vox Populi – que faz pesquisas rotineiramente para o PT. Segundo essa pesquisa, Dilma teria 43,8%; Aécio Neves, 19%; Eduardo Campos, 8,7%; pastor Everaldo, 3%. Votos em branco e nulos somariam 22%.
No Datafolha, Dilma aparece com 36%, Aécio com 20%, Eduardo com 8% e pastor Everaldo com 3%; bancos e nulos somam 13% e indecisos, 14%.
Vale esclarecer que, na conversa com a Comunicação do governo, alguns fatos foram passados pela fonte em questão e outros foram submetidos a ela pelo blogueiro e receberam sua concordância.
Em primeiro lugar, as pesquisas que vêm sendo feitas pelo governo praticamente não sofreram variação ao longo dos últimos meses.
Em junho, por exemplo, o Datafolha chegou a dar 34% para Dilma
Já em julho, o Datafolha apurou 38% para Dilma – e atribuiu a subida ao entusiasmo com a Seleção brasileira de futebol, então com esperanças de conquistar a Copa de 2014, e à boa organização do
evento.
O governo, porém, diz que seu acompanhamento das pesquisas ao longo dos últimos meses mostrou que a presidente vem mantendo ao redor de 40% de intenções de voto. Às vezes um pouco mais, às vezes um pouco menos. Essas oscilações no primeiro turno, segundo o governo, não aconteceram nas pesquisas privadas feitas pelo Vox Populi para o PT.
Mas é sobre o segundo turno que a pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (17) derrapou mais, na visão do governo Dilma. Segundo a fonte consultada, “não tem lógica Aécio ficar estacionado no primeiro turno e ganhar 20 pontos percentuais no segundo enquanto Dilma só ganha 8 pontos”.
Independentemente da avaliação do governo, este blog comparou com a eleição de 2010 alguns dados da última pesquisa Datafolha que ganharam grande destaque nas manchetes com a aparente finalidade de destacar aspectos ruins para Dilma.
Dois pontos da pesquisa ganharam grande destaque na mídia: rejeição a Dilma e “empate técnico” entre ela e Aécio no segundo turno.
Comecemos pelo 2º turno. No post anterior, o Blog divulgou que não há muita diferença nas intenções de voto do candidato petista, do tucano e do (s) candidato (s) da terceira via no primeiro turno – ao menos em relação às três últimas eleições presidenciais.
Veja o gráfico, abaixo.
Agora, a mesma pesquisa foi feita pelo Blog em relação ao segundo turno de 2010. Os institutos que apuraram os números que figuram no gráfico abaixo foram Datafolha, GPP, Ibope, Sensus e Vox Populi.
Notem que Serra chegou a ficar em empate técnico com Dilma em pesquisa Sensus com “campo” entre 11 e 13 de outubro de 2010. Naquela pesquisa, Dilma apareceu com 46,8% e Serra com 42,7% – ou seja, ambos poderiam ter 44,8%, pela “margem de erro”.
Em julho de 2010, pesquisa Datafolha com “campo” entre os dias 20 e
23 mostrava Dilma com 46% e Serra com 45%. A situação no segundo turno
era mais difícil naquele ano do que hoje, para Dilma.
Mas o dado mais surpreendente refere-se à taxa de rejeição de Dilma, que a mídia e a oposição estão martelando. Segundo esse grupo oposicionista-midiático, “nenhum candidato se elege com rejeição de 35%”.
Bem, aí vai uma má notícia para os torcedores de Aécio Neves – Eduardo Campos não importa: segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada em outubro de 2010, Dilma venceu aquela eleição com 35,4% de rejeição; Serra tinha 37,5%.
Contudo, o pior – para Aécio Neves – vem agora. O grande trunfo do candidato tucano hoje, apesar do que diz a mídia tucana, é ele ainda não ser muito conhecido. Segundo essa mídia, ao se tornar mais conhecido Aécio tende a crescer. Os fatos, porém, insinuam que pode ser o contrário.
Há um fator que este Blog explicou no post Datafolha e o beijo da morte de FHC, publicado em 6 de junho passado. O texto relatou dado daquela pesquisa em que o Datafolha mostrou Dilma com apenas 34%, no mesmo mês de junho. A mídia escondeu o dado, mas isso não fez com que sumisse.
Para explicar, transcrevo, a seguir, informação sobre a pesquisa Datafolha de junho escondida lá no finzinho da reportagem da Folha de São Paulo intitulada Joaquim Barbosa é o segundo mais influente da eleição (6/6/2010):
Quando a campanha de Dilma tiver acesso ao horário “gratuito” no
rádio e na televisão, a rejeição de Aécio deve subir muito. E como essa
rejeição a FHC já atravessa muitos anos (mais de uma década),
dificilmente terá mudado.
Aliás, hoje só a oposição fala, através da grande mídia. Com o horário eleitoral, todos irão falar. Inclusive Dilma, de quem a mídia só reproduz as palavras que interessam à oposição.
Mas voltando ao “beijo da morte de FHC”, vale lembrar que ninguém vence eleição com 57% de rejeição. É estatisticamente impossível. E mesmo que Aécio – como Serra em 2002 e 2010 e Geraldo Alckmin em 2006 – esconda FHC, é óbvio que a campanha de Dilma não vai deixar. Muitos ainda não sabem que Aécio é o candidato de FHC. Mas vão saber.
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Mas o dado mais surpreendente refere-se à taxa de rejeição de Dilma, que a mídia e a oposição estão martelando. Segundo esse grupo oposicionista-midiático, “nenhum candidato se elege com rejeição de 35%”.
Bem, aí vai uma má notícia para os torcedores de Aécio Neves – Eduardo Campos não importa: segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada em outubro de 2010, Dilma venceu aquela eleição com 35,4% de rejeição; Serra tinha 37,5%.
Contudo, o pior – para Aécio Neves – vem agora. O grande trunfo do candidato tucano hoje, apesar do que diz a mídia tucana, é ele ainda não ser muito conhecido. Segundo essa mídia, ao se tornar mais conhecido Aécio tende a crescer. Os fatos, porém, insinuam que pode ser o contrário.
Há um fator que este Blog explicou no post Datafolha e o beijo da morte de FHC, publicado em 6 de junho passado. O texto relatou dado daquela pesquisa em que o Datafolha mostrou Dilma com apenas 34%, no mesmo mês de junho. A mídia escondeu o dado, mas isso não fez com que sumisse.
Para explicar, transcrevo, a seguir, informação sobre a pesquisa Datafolha de junho escondida lá no finzinho da reportagem da Folha de São Paulo intitulada Joaquim Barbosa é o segundo mais influente da eleição (6/6/2010):
“(…) os que ‘com certeza’ optariam por alguém [um candidato a presidente]
sugerido por FHC são 12%. No caso do tucano, o destaque é a sua
influência negativa: 57% dizem que não votariam em alguém apoiado por
ele, o campeão por esse critério [de influência no voto do eleitorado]”.
Aliás, hoje só a oposição fala, através da grande mídia. Com o horário eleitoral, todos irão falar. Inclusive Dilma, de quem a mídia só reproduz as palavras que interessam à oposição.
Mas voltando ao “beijo da morte de FHC”, vale lembrar que ninguém vence eleição com 57% de rejeição. É estatisticamente impossível. E mesmo que Aécio – como Serra em 2002 e 2010 e Geraldo Alckmin em 2006 – esconda FHC, é óbvio que a campanha de Dilma não vai deixar. Muitos ainda não sabem que Aécio é o candidato de FHC. Mas vão saber.
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