sexta-feira, 25 de julho de 2014

Contraponto 14.285 - " Folha não quer que seca vire 'assunto de elevador'. Por isso não mostra o poço? "


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25/07/2014 

 

Folha não quer que seca vire “assunto de elevador”. Por isso não mostra o poço?

 
Tijolaço - 24 de julho de 2014 | 14:13 r: Fernando Brito

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Fernando Brito

A Folha de S. Paulo, hoje, em editorial, alerta o Governador Geraldo Alckmin que a falta d’água, em São Paulo, corre o risco de virar “conversa de elevador” e, assim, influir na preciosa votação tucana na paulicéia.

O temor do jornal é o de que “o tucano corre o risco de ver paulistas debatendo o voto no elevador”.

De elevador, não sei se vira, mas de bar, já virou, como mostra reportagem do Estadão sobre os bares da badalada Vila Madalena estarem servindo bebidas em copos plásticos pela impossibilidade de, sem água à noite, lavarem os de vidro.

A Folha faria melhor por São Paulo, porém, se fizesse jornalismo, em lugar de editoriais.

Os fatos estão se sucedendo e nem mesmo míseras imagens da área de captação da represa têm sido atualizadas como deviam, quase que diariamente.

Se estivesse fazendo jornalismo como devia estaria registrando que, neste momento, dependendo da chuva que deve cair hoje e amanhã na região do Cantareira, está secando o canal de interligação entre o reservatório do Jaguari e o do Jacareí.

Os dois se ligam por um canal escavado na rocha e na terra, cujo fundo está na cota de 717,50 metros sobre o nível do mar.

E a água, esta noite, baixou para 717,52 metros.

Dois centímetros, apenas, num reservatório que baixa sete centímetros a cada dia.

Se a Folha quiser informar mesmo seus leitores, mande um fotógrafo repetir as imagens do dia em que Geraldo Alckmin inaugurou a “gambiarra do bombeamento” e todos verão que o que resta hoje é um braço de água cercado por um grande lodaçal.

Ou que diga a seus leitores que a quantidade de água mandada para a Estação de Tratamento de Santa Inês vem caindo aos pouquinhos, dos 31 metros por segundo normais para apenas 21,5 m³/s ontem.

Ou ainda que o Estado de São Paulo está gastando dinheiro público num lunático bombardeamento de nuvens, cuja eficácia jamais ficou comprovada, muito menos para quantidades de água
compatíveis com o armazenamento de chuva (o que é totalmente diferente de pequenas precipitações que podem aliviar a situação de lavouras na seca).

O nível da água e seu consumo é mensurável, tão mensurável quanto o preço do asfalto astronômico na pista de pouso de Cláudio.

A única dúvida que se tem, hoje, é se faltará água em São Paulo alguns dias antes ou depois do primeiro turno das eleições.

Façam jornalismo, senhores.

Porque é com fatos que se formam opiniões.

Embora os jornais brasileiros, nos últimos anos, venha se especializando em transformar opiniões em fatos.


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