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29/07/2014
A conversa da CNI é a do Armínio: “os salários estão altos demais”
Tijolaço - 28 de julho de 2014 | 18:16 Autor: Fernando Brito
Fernando Brito
O Estadão anuncia que a Confederação Nacional das Indústrias apresenta aos candidatos uma nova fórmula de reajuste do salário mínimo.
Fórmula, aliás, espertíssima.
O aumento, que hoje considera a inflação e o avanço do PIB de dois anos antes, passaria a usar como indicador o PIB per capita, ou seja, a divisão do PIB pela população.
Mas não dá no mesmo?
Não, não dá, porque a variação do PIB per capita é sempre menor que a variação do PIB, salvo quando a população diminui.
Ou seja, quando morre mais gente do que nasce.
Como, supõe-se, a CNI não está pensando que haverá hecatombes no Brasil, matando gente em proporções colossais, a realidade é de um crescimento – embora menos veloz – da população e, portanto, um PIB per capita evoluindo em índices menores do que o PIB.
E onde vai bater essa crueldade de “dar um pouquinho menos”?
Em quem já ganha muito pouco, os mais humildes, os aposentados, os beneficiários de programas de amparo à velhice, à invalidez ou aos deficientes.
É a linha do “medidas impopulares” que a dupla AA – Aécio-Armínio – diz que não hesitarão em tomar. (Grifo em verde negritado é do ContrapontoPIG)
Dê uma conferida lá no gráfico para ver quanto teria sido “economizado” no salário mínimo com esta fórmula.
E, como é índice sobre índice, cada uma destas diferenças se acumula.
De 2009 para cá – a lei considera a variação desde aquele ano – a diferença já ficaria na casa de sete a oito por cento, a menor.
Essa gente não consegue entender que trabalhador com dinheiro é consumidor.
Sem dinheiro, é recessão.
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