quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Contraponto 14.867 - "Cúpula de clima: presidenciável defende que Brasil firme documento sem ler "

 

24/09/2014

 

Cúpula de clima: presidenciável defende que Brasil firma documento sem ler 

 


Assim não dá! Não chega o candidato Aécio Neves (PSDB-DEM) desinformado, falando sobre tudo, sobre o que sabe e o que não sabe, agora temos também a candidata Marina Silva, do PSB, seguindo a mesma trilha? A bobagem que a Marina falou ontem, em cima da bucha, com relação ao fato de a presidenta Dilma Rousseff não ter assinado em nome do Brasil a declaração da ONU sobre desmatamento/clima, no encerramento da Cúpula de Clima em Nova York, não tem precedentes, não tem conserto, não tem jeito, pessoal!

Marina simplesmente queria que o Brasil assinasse uma declaração sem que tivéssemos sido consultados sobre sua elaboração, redação final, sobre nada em relação ao documento. Imagina se a moda pega! A ligeireza da crítica de Marina feita horas após a presidenta ter anunciado a posição do Brasil de não  subscrever o documento,  e seu afã eleitoral, comprovam que ela não está à altura do cargo de presidente. (Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)


Francamente…cobrar da presidenta Dilma, de um chefe de Estado e/ou de Governo a firma, a assinatura em um documento sobre o qual o Brasil não foi consultado e nem convidado a debater, a participar da redação é algo imperdoável para quem disputa o cargo de presidente da República.

Candidata se precipita na crítica

Marina classificou de “lamentável” a decisão do governo brasileiro de não assinar a iniciativa global antidesmatamento anunciada ao final na Cúpula de Clima da ONU ontem. Afirmou que o discurso da presidenta Dilma na conferência ficou limitado às conquistas do passado, em vez de assumir compromissos para o futuro.

“Infelizmente – considerou a candidata do PSB ao Planalto – a presidente Dilma está participando em Nova York da Cúpula do Clima, a convite do secretário-geral das Nações Unidas, que a chamou para debater o grave problema das mudanças climáticas. Ela fez uma fala se reportando tão somente às conquistas do passado, não assumindo nenhum compromisso para o futuro. Não assinou o acordo sobre a proteção das florestas dos países que têm mais florestas, o que é lamentável. Nós podemos juntar economia e ecologia”.

Pior, foi apocalíptica: para ela, a decisão do governo de não assinar o documento  “compromete” as florestas, a biodiversidade, as populações locais e, principalmente, a agricultura brasileira. Marina assinalou, por exemplo, que as chuvas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil são produzidas pelas condições climáticas na Amazônia.

“Quando o governo, por políticas erráticas, retrocede em relação a processos que vêm sendo encaminhados para que se tenha uma agenda de desmatamento zero, isso é um grande retrocesso. Não somente  em relação ao acordo de florestas, mas também ao protocolo de Nagoya, que o governo brasileiro não ratificou. Foi retrocesso sobre retrocesso”, concluiu.

Explicação didática para Marina entender

Vamos repetir para Marina Silva as razões expostas pela presidenta Dilma e pela ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, sobre a posição do Brasil para não assinar o documento e porque seria quase um crime de lesa-pátria subscrever o documento. Seria tal qual assinar sem ler um programa de governo.

Vamos explicar e ver se a ex-senadora Marina entende agora. O Brasil não assinou o documento, nem poderia assinar, porque conforme explicou a presidenta, e nas palavras da ministra Izabella Teixeira,  “o Brasil não foi convidado a se engajar no processo de preparação” da declaração que propõe uma meta para zerar o desmatamento no planeta.

Em vez disso, destacou Izabella, o país recebeu uma cópia do texto da ONU, que pediu para aprová-lo sem a permissão de sugerir qualquer alteração. “Infelizmente, não fomos consultados. Até achamos impossível que se possa pensar haver uma iniciativa global para florestas sem o Brasil dentro. Não faz sentido”, completou a titular do Meio Ambiente.

Além disso, uma das principais restrições brasileiras ao documento é que ele só foca e cobra desmatamento zero. Não há distinção, no texto, entre desmatamento legal e ilegal. Como a lei brasileira permite manejo sustentável de florestas e derrubada de áreas para agricultura, dentro de certos limites (20% a 50%, na Amazônia, por exemplo), o país não poderia simplesmente aderir ao desmatamento zero, explicaram os membros da delegação brasileira em Nova York.

Entendeu, agora, senadora? Compreendeu, candidata?

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