.
25/09/2014
Crise? Que crise? Ah, a da Globo!
Empregos em alta e preços em baixa. O problema é a Urubóloga
O
Conversa Afiada reproduz artigo de
Clemente Ganz Lúcio, Diretor Técnico do DIEESE:
Números contradizem onda de pessimismo com economia brasileira
Estamos em pé, gerando empregos, com preços caindo e variação positiva do PIB
Há algum tempo, dados e declarações que
procuram demonstrar que há no Brasil grande crise e descontrole da
economia ganharam destaque: o país está em recessão (técnica!), a
inflação, descontrolada, o desemprego chegou, o déficit comercial subiu
etc.
A vida não anda fácil no mundo e no
Brasil, é verdade. A partir de 2007/2008, as economias desenvolvidas
provocaram a mais grave crise do capitalismo desde 1929. “A grande
recessão”, segundo economistas, trouxe aos países desenvolvidos alto
desemprego, arrocho salarial, perda de direitos e da proteção social
como remédio para a crise.
A atividade econômica caiu nos
países em desenvolvimento e a China passou a mostrar seu poder
econômico. Com políticas anticíclicas, o Brasil permaneceu em pé,
garantindo empregos, preservando salários e políticas sociais, bem como
protegendo e incentivando a atividade produtiva. É muito difícil
enfrentar essa crise. Há acertos e erros que fazem parte do risco de
quem governa e decide diante de tantas incertezas.
O Brasil enfrenta inúmeros desafios
de curto prazo: a pressão dos preços internacionais de alimentos; a
severa seca, a mais grave dos últimos 60 anos, que comprometeu a safra
agrícola, elevando preços de insumos, alimentos e energia elétrica; a
Copa do Mundo, que reduziu a quantidade de dias úteis, com impacto sobre
a atividade econômica; a desvalorização do Real (R$ 1,6 para R$ 2,3 por
dólar), que ajuda a proteger a indústria, mas tem impactos sobre
preços; a queda na receita fiscal do governo; a redução na venda de
manufaturados para a Argentina; a China ganhando espaço comercial na
América Latina e no nosso mercado interno; a enorme pressão dos
rentistas pelo aumento dos juros, entre outros.
Apesar disso, os números da atual conjuntura evidenciam que ainda estamos em pé, senão vejamos:
· No primeiro semestre de 2014, houve aumento salarial em 93% das Convenções Coletivas, com ganhos reais entre 1% e 3%;
· O preço da cesta básica caiu nas 18 capitais pesquisadas pelo DIEESE, entre julho e agosto (-7,69% a -0,48%).
· O Índice do Custo de Vida do DIEESE, na cidade de São Paulo, variou 0,68% em julho e 0,02% em agosto, arrefecendo.
· O mercado de trabalho formal criou mais de 100 mil postos de trabalho em agosto.
· O comércio calcula que serão criadas mais de 135 mil vagas no final do ano.
· O BC estimou a variação positiva do PIB para julho em 1,5% e indicou trajetória de queda da inflação.
· A atividade produtiva da indústria cresceu 0,7% em julho.
A ciência dos números é insubstituível
para dar qualidade ao debate público e apoiar um olhar criterioso sobre a
dinâmica da realidade. O desafio é correlacionar as informações para
produzir o conhecimento e compreender o movimento do real.
.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista