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25/09/2014
Izaías Almada: O único programa que se salva é o de Dilma
Do Viomundo - publicado em 25 de setembro de 2014 às 17:12
Reeleger Dilma e mudar mais
Já não houve alguém no passado que disse que tudo que é sólido se desmancha no ar? Há sempre alguma coisa que muda, para pior ou para melhor. Nosso desejo é que seja sempre para melhor, não?
É claro que entre o homem de Neanderthal e o meu vizinho aqui do apartamento ao lado há toda uma história para se contar, repleta de altos e baixos, de avanços e recuos, mas a distancia entre a razão e o coração permanece a mesma, ora privilegiando uma, ora privilegiando outro. Quando se encontra algum equilíbrio nessa química, dirão os sábios, reina a paz e a alegria. Será?
O mundo contemporâneo cada vez menos se compraz com a verdade. Ou dela se beneficia. Mas, afinal, o que é a verdade, perguntarão os filósofos de botequim e os verdadeiros…
Diante dos lugares comuns com que abro o artigo, que de tão comuns não chegarão a sensibilizar as almas bem mais eruditas que a minha, debruço-me com algum cuidado sobre as próximas eleições de outubro na, ingênua talvez, expectativa de encontrar explicações para o que ouço e leio e até preparar o espírito para um possível desastre anunciado. Repito: possível, mas não desejado… E pelas últimas pesquisas de intenção de votos, apenas anunciado.
Pois guerra é guerra, venha ela pela ponta das baionetas, dos drones ou pelas manchetes de jornais, revistas e telejornais irresponsáveis. Em particular nos países que ainda não se despiram de preconceitos seculares dos mais variados matizes e letárgica aculturação.
Na ânsia de ler o noticiário do dia a dia das eleições defronto-me com frases como “Chico Mendes era um homem de elite”, “A formação de cartel não é crime”, “O PSDB é contra toda e qualquer corrupção”, “Quero governar com os melhores”, “Vamos atualizar as leis trabalhistas”, “O governo colocou um diretor na Petrobrás para roubar” e toda uma cantilena de idiotices e frases ocas, o que não é de se estranhar se levarmos em conta, por exemplo, que Barak Obama é premio Nobel da Paz.
E o mensalão mineiro, o do PSDB, nunca existiu. Em se tratando de nonsense…
Na geleia geral da propaganda política para o grande evento do próximo cinco de outubro o que sobra é a pobreza generalizada das candidaturas de oposição ao atual governo, algumas escancarando o lado grotesco dos candidatos e seus discursos vazios de ideias e carregados de ignorância, preconceito, algum humorismo e, sobretudo, de pessimismo.
Nesse item, uma vergonha! Cidadãos e eleitores merecem mais respeito e consideração. Já que o espetáculo da democracia representativa burguesa nos oferece o “horário eleitoral gratuito” (sic), nada nos impede de ver ali o raio-x desse jogo do vale tudo.
A presença e o discurso de alguns dos candidatos, o Levy, o Eymael, o pastor fulano de tal, enfatiza o deboche da própria democracia que defendem e dizem representar. Dedicar três ou quatro linhas do artigo a essa baboseira já é demais. Haverá sempre a possibilidade de qualquer um de nós recorrermos ao soro antiofídico.
Em seguida, as propostas ingênuas e até fora de contexto dos candidatos da esquerda radical que, excetuada a convicção e alguma coragem com que defendem suas ideias, corretas muitas delas, não dialogam com o eleitor que quer encontrar respostas imediatas às suas necessidades do dia a dia e não ouvir apenas proselitismos políticos e ideológicos.
Por último, o confronto entre os três candidatos que terão a maioria dos votos daqui a dez dias.
Para a oposição conservadora e a da ‘nova política’ o leitmotiv é a corrupção, crime que surgiu no Brasil a partir de 2002 e, pelo visto, só existe no atual governo, na Petrobrás e no Partido dos Trabalhadores. Nunca antes nesse país se encontrou tanta corrupção.
“Quem não tiver culpa que atire a primeira pedra”… Não foi esse, entretanto, o ensinamento maior do líder de toda essa gente? Perguntem ao Malafaia e ao padre Marcelo. Aos fundamentalistas da revista Veja ou aos tribunais da Inquisição em que se transformaram os entrevistadores televisivos da presidente Dilma nessa campanha.
A operação plástica de Aécio Neves e o ar angelical de Marina Silva ao se referirem à corrupção alheia são de dar enjoo em antiácidos estomacais. O cinismo com que querem nos colocar no canto da sala de aulas com orelhas de burro na cabeça chega a ser doentio e criminoso. E sempre que possível amparado pela justiça eleitoral ou outras justiças espalhadas pelo país.
E por falar nisso, onde foi parar o látego negro depois de cumprir sua função de juiz imparcial?
Goste-se ou não, concorde-se ou não, a campanha demonstra com propriedade que o único programa que se salva é o do próprio governo tanto em forma como em conteúdo. Mostra o país em transformação dos últimos doze anos e o muito que ainda se pode fazer. Um esforço hercúleo para quebrar a parede de concreto erguida pela mídia impatriótica entre o governo e os cidadãos, em particular os que ajudam a sustentar o país com o seu trabalho de sol a sol. (Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)
Os smartfones e ifones com seus selfies e outras surpresas (e bobagens), as redes sociais estão expondo as vísceras da luta de classes no Brasil.
De resto é a falácia, a crítica pela crítica, inúmeras acusações sem provas, a construção de um pessimismo odioso e odiento que só prejudica, à saída, aos menos favorecidos da pirâmide social. E à soberania do país.
Não é difícil, para quem ainda não vendeu a alma ao diabo, fazer tais constatações, até porque a direita e muitos de seus despolitizados adeptos, já não tem o menor pudor em mostrar as entranhas do jogo que propõe jogar.
Tudo cheira a mofo e a passado, a uma hipocrisia nauseabunda, quando varrem para debaixo do tapete de suas consciências o criminoso assalto contra o patrimônio público praticado em governos de seus ‘líderes’.
Ou ainda quando substituem o diálogo e a contra argumentação, em defesa de suas ideias (?), pela violência verbal ou mesmo física fazendo surgir aqui e ali traços inequívocos de intolerância, de um fascismo reprimido que vem à tona e procura fazer ‘justiça’ com as próprias mãos.
Há que reeleger Dilma Roussef sim. Qualquer outro resultado poderá deixar o Brasil e a América Latina às portas de um extemporâneo retrocesso político e social que a minha geração conheceu bem e que as novas gerações não fazem por merecer.
O que tem que ser tem muita força.
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Tenho receio do que possa acontecer nessa eleição, a nossa presidenta Dilma, tem como adversaria a grande impressa burguesia brasileira. o que a veja, o globo, a folha e outros meios de comunicação fala mal do governo Dilma. os locutores dos rádios fazem longos comentários maldosos, para enganar os mais humildes, homens de boa fé. isso se espalha pelo pais a fora, como acontece aqui no município de Currais Novos no interior do Rio Grande do Norte a duzentos quilômetros de Natal.
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