terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Contraponto 15.489 - "Globo faz lobby por empreiteiras de fora

Reportagem publicada neste domingo no jornal, com destaque na primeira página, afirma que a abertura às empreiteiras internacionais será "inevitável".

"Enquanto nos maiores setores da economia brasileira — bancos, telefonia, varejo, mineração e agricultura — há atores internacionais, na construção as empresas estrangeiras têm uma atuação marginal, e os negócios estão concentrados nas grandes empreiteiras locais", diz o texto.
De acordo com o ranking do setor, entre as 25 maiores construtoras do Brasil em 2013, apenas a vigésima, a Hochtief do Brasil, que é alemã, tem participação relevante de acionistas estrangeiros.

Empresas inidôneas

Um dos fatores que poderia acelerar a abertura do mercado brasileiro seria uma eventual declaração de inidoneidade das empreiteiras brasileiras. Como a Lava Jato atinge praticamente todas as construtoras nacionais, como Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, além de Mendes Júnior, UTC e Engevix, uma solução radical poderia inabilitar o trabalho de praticamente todas as empreiteiras com órgãos públicos.

A reportagem do Globo traz apenas fontes "em off", que defendem a abertura do setor. "A crise da Lava-Jato vai obrigar o mercado a estruturar novos empreendedores com participação estrangeira fora desse estreito mundo das grandes construtoras", diz uma delas. "O sentimento geral é que o governo quer mais estrangeiros, mas essa concentração no setor de construção é característica em muitos lugares do mundo e de rompimento gradual".
 
O Globo cita, ainda, um caminho para facilitar o ingresso de gigantes internacionais no País. "Uma das estratégias do governo para abrir o mercado da construção, se a Lava-Jato tornar as grandes empreiteiras locais inidôneas, seria aproximar as estrangeiras das empresas médias brasileiras, a fim de dar a estas mais fôlego financeiro."

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