25/09/2015
Papa discursa na ONU e pede regulação do sistema financeiro
Em seu discurso hoje (25), na sede das
Nações Unidas (ONU), em Nova York, o papa Francisco fez uma ampla defesa
dos direitos humanos e da proteção ao meio ambiente. Ele fez críticas
ao lucro indiscriminado de organismos financeiros que não estão
submetidos ao interesse coletivo, defendendo, inclusive, a regulação
desses organismos. O Papa discursou diante de 150 chefes de Estado e de
governo, entre eles a presidenta Dilma Rousseff, reunidas na Cúpula das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
Ele chamou a gestão econômica global de
'"irresponsável" e disse que a economia mundial não deve ser guiada pela
ambição e riqueza. Defendeu que os organismos financeiros
internacionais devem se comprometer com o financiamento do
desenvolvimento sustentável dos países. "Os organismos financeiros
internacionais deveriam promover o progresso, ao invés de submeter as
populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência",
declarou.
Durante os 35 minutos de discurso, o Papa tocou em vários pontos presentes na Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015,
a chamada Agenda 2030. Em diversos momentos chamou os líderes a
combater a exclusão social e cobrou, dos países mais desenvolvidos,
maior comprometimento com a principal meta do documento: a eliminação da
pobreza extrema do mundo.
Proteção ambiental
O papa Francisco também enfatizou a
defesa do meio ambiente e disse que "a sede de poder e a propriedade
material sem limites”, são fatores que favorecem a manutenção da
miséria. Ele lembrou que a "destruição da biodiversidade ameaça a
própria existência da espécie humana" e, ao defender o desenvolvimento
sustentável, criticou a cultura do descarte.
Para o papa, o mau uso do meio ambiente
está relacionado com os processos de exclusão social, em um mundo onde
"os mais pobres também são descartados da sociedade". O pontífice pediu
que todos os países cumpram as promessas e metas propostas conjuntamente
pelos países-membros da ONU e que se esforcem para combater os efeitos
do aquecimento global.
O papa Francisco também citou a
Conferência sobre o Climpa, que vai ocorrer em dezembro, em Paris, e se
disse otimista com a assinatura de um acordo global sobre o tema.
Fundamentalismo religioso e diplomacia
O papa Francisco citou a perseguição aos
cristãos em alguns países, sobretudo no Oriente Médio e no Norte da
África e a intolerância religiosa. "É uma situação dolorosa ver estes
cristãos e patrimônios culturais e religiosos destruídos", frisou.
Ele elogiou o acordo para o fim da
atividade nuclear no Irã – sem citar o país, como resultado da boa
vontade política de líderes mundiais. "O recente acordo sobre a questão
nuclear em uma região sensível da Ásia e do Oriente Médio é uma prova
das possibilidades da boa vontade política e do direito exercitados com
sinceridade, paciência e constância", disse.
Em outro momento do discurso, defendeu o
combate a vários tipos de crimes, como o narcotráfico, a lavagem de
dinheiro e o tráfico de seres humanos. Para ele, o narcotráfico mata
milhões de pessoas silenciosamente e não é suficientemente combatido.
.
.
70 anos da ONU
.
.
Ao iniciar seu discurso, o Papa mencionou importância da ONU, em
seus 70 anos de ação, como organismo de mediação. "A história da
comunidade organizada de estados representada pela ONU é uma história de
importantes êxitos comuns, em um período de inusitada aceleração dos
acontecimentos", disse.
.
.
Antes do discurso no Plenário, o Papa se reuniu com o
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e fez uma declaração rápida aos
funcionários das Nações Unidas, agradecendo o trabalho deles e pedindo
orações. "Rezem por mim", pediu.
.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista