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24/10/2015
Lula: eles não perdoam que os pobres ascendam. Ouça.
Por Fernando Brito
Para um velho brizolista, nada mais desagradável que olhar as vacilações do PT em enfrentar as elites.E nada mais agradável do que ver o líder do PT, Lula, assumir o que aquela história de “país de todos” edulcorava: que a elite brasileira rejeita radicalmente a ideia de que sejamos um só povo, com os mesmo direitos, sobretudo o direito a ter oportunidades.
Porque é uma tolice acreditar que o progresso social é apenas uma questão de “políticas inclusivas” e “politicamente corretos” que, tão certo quanto o dia nascerá amanhã, nos levarão a uma sociedade justa.
É isso, sim, não há nenhuma dúvida, como não se discute que é um longo processo, geracional, como sou hoje “neto” do Getúlio Vargas que elevou meus avós à dignidade no trabalho e na moradia e deu escola à sua filha, minha mãe.
Mas é também fruto da identidade do nosso povão e de sua capacidade de entender que a pobreza não é um acidente, um fatalidade mas um sustentáculo da dominação econômica – interna e externa – que cria uma subnobreza imbecil e discriminadora, incapaz de ver que nossa força é sermos um só país e não uma sociedade de castas.
Não dizê-lo é entregar ao mesmo pensamento todo aquele que ascende.
É preciso repetir mil vezes o que disse Lula na noite de sexta-feira, num encontro do PT, em lugar de aceitar a pauta udenista da moralidade que, afinal, só pode ser levada a sério se não fossem os corruptos de cinco séculos que estivessem a atirar pedras.
E não nos espertalhões e arrivistas que embolsaram dinheiro nos postos de governo que tiveram, porque agora são os “santos delatores”, cujos dedos apontam e bastam para condenar os que a elite quer destruir.
Ouça Lula.
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