.
26/10/2015
Confissões de FHC desmascaram hipocrisia de tucanos, afirma Lindbergh
PT no Senado - 26/10/2015
O Globo Em
tempos de tanta “hipocrisia e indignação seletiva”, o anunciado
lançamento do livro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre os
primeiros anos de seu mandato pode fazer bem à memória do País, acredita
o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que nesta quarta-feira (21)
destacou alguns trechos da obra, antecipados em reportagem do jornal . O livro confirma,
por exemplo, que FHC conhecia um esquema de corrupção na Petrobras
desde 16 de outubro de 1996, mas optou por não tomar providências para
não prejudicar a tramitação da lei que flexibilizou o monopólio estatal
do petróleo.
Para
Lindbergh, as revelações de FHC demonstram duas coisas: primeiro, a
corrupção na Petrobras começou muito antes dos governos petistas — e os
tucanos, hoje “indignados”, não fizeram nada para detê-la, apesar de
saberem de sua existência. Segundo, o ex-presidente cometeu o delito de
prevaricação, já que qualquer pessoa em exercício de função pública tem o
dever de denunciar qualquer ato ilícito de que tome conhecimento. “Esse
é o caso típico de prevaricação. Você é avisado e não faz nada!”,
protestou o senador petista, em pronunciamento ao plenário, nesta
quarta-feira (21).
Segundo
as memórias de FHC reproduzidas pelo jornal,em outubro de 1996 o então
presidente foi avisado de que a Petrobras era um “escândalo”. Embora
constatasse que o caso requeria intervenção na estatal, decidiu não
tomar essa providência. O alerta foi feito pelo dono da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamim Steinbruch, que havia sido nomeado
para o Conselho de Administração da Petrobras.
Citado
pelo Globo, FHC explicou que a decisão de não intervir na Petrobras
para estancar o “escândalo” ocorreu porque não queria “mexer [na
empresa] antes da aprovação da lei de regulamentação do petróleo pelo
Congresso”, além de buscar “pessoas competentes para botar lá”. Como
lembrou Lindbergh, foi exatamente em 1996 que o jornalista Paulo Francis
fez denúncias sobre a corrupção na Petrobras.
“Agora
é o presidente Fernando Henrique Cardoso que reconhece que foi avisado
por Benjamim Steinbruch de escândalos na Petrobras; que ele teria de
intervir e que não houve intervenção porque estava havendo a discussão
da lei do petróleo naquele período. Ora, por que tratam disso como se os
escândalos tivessem surgidos agora?”, cobrou Lindbergh.
Ainda
segundo o livro de memórias de FHC, o ex-presidente não gostou da
atuação da Polícia Federal na investigação do chamado “escândalo da
pasta rosa” e qualifica como “mesquinharia” o fato de a PF ter chamado a
depor no inquérito o então deputado Luís Eduardo Magalhães. “Aquilo
deixou Antônio Carlos Magalhães [pai do deputado] enfurecido”. Para
alívio de FHC, a “mesquinharia” foi travada: "Em todo caso, o procurador
colocou um ponto final nisso."
O
procurador, destacou Lindbergh, era “o velho engavetador geral da
República, Geraldo Brindeiro”. O senador petista apontou a diferença de
tratamento dado por FHC aos órgãos de Estado em relação à postura dos
governos petistas frente a essas instituições. No caso do
procurador-geral da República, tem sido prática petista nomear para o
cargo sempre o mais votado da lista tríplice elaborada pelo conjunto de
procuradores.
“Isso
não acontecia antes. Geraldo Brindeiro foi nomeado três vezes por
Fernando Henrique Cardoso, sem eleição. Na quarta nomeação houve uma
eleição, ele ficou em sétimo lugar e foi reconduzido assim mesmo”,
lembrou Lindbergh. “Se fosse um governo do PT que fizesse isso, este
Brasil caía”, comparou o senador.
Em
relação à Polícia Federal, a diferença fica ainda mais clara: nos oito
anos do governo FHC foram realizadas 48 operações da Polícia Federal —
uma média de seis por ano.
Entre 2003 e 2014, primeiros anos dos
governos petistas, a média de operações da PF foi de 220 por ano. “Foram
2.400 operações até 2014. Em 2015, a média de operações da Polícia
Federal é de 1,7 por dia. Vai dar 400 por ano. Agora, imaginem no
período tucano: seis investigações por ano! A Polícia Federal não agia,
não tinha estrutura, não tinha autonomia”, rememorou Lindbergh.
O
senador cobrou o reconhecimento à postura da presidenta Dilma, que
jamais buscou qualquer interferência nos órgãos de fiscalização e
criticou a indignação seletiva dos que “passam a mão na cabeça desse
deputado Eduardo Cunha, que não tem condições de continuar presidindo a
Câmara”, apenas para tentar assegurar a instalação de um processo de
impeachment contra Dilma.
Lindbergh,
porém, tem convicção de que a maioria dos brasileiros consegue enxergar
além dessas manobras. “Tenho certeza de que o Brasil está entendendo o
que está acontecendo. Nessas duas semanas a máscara da oposição, do
PSDB, caiu”.
Cyntia Campos
.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista