23/10/2015
Cerra, o bravo soldado da plutocracia
O Brasil seria refém dos credores (americanos!) - PHA
Conversa Afiada - publicado
23/10/2015
Ele não passa de soldado da plutocracia, como observa, com precisão, o Rennan Martins:
Serra, o bravo soldado da plutocracia
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Há de se reconhecer a competência, afinco e
entusiasmo com que o senador José Serra (PSDB-SP) defende os interesses
de quem se propôs a representar. Suas intervenções concretas, muito mais
que as declarações oportunistas, sempre se dão no sentido de submeter o
país aos ditames plutocráticos. Seja nas finanças públicas ou na
política para o setor petrolífero, lá está o tucano com seus projetos
diretamente encomendados pela banca. (as ênfases em verde negritado são do ContrapontoPIG)
No início do ano, a reboque do festival de denúncias e auge da crise na Petrobras, o senador apresentou o polêmico PLS 131/2015, que propõe desobrigar a estatal a ser única operadora do pré-sal, abrindo a mais representativa descoberta de petróleo das últimas décadas a exploração predatória das companhias estrangeiras.
Surfando na retórica da falta de dinheiro e apelando a herança colonialista e subserviente do Brasil, Serra sustenta ainda hoje que não dispomos de dinheiro nem capacidade para explorar e dispôr dos mais de 200 bilhões de barris, descobertos justamente pela competência do corpo técnico da Petrobras, que investiu milhões na perfuração e desenvolvimento da tecnologia de águas profundas, na qual é líder inconteste.
Atualmente o projeto paira, podendo retornar a ordem do dia a qualquer momento, mas sob a ameaça do requerimento de extinção da sua urgência, assinado por nada menos que 49 dos 81 senadores.
No início do ano, a reboque do festival de denúncias e auge da crise na Petrobras, o senador apresentou o polêmico PLS 131/2015, que propõe desobrigar a estatal a ser única operadora do pré-sal, abrindo a mais representativa descoberta de petróleo das últimas décadas a exploração predatória das companhias estrangeiras.
Surfando na retórica da falta de dinheiro e apelando a herança colonialista e subserviente do Brasil, Serra sustenta ainda hoje que não dispomos de dinheiro nem capacidade para explorar e dispôr dos mais de 200 bilhões de barris, descobertos justamente pela competência do corpo técnico da Petrobras, que investiu milhões na perfuração e desenvolvimento da tecnologia de águas profundas, na qual é líder inconteste.
Atualmente o projeto paira, podendo retornar a ordem do dia a qualquer momento, mas sob a ameaça do requerimento de extinção da sua urgência, assinado por nada menos que 49 dos 81 senadores.
Certamente há enorme expectativa para um espaço onde se possa
manobrar, acelerando seu trâmite, principalmente se levarmos em conta a
tabelinha que o presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem
feito junto ao paulista, mas tais intenções são acompanhadas da certeza
que a vigilância dos nacionalistas é firme.
Noutra frente temos sua relatoria no projeto de resolução do Senado Federal (PRS nº 84/2007) que a princípio se destinava a definir limites para a dívida pública líquida da União, mas que sob sua caneta se tornou uma verdadeira camisa de força que impõe parâmetros perversos às contas, inviabilizando qualquer debate democrático sobre a gestão econômica. A proposta é definir como limite do endividamento uma razão de 4,4 vezes entre a Dívida Consolidada Bruta e a Receita Corrente Líquida. A restrição de gastos seria tão grande que o ajuste fiscal vigeria por mais de dez anos a uma taxa de 3% do PIB.
Para termos uma base de comparação, a meta fiscal deste ano era inicialmente de 1,1%.
Noutra frente temos sua relatoria no projeto de resolução do Senado Federal (PRS nº 84/2007) que a princípio se destinava a definir limites para a dívida pública líquida da União, mas que sob sua caneta se tornou uma verdadeira camisa de força que impõe parâmetros perversos às contas, inviabilizando qualquer debate democrático sobre a gestão econômica. A proposta é definir como limite do endividamento uma razão de 4,4 vezes entre a Dívida Consolidada Bruta e a Receita Corrente Líquida. A restrição de gastos seria tão grande que o ajuste fiscal vigeria por mais de dez anos a uma taxa de 3% do PIB.
Para termos uma base de comparação, a meta fiscal deste ano era inicialmente de 1,1%.
Procederam-se os cortes
de gastos e arrocho requeridos pelo ajuste e o resultado é este que
assistimos. Se a atividade econômica já vinha embicando, terminou
tombando assustadoramente.
Temos agora que a economia não será atingida,
com o próprio ministro da Casa Civil admitindo deficit de R$ 50
bilhões, concomitante a subida dos níveis de desemprego e queda
assombrosa da arrecadação. Uma perigosa espiral recessiva.
Botemos os devidos pingos nos i’s. Se aprovado o PRS nº 84 nos transformará em verdadeira colônia da dívida, seremos um povo submetido aos ditames dos credores, que de ajuste em ajuste venderá todo seu patrimônio e ainda assim verá a dívida pública explodir em relação ao PIB. Cenário comparável ao drama que vive a Grécia atualmente.
Outro aspecto que merece destaque em suas propostas é o diálogo que faz com a narrativa do governo. Os projetos são apresentados como consequência natural da agenda do Planalto. A Petrobras tem problemas de caixa e precisa de “desinvestimento”? Facilitemos a missão entregando o pré-sal.
Botemos os devidos pingos nos i’s. Se aprovado o PRS nº 84 nos transformará em verdadeira colônia da dívida, seremos um povo submetido aos ditames dos credores, que de ajuste em ajuste venderá todo seu patrimônio e ainda assim verá a dívida pública explodir em relação ao PIB. Cenário comparável ao drama que vive a Grécia atualmente.
Outro aspecto que merece destaque em suas propostas é o diálogo que faz com a narrativa do governo. Os projetos são apresentados como consequência natural da agenda do Planalto. A Petrobras tem problemas de caixa e precisa de “desinvestimento”? Facilitemos a missão entregando o pré-sal.
As contas estão desajustadas e precisamos de superavit? Pois bem, que
definamos cortes monumentais equivalentes a 30% do PIB de uma década.
Duas conclusões são naturais frente a este quadro. Primeiramente, que é impossível se livrar da narrativa de crise propondo políticas tão assemelhadas as do tucanato. Cedendo ao argumento thatcheriano de que não há alternativa. O “recuo tático” petista entrou no terreno da circularidade, onde o ajuste e entreguismo nunca será suficiente para agradar o Mercado. Para a política econômica temos a intervenção keynesiana e para a Petrobras temos o acordo com o BNDES para retomada do patamar anterior de investimentos. Estas devem ser as bases mínimas do campo progressista.
A segunda é a que dá título a este artigo. Diferentemente de outros demotucanos, dados mais as bravatas e bordões dirigidos a imprensa, o senador é um competente soldado da plutocracia, atuante em diversos campos e conhecedor dos meandros políticos. Uma pena que todo este serviço tenha a finalidade de fazermos retornar ao status colonial.
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Duas conclusões são naturais frente a este quadro. Primeiramente, que é impossível se livrar da narrativa de crise propondo políticas tão assemelhadas as do tucanato. Cedendo ao argumento thatcheriano de que não há alternativa. O “recuo tático” petista entrou no terreno da circularidade, onde o ajuste e entreguismo nunca será suficiente para agradar o Mercado. Para a política econômica temos a intervenção keynesiana e para a Petrobras temos o acordo com o BNDES para retomada do patamar anterior de investimentos. Estas devem ser as bases mínimas do campo progressista.
A segunda é a que dá título a este artigo. Diferentemente de outros demotucanos, dados mais as bravatas e bordões dirigidos a imprensa, o senador é um competente soldado da plutocracia, atuante em diversos campos e conhecedor dos meandros políticos. Uma pena que todo este serviço tenha a finalidade de fazermos retornar ao status colonial.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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E pensar que este pulha destes - um entreguista descarado e cínico - quis e ainda quer ser presidente do Brasil.
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Manda ele ir pra puta que pariu.
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