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28/12/2015
A praia da Escandinávia é assim?
O primeiro domingo de verão, quentíssimo, “bombou” no Rio de Janeiro.
Por Fernando Brito
O primeiro domingo de verão, quentíssimo, “bombou” no Rio de Janeiro.
Moro perto de uma praia – embora perto de de uma praia “longe” – e não havia espaço para parar uma bicicleta.
Havia, na orla do Rio de Janeiro, algo como dois milhões de pessoas.
Mas a notícia, segundo os jornais, foi uma tentativa de assalto, da qual saíram 10 pessoas presas, possivelmente algumas só pela confusão.
Mas que fossem todas assaltantes, que seja…
Um assalto em dois milhões de pessoas, dez presos nessa multidão, seria índice de fazer cair o queixo de dinamarqueses ou suecos. Seria, provavelmente, a menor incidência criminal do planeta.
Como a cidade do Rio de Janeiro tem seis milhões de habitantes, seria dizer que há aqui três tentativas de assalto por dia e apenas 30 presos sendo levados à delegacia.
É evidente que isso não é verdade, senão aqui seria o céu.
Assaltou-se hoje, como se assalta, não foi só um que perdeu seus pertences. E prende-se aos magotes, muito mais que os só dez que foram levados ao “doutor delegado”.
Ninguém quer fingir que aqui é a Noruega.
Mas aqui não é o Iraque, nem dos pobres das favelas desce um “Exército Islâmico” para degolar os passantes.
Mas está evidente que o Rio – e o Brasil, por expansão – é vitima do poder do foco da Globo.
É, aliás, há anos.
A taxa de criminalidade escandinava que seria uma tentativa de assalto entre dois milhões de pessoas é transformada numa guerra civil não declarada, na barbárie, no terror.
Criou-se um ambiente de pânico, e com ele se alimenta o ódio, tal como se mostrou no dia das manifestações da direita, quando aquele grupo de skatistas negros e mulatos foi identificado como uma horda esquerdista que iria atacar as senhoras da nova UDN.
O Rio teve um dia de quentíssima festa.
Mas é preciso estragá-la, colocar a cidade e clima de guerra civil, o que muito agrada aos brutos de todos os lados; aos bandidos, porque de chefetes os faz generais; à policia, porque os faz salvadores, em lugar de servidores,
E no lugar da alegria, uma crise.
A CBN, é verdade, noticia: Rio de Janeiro bate recorde de turistas no feriado de fim de ano. E mais: “Cidade deve receber 850 mil visitantes, economia deve ter movimentação de R$ 686 milhões e hotéis têm taxa de ocupação de até 94%. Pontos turísticos estão lotados.”
Mas é preciso acrescentar um porém: “Turistas, no entanto, buscam formas de economizar e se hospedam em casas de amigos ou albergues.” Como se ficar em casas de amigos (quando se os tem ) e em albergues (onde os há, e em toda parte os há mais que por cá) fosse novidade em qualquer cidade turística do mundo.
É isso o que se quer dizer quando se fala que a Globo molda a a política no Rio de Janeiro.
Não é possível deixar crer que dois milhões de pessoas, ricas, pobres, brancas, negras, das coberturas e das favelas possam partilhar em paz de um mesmo pedaço da Terra (e do mar).
E, olhe, quase peladas!
Seria admitir o inadmissível: que somos todos humanos e, pior…civilizados!
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