17/12/2015
O STF dirá: “sim, Cunha é criminoso, mas nós somos covardes”?
Por Fernando Brito
No encerramento das 183 páginas descritivas das falcatruas, chantagens e crimes de toda espécie cometidos por Eduardo Cunha, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, escreve um libelo impressionante:
Realmente, conforme visto acima, o
Eduardo Cunha já demonstrou cabalmente – e por mais de uma vez – que
persegue e se vale de suas funções para atingir seus objetivos ilícitos.
Caso o contraditório seja exercitado previamente, neste período em que
continuar no cargo, Eduardo Cunha não tardará em realizar manobras e condutas, ainda mais agressivas,
ainda que por intermédio de outros Deputados, com o intuito de
prejudicar não apenas o andamento de seu processo no Conselho de Ética,
mas também para atingir todos aqueles que possam vir a colocar-se contra ele.
Em outras palavras, é urgente que o Eduardo Cunha seja privado de seus
poderes como Deputado Federal e como Presidente da Câmara, pois, do
contrário, criará ainda maior instabilidade política para o país e,
ainda, não hesitará em perseguir e utilizar todos os instrumentos que
possua para retaliar e se vingar de seus adversários, como faz
habitualmente.
O Supremo Tribunal Federal estará diante da situação constrangedora de confirmar que pode seguir, na forma e nos métodos adotados por um celerado, o processo de destituição de Dilma Rousseff.
Irão dizer algo como “sim, ele é um criminoso, mas nós somos uns covardes”?
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