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15/12/2015
PF faz busca e apreensão nas casas de Cunha e na Câmara; também são alvos dois ministros, dois senadores e um deputado federal
Do Viomundo - publicado em 15 de dezembro de 2015 às 09:40
Fotos: Agência Brasil
Polícia Federal cumpre mandados de busca na casa de Cunha e na Câmara
PF também foi a endereços de dois ministros, deputado e senadores.
Buscas foram autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, a pedido da PGR.
Do G1 e da TV Globo, em Brasília *
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (15) mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. A PF também cumpriu mandados em endereços do peemedebista no Rio de Janeiro e na Diretoria Geral da Câmara dos Deputados. A ação, batizada de Catilinárias, faz parte das investigações da Operação Lava Jato.
Ao menos 12 policiais e três viaturas foram deslocados para a casa de Cunha em Brasília, que fica na Península dos Ministros. Entre os itens que foram apreendidos pela PF está o celular de Eduardo Cunha.
A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão nos endereços do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e dos ministros, Celso Pansera (PMDB-RJ), de Ciência e Tecnologia, e Henrique Alves (PMDB-RN), do Turismo. Outro mandado foi cumprido na sede do PMDB em Alagoas.
Os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) também são alvos da operação desta terça.
A assessoria do Ministério da Ciência e Tecnologia se limitou a dizer que não vai comentar o assunto e que ainda não fizeram contato com o ministro.
Pansera foi nomeado ministro na última reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff. Antes de ser deslocado para a pasta, o peemedebista cumpria mandato de deputado federal e era um dos principais aliados de Eduardo Cunha na Câmara.
Durante as investigações da Lava Jato, Pansera chegou a ser acusado pelo doleiro Alberto Yousseff de ser “pau mandado” do presidente da Câmara.
O ministro Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara, também integra a ala mais próxima de Cunha no PMDB.
A Polícia Federal também confirmou que cumpriu mandados no Ceará e no Rio de Janeiro em endereços relacionados ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em depoimento à Justiça do Paraná, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou Machado como responsável pelo pagamento de R$ 500 mil em propina oriunda de contratos da estatal supostamente superfaturados, entre 2009 e 2010. Machado nega os pagamentos.
De acordo com a Polícia Federal, foram expedidos 53 mandados de busca e apreensão, referentes a sete processos da Lava Jato. O principal objetivo da PF é evitar que investigados destruam provas e apreender bens que, segundo as investigações, podem ter sido adquiridos pela prática criminosa.
A PF também informou que, além das residências de investigados, são realizadas em sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos.
Os mandados foram cumpridos no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).
Veja abaixo o nome de quem foi alvo da operação desta terça:
Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado federal
Celso Pansera (PMDB-RJ), ministro de Ciência e Tecnologia
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro de Minas e Energia
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), senador
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ministro do Turismo
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro indicado pelo PMDB
A busca na residência de Cunha foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O objetivo da operação é coletar provas nos inquéritos que apuram se o presidente da Câmara cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Cunha já foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao STF por corrupção e lavagem de dinheiro, devido à suspeita de ter recebido pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. O Supremo ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia.
Cunha também é alvo de inquérito que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em razão de quatro contas na Suíça atribuídas ao parlamentar. A existência das contas é apontada em documentação enviada à Procuradoria Geral da República pelo Ministério Público suíço.
Desde que surgiram as primeiras suspeitas contra Cunha, o parlamentar sempre negou participação no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Sobre as contas no exterior, ele afirma não ser o titular, e sim “usufrutuário”, delas.
Nesta terça, a assessoria do presidente da Câmara informou que ele está na residência oficial e que um de seus advogados acompanha o trabalho da PF. A princípio, a defesa de Cunha informou que não irá se manifestar porque ainda está tomando conhecimento da decisão.
Catilinárias
A Polícia Federal batizou a operação de Catilinárias, que são discursos célebres do cônsul romano Cícero contra o senador Catilina, que planejava tomar o poder e derrubar o governo republicano. Veja abaixo um dos trechos mais famosos do discurso:
Até quando, Catilina, abusarás
da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
* Colaboraram Lucas Salomão e Felipe Néri, do G1, em Brasília; Camila Bomfim, Vladimir Netto, Zileide Silva, Mariana Oliveira e Ana Paula Andreolla, da TV Globo; Marcelo Cosme e Andréia Sadi, da Globo News
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15/12/2015 09h13 – Atualizado em 15/12/2015 09h51
Veja as suspeitas sobre os alvos de ação da Lava Jato nesta terça (15)
Nomes ligados ao PMDB e PSB são investigados.
A PF faz buscas e apreensões nas casas e escritórios dos políticos.
Do G1, em São Paulo
Parlamentares, dois ministros e um ex-ministro – seis do PMDB e um do PSB – são alvos de ação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (15). Batizada de Catilinárias, ela faz parte das investigações da Operação Lava Jato. Policiais fazem buscas e apreensões nas casas, escritórios e sedes de empresas dos investigados.
Veja a seguir as suspeitas que já tinham sido divulgadas sobre cada um deles. Detalhes dos indícios que sustentam a operação de hoje ainda não foram informados.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
Cunha já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF por corrupção e lavagem de dinheiro, devido à suspeita de ter recebido pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. O Supremo ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia.
Cunha também é alvo de inquérito que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em razão de quatro contas na Suíça atribuídas ao parlamentar. A existência das contas é apontada em documentação enviada à PGR pelo Ministério Público suíço.
Desde que surgiram as primeiras suspeitas contra Cunha, o parlamentar sempre negou participação no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Sobre as contas no exterior, ele afirma não ser o titular, e sim “usufrutuário” delas.
Edson (PMDB-MA), senador e ex-ministro de Minas e Energia
O
dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, declarou que pagou R$ 1 milhão
para o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e detalhou as
negociações. As declarações foram feitas na delação premiada do
empreiteiro, durante as investigações da Lava Jato.
Na época das denúncias, a defesa de Lobão informou que Ricardo Pessoa não apresentou provas e que os depoimentos não possuem qualquer respaldo jurídico.
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara e ministro do Turismo
O ex-diretor de Abastecimento da PetrobrasPaulo Roberto Costa disse que Alves teria ido duas vezes à sede da Petrobras para pedir a viabilização da construção de uma unidade de calcificação de petróleo em São Bernardo do Campo (SP).
O delator também disse que Alves participou de reunião na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da permanência do ex-diretor na estatal.
A assessoria do ministro informou nesta terça que ele está em Brasília. O G1 tentou contato com o ministro, mas ele não atendeu às ligações.
O ministro teve o nome citado em acordo de delação premiada da Operação Lava Jato, mas o Ministério Público Federal entendeu que não havia indícios suficientes para a abertura de inquérito para investigá-lo. Na época em seu nome veio à tona, ele negou envolvimento.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que Alves teria ido duas vezes à sede da Petrobras para pedir a viabilização da construção de uma unidade de calcificação de petróleo em São Bernardo do Campo (SP).
O delator também disse que Alves participou de reunião na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da permanência do ex-diretor na estatal.
A assessoria do ministro informou nesta terça que ele está em Brasília. O G1 tentou contato com o ministro, mas ele não atendeu às ligações.
Fernando Bezerra Coelho, (PSB-PE), senador
O
senador é alvo de dois inquéritos no STF. Um deles é relacionado à Lava
Jato. O parlamentar foi citado na delação de Paulo Roberto Costa, que
disse que, em 2010, Bezerra Coelho pediu R$ 20 milhões para a campanha
de Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, à reeleição ao governo de
Pernambuco. Na época, Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento
do Estado.
Outro inquérito trata da suspeita de envolvimento do senador em esquema de fraude a licitação, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção de autoridades federais. O caso corre em segredo no Supremo. Em nota, a assessoria de imprensa do senador informou que o parlamentar está “à disposição para prestar todas as informações” pedidas pelas autoridades que conduzem o inquérito.
Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado federal
O deputado é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspeita de participar de reuniões com empreiteiros para tratar de valores de propinas obtidas em contratos com a Petrobras. O envolvimento de Aníbal Gomes no esquema foi denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Segundo o ex-executivo, que é delator da Lava Jato, o deputado era um emissário do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que dava sustentação política para que Costa continuasse como diretor da estatal.
Na época em que foram divulgadas as denúncias, Aníbal Gomes negou as acusações e disse que não houve entrega ou promessa de recursos para ninguém.
Celso Pansera, em foto de arquivo
(Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados)
Celso Pansera (PMDB-RJ), ministro de Ciência e Tecnologia
Pansera foi nomeado ministro na última reforma ministerial promovida pela presidenteDilma Rousseff.
Antes de ser deslocado para a pasta, o peemedebista cumpria mandato de
deputado federal e era um dos principais aliados de Eduardo Cunha na
Câmara.
Após a divulgação da declaração de Alberto Youssef, o deputado disse que tem contato com Cunha, por serem do mesmo partido, mas negou ser “pau-mandado” dele.
Nesta terça, a assessoria do Ministério da Ciência e Tecnologia se limitou a dizer que não vai comentar o assunto e que ainda não fizeram contato com o ministro.
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro indicado pelo PMDB
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que tinha conhecimento de que a Transpetro repassava propina a políticos. Ele relatou aos procuradores da República ter recebido R$ 500 mil de Sérgio Machado, em razão de a diretoria que ele comandava à época ter participado da contratação de navios para a subsidiária da Petrobras.
Ainda segundo o relator, a propina foi paga em dinheiro na casa de Machado, no Rio. Costa ressaltou no depoimento que não lembra quando ocorreu o negócio, mas que teria sido entre 2009 e 2010. “[O dinheiro] foi entregue diretamente por ele [Machado], no apartamento dele no Rio de Janeiro”, contou Paulo Roberto Costa.
Após as denúncias, Sérgio Machado se afastou da gestão da empresa para que fossem “feitos os esclarecimentos” necessários.
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