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22/12/2015
Por que Gilmar tem que sofrer um processo de impeachment. Por Paulo Nogueira
Diário do Centro do Mundo - 22/12/2015
Ele pode tudo?

Quem não se defende quando injustiçado, ensinou ele, merece rastejar como um verme.
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Faz tempo que Gilmar vem destruindo o decoro, e nada acontece. E então ele pisa no acelerador.
Seu voto na questão do rito do impeachment é um clássico do decoro pisoteado. Ele proferiu um acintosamente raivoso discurso político no qual chegou até a citar um artigo de Serra.
Depois, contrariado com uma derrota com a qual não contava, levantou-se abruptamente e disse que ia viajar.
Numa entrevista, desqualificou seu pares ao dizer que se deixaram cooptar pelo governo. Acusou-os também de bolivarianismo.
Gilmar pode tudo? Não há limite para ele? Ihering, para casos assim, tinha um remédio: processar.
Gilmar só vai parar para pensar se for severamente cobrado pelo que diz e faz.
Me ocorre, particularmente, o PT, que concentra o ódio e os insultos de Gilmar.
Por que o PT não pede o impeachment dele com base na quebra de decoro?
Volto a Ihering: quem não responde a quem o agride merece cada bordoada. Rasteja como verme.
Se Gilmar exorbita é porque ninguém o incomoda. Ele goza, primeiro que tudo, da proteção da mídia.
Num mundo menos imperfeito, jornais e revistas o cobrariam duramente por se comportar como político e não como juiz.
Mas jamais se viu um único editorial que dissesse que Gilmar deveria agir como juízes agem em países socialmente mais avançados.
Há, aí, uma convergência de interesses. A imprensa fecha os olhos porque Gilmar defende as mesmas causas que ela. Essa aliança é sinistramente simbolizada na amizade entre Gilmar e Merval.
Quando surgem críticas de outra direção, elas são pífias e covardes. Recentemente, o presidente do STF, Lewandowski, escreveu um artigo no qual condenava juízes falastrões, apaixonados por microfones, incapazes de se expressar somente pelos autos, como manda a tradição.
Ele obviamente se referia a Gilmar. Mas não o citou. Não basta dizer os pecados, nestas ocasiões. É imperioso nomear o pecador.
Mas Lewandowski ficou no pecado.
Gilmar, hoje, é um péssimo exemplo para a Justiça, assim como Eduardo Cunha é uma referência desastrosa para a política.
Juízes como o primeiro e políticos como o segundo são a fórmula infalível do atraso e da iniquidade.
Há que tirar Gilmar da zona de conforto, urgentemente. Ele tem que ser chamado a explicar aos brasileiros com base em que se acha no direito de ser o que é.
Se não conseguir se justificar, tem que ser afastado, para o bem da Justiça e do futuro do Brasil.
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