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30/12/2015
Fracasso do impeachment faz tucanos atacarem Temer e o PMDB
por Fernando Brito
O PSDB aposta na sua nova vocação de, sem maiores frescuras “social-democratas” como antes, firmar-se como face da direita “orgânica” no Brasil.
Por natureza, sim, mas também em busca de sua identidade após o golpismo inviabilizar-se pela via política, embora ainda nutram esperanças de fazê-lo – ou ameaçar fazer, até que o STF desmonte a patranha – pela via jurídica, onde trabalha a todo vapor a dupla Gilmar Mendes e Dias Tóffoli.
A entrevista do líder do PSDB no Senado – que é o Aécio sem se expor -, Cássio Cunha Lima (PB) ao Fato Online deixa isso bem claro.
Cunha parte para pancadas duras em Michel Temer:
Cremos que o foco principal continua
sendo o impeachment. Afinal, foi praticado crime de responsabilidade. O
Orçamento da União é uma lei, votada pelo Congresso. A presidente Dilma
Rousseff desrespeitou essa lei, editando decretos de suplementação
orçamentária sem autorização do Congresso. Um decreto não pode anular
uma lei. Isso é crime. E foi cometido tanto pela Dilma como pelo Michel
Temer, que também assinou decretos suplementares, modificando a Lei
Orçamentária.
Embora sinalize “esperanças” com o golpe judicial – ” o TSE decidiu que as contas da campanha eleitoral de Dilma têm que ser reexaminadas, acrescidas, inclusive, das informações da Operação Lava-Jato. Isso aponta para que deve haver uma punição”- não parece provável que, se lhe sobrar juízo, o tucanato possa acreditar que o Judiciário vá asumir o juízo político que pertence ao Congresso, de cassar, na prática, não uma chapa de candidatos, quase dois anos depois da eleição, mas os próprios governantes.
Parece que o PSDB vai seguindo a sua sina de UDN 2.0, transitando de um discurso falso de preocupação social para outra falsidade, a da histeria hipócrita da “anticorrupção”, como a sua velha matrona lacerdista.
O PMDB desnorteado como nunca e como sempre faminto de espaços de poder fica espremido entre as oportunidades do presente e a falta de perspectivas de futuro. O fato é que não tem candidato minimamente viável hoje e aparentemente também amanhã e está vendo por-se fim nas esperanças de que os tucanos se contentariam com uma parte do governo, não com o seu controle.
E Michel Temer, a esta hora, deve estar maldizendo o fato de que “scripta manent” e não ter usado, simples mente as “verba volant”.
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