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20/06/2016
Pauta mastigada para a história do “ex-delator” de Temer e do dono da “fazenda do Temer”
por Fernando Brito
O coleguinha Fernando Molica, sujeito mais tranquilo que água de poço, como dizem os gaúchos, dá em seu Facebook o roteirinho básico do que deveria ser – se quiserem – um dos caminhos da apuração da história do “delator que delatou e agora não delata mais” o vice presidente Michel Temer como beneficiário de dinheiro vindo da empreiteira Engevix .
Para recordar: [Temer] estava acompanhado de um dos donos da empresa Argeplan, o coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, tratado por ele como “pessoa de total confiança de Michel Temer”. Por meio de uma parceria com um fornecedor internacional, a AF Consult, Lima conseguiu, em 2012, um contrato de R$ 162 milhões na estatal e subcontratou a Engevix para realizar a obra.
Então Molica, pacientemente, traça o roteiro para quem quiser ligar os pontinhos:
“Como no caso daquele sítio
frequentado pelo Lula e que recebeu minos da OAS e da Odebrecht, seria
interessante investigar as ligações do presidente em exercício com a
Argeplan e a Fazenda Esmeralda. Em maio, a ‘Folha’ registrou ( http://www1.folha.uol.com.br/…/1769501-mst-diz-achar-corres…) que o MST dissera ter encontrado na fazenda correspondência da Prefeitura da cidade endereçada a Temer.”
A reportagem da Folha entrou
na fazenda no final da tarde desta segunda. Lá, o MST mostrou a
correspondência. Trata-se de um envelope tamanho ofício, com timbre da
prefeitura local. Nele está escrito a caneta: ao “Dr Michel Temer”. Há
ainda a inscrição “Enio (prefeito)” – Duartina é governada por Enio Simão
(PSDB).
O documento contido no envelope é um pedido de reexame de contas da prefeitura no TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Para chegar ao local, a reportagem
perguntou a moradores da cidade onde era a fazenda Esmeralda. Eles
explicaram o caminho para a Folha e citavam o local como “a fazenda do Temer”.
Foi o caso do motorista João Carlos
de Oliveira, que acrescentou: “Se perguntar para qualquer um, vão dizer
que a fazenda é do Michel Temer. É assim que as pessoas daqui conhecem o
local”.
Mas
tem mais, para quem quiser se aprofundar nas relações entre a Argeplan e
a Engevix. Pelo menos uma vez, em 2014, as duas se associaram para
formar o Consórcio Aeroportos do Brasil e disputaram licitação na Secretaria de Aviação Civil, no período em que Moreira Franco, braço direito de Temer, era Ministro.
Mas acabaram tendo o contrato não assinado, quando já se comentava na imprensa o fato de a Engevix já estar às voltas com a Lava Jato. A concorrência foi anulada.
Vê-se, então, que a ligação Engevix-Argeplan não se restringiu à Eletronuclear.
Ou enganar-me-ei?
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