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03/03/2017
Primeiro de Maio será dia de defesa de Lula
Do Tijolaço -/03/2017
Por Fernando Brito
Sergio Moro marcou para o dia 3 de maio a oitiva de Lula no processo sobre o tal “tríplex” do Guarujá.
Quem acompanhou ao menos algumas das inquirições conduzidas pelo juiz de Curitiba, nas quais, invariavelmente, as testemunhas não tiveram um dado sequer para apontar Lula como o proprietário do apartamento – exceto alguns “ouvi falar” ou “todo mundo dizia” de um porteiro que procurou tirar ventagem eleitoral da “denúncia” – não tem dúvidas sobre o desfecho condenatório do caso.
Em todas elas, Moro portou-se muito menos como juiz e mais como promotor, aliás, muito mais ainda que os “bagrinhos” escalados pelo MP para as audiências.
Grosseiro, autoritário, ao final dos depoimentos fazia questões que eram verdadeiros absurdos, como a que fez ao ex-procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao qual, depois deste ter dito diversas vezes que Lula jamais interferiu ou solicitou algo em seu convívio com o Ministério Público, nem mesmo quando do chamado “mensalão”, fez questão de perguntar – e repetir a pergunta – se o ex-presidente lhe dera alguma ordem ou pedido para investigar a Petrobras.
É o fim da picada, como o fato de não ter pedido – como não pediu nada – algo específico pudesse servir como elemento de culpabilidade de alguém.
Não é um elemento de prova, embora para o Dr, Moro seja um “elemento de convicção” pois, se eu não disse que fulano era ladrão, então devo ser seu cúmplice, não é?
A data escolhida por Moro, uma quarta-feira após o feriadão do Dia do Trabalho, deve ser colocada na agenda de todos as forças democráticas. É o último dia no qual podemos nos opor ativamente aos absurdos que estão sendo feitos para incriminar Lula não pelos desvios que ocorreram, mas num caso lateral, fantasioso, que serve nitidamente ao propósito político de retira-lo da disputa eleitoral.
Primeiro de Maio tem de ser um grito não tanto por Lula, mas para que não se transforma a Justiça num instrumento de decisão política, em lugar do voto.
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