12/09/2018
O candidato de Lula

........A perfeita manchete de um jornal italiano
Fernando Hadadd é o nosso também
por Mino Carta

De fato, os ministros das cortes supremas e superiores, os desembargadores gaúchos, os protagonistas da chamada força-tarefa curitibana e o fanático inquisidor Sergio Moro reúnem em suas pessoas uma quantidade incalculável de pecados infernais.
Desde a desfaçatez criminosa no descumprimento dos seus deveres de magistrados até a asnice pomposa que as togas ressaltam, desde o exibicionismo midiático até a invenção de provas inexistentes, desde o ódio de classe a insuflá-los até a absoluta falta do senso do ridículo.
O Judiciário é o guardião da Constituição em países democráticos e civilizados. No Brasil ocorre o exato contrário, como escreve Marcos Coimbra na sua magistral coluna desta semana.
Alvo de Coimbra o ministro Luís Roberto Barroso, que comandou a impugnação da candidatura de Lula à Presidência da República. Conforme conta o colunista, em artigo publicado há três anos, Barroso sustentava que, no Brasil, “juízes e tribunais se tornaram mais representativos dos anseios e demandas sociais do que as instâncias políticas tradicionais”.
Aí está traçado o objetivo final do golpe de 2016: impedir que o povo brasileiro entregue novamente a Presidência ao ex-metalúrgico.
Ao retirar Lula da arena política, pretendia-se também atingir fatalmente o PT, e com isso se percebe a primazia conferida ao Judiciário na trama golpista. Cabia à alta corte cumprir seu papel constitucional, proibir o impeachment de Dilma Rousseff e, portanto, evitar daí por diante todas as ignomínias cometidas pelo estado de exceção.
Por obra das togas politizadas, o Brasil encarrega-se de oferecer ao mundo um espetáculo inédito, absolutamente único, a comprovar a medievalidade mais tenebrosa do país da casa-grande e da senzala.
Mas teria hoje o ministro Barroso, do alto da sua elegância afetada, razões para saborear a certeza do dever cumprido? O golpe atingiu seu propósito original, mas do cativeiro Lula já ungiu seu candidato, enquanto as perspectivas do PT são bem mais promissoras do que as desejam Barroso e seus pares, parceiros de façanhas antidemocráticas e das suas encenações ridículas.
Os recursos apresentados pelos advogados do ex-presidente ao tribunal da ONU e ao STF são tecnicamente necessários para que o mundo registre quanto se deu, como ficará claro pela leitura da entrevista que se segue de Fernando Haddad.
CartaCapital, conforme a tradição de publicações da Europa e dos EUA, e da própria a esta altura, apoiou as duas candidaturas de Lula e de Dilma. Não há como imaginar que, por enquanto, Lula saia da cela de 25 metros quadrados, banheiro incluso, e volte à luz do sol, ou a ver as estrelas, como escreveu o já citado Dante. A partir desta edição apoiamos Fernando Haddad, candidato de Lula e nosso.
Sobra uma incógnita, a envolver a disparidade entre as decisões do STF e a vontade popular. Até quando será possível evitar o confronto de posturas tão discrepantes?
E que será capaz de gerar uma vitória de Haddad: provocar perigosamente o destempero dos senhores do golpe ou empolgar o povo até levá-lo à percepção de que sempre foi a vítima deste enredo?
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